Jornalista fica cego de um olho em repressão por forças israelitas de protestos na Cisjordânia ocupada

O fotojornalista Moath Amarneh perdeu a visão no olho esquerdo depois de ser gravemente ferido por uma bala de borracha disparada por um soldado israelita quando cobria um protesto de palestinos no Sul da Palestina ocupada.

Além do jornalista, as forças de ocupação israelitas feriram, com balas de metal revestidas de borracha e cartuchos de gás lacrimogéneo, vários palestinos que participavam em Surif, perto de Hebron, num protesto contra o confisco pelas autoridades israelitas de terras destinadas à construção de colonatos judaicos.

Moath Amarneh foi transportado para um hospital para tratamento, mas os médicos não conseguiram salvar-lhe o olho.

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos condenou o ataque deliberado do exército israelita a um colega que envergava um colete à prova de balas com a palavra «Press» perfeitamente visível e pediu que «as instituições internacionais actuem rapidamente para parar essa violência contra a imprensa na Palestina».

Também Anthony Bellanger, secretário-geral da Federação Internacional de Jornalistas, a maior organização internacional de profissionais do sector, condenou «os ataques contra jornalistas palestinos pelas forças armadas israelitas», recordando que «o direito internacional se aplica a todos os lugares e que nenhum governo está acima dele. Agora é tempo de Assembleia Geral das Nações Unidas adoptar a Convenção para a Protecção e Segurança dos Jornalistas, para que possa terminar a impunidade de que gozam os predadores da liberdade de imprensa e da democracia em Israel e em outros lugares».

São recorrentes os graves ataques de Israel contra os jornalistas palestinos. No mês de Outubro, o Palestinian Center for Development and Media Freedom (MADA) registou 12 ataques, que variaram entre espancamentos e ferimentos físicos devido às balas de borracha e bombas de gás lacrimogéneo disparados pelas forças de ocupação israelitas, que atingiram jornalistas palestinos enquanto cobriam acontecimentos na Cisjordânia, na Faixa de Gaza e em Jerusalém ocupados.

Foto: Sindicato dos Jornalistas Palestinos

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