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O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que vai começar a estender a soberania israelita à Cisjordânia ocupada se for reeleito primeiro-ministro nas eleições de 9 de Abril.

Netanyahu prometeu, numa entrevista televisiva ao Canal 12 israelita, manter de modo permanente o controlo de segurança israelita na Cisjordânia e formalizar a governação israelita sobre os mais de 400 mil judeus israelitas que vivem nos colonatos da Cisjordânia (aos quais se somam cerca de 200 000 no território ocupado de Jerusalém Oriental), todos eles ilegais à luz do direito internacional.

Isto aplicar-se-ia não apenas aos grandes blocos de colonatos, mas também aos colonatos isolados, indicou ele: «Eu vou estender a soberania, mas não distingo entre os blocos de colonatos e os colonatos isolados, porque cada colonato é israelita e eu não o entregarei à soberania palestina.»

«Não vou dividir Jerusalém, não vou evacuar nenhuma comunidade e vou assegurar-me de que controlaremos o...

Milhares de palestinos da Faixa de Gaza participaram nesta sexta-feira nos protestos da Grande Marcha do Retorno. Trata-se da 53.ª semana de protestos semanais perto da vedação de 65km com que Israel isola o território.

Pelo menos 84 palestinos foram feridos pelas forças israelitas, cinco deles com gravidade, informou o Ministério da Saúde em Gaza.

Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os manifestantes, que se reuniram em muitos acampamentos ao longo da vedação de isolamento.

Além disso, as forças israelitas usaram contra os manifestantes um novo e estranho gás lacrimogéneo vermelho, contendo substâncias químicas desconhecidas.

Nas manifestações do sábado da semana passada, que marcaram um ano da Grande Marcha do Retorno — iniciada em 30 de Março de 2018, para coincidir com o Dia da Terra palestina — as forças repressivas israelitas mataram cinco palestinos, incluindo três jovens de 17 anos. Segundo a organização Save the Children, eleva...

Numa carta aberta, 171 artistas suecos apelam ao boicote do Festival da Eurovisão 2019  previsto para Tel Aviv, em protesto contra os crimes de Israel contra o povo palestino.

Entre os subscritores encontram-se músicos e cantores, escritores, personalidades do teatro e cinema. A carta aberta foi também assinada por Per Gahrton, fundador do Partido Verde, e por dois anteriores participantes na Flotilha da Liberdade para Gaza, o jornalista Kajsa Ekis Ekman e o músico Dror Feiler, de origem israelita.

É o seguinte o texto da carta aberta, publicada no diário Aftonbladet:

«Nós, artistas e trabalhadores da cultura suecos  que assinamos este apelo não podemos ver em silêncio Israel usar o Festival Eurovisão da Canção para esconder os seus crimes contra o povo palestino.

«Apenas alguns dias após a vitória de Israel no Festival Eurovisão da Canção, em Maio de 2018, o exército de Israel matou 62 palestinos que protestavam contra o seu encarceramento em Gaza.

«Seis desses assassinados eram crianças...

Com o apoio de duas dezenas de organizações realizou-se hoje, no Cais do Sodré, em Lisboa, um acto público de protesto pela passagem do 70º aniversário da NATO, com distribuição de documentação informativa dos objectivos da iniciativa.

Falando em nome das organizações promotoras, Filipe Ferreira, do CPPC, recordou a génese da organização e a forma como, ao longo dos anos, os seus objectivos se têm afastado, cada vez mais, do seu proclamado propósito inicial, para se afirmar como uma aliança agressiva, responsável por guerras em vários pontos do globo, designadamente no Médio Oriente, e contribuindo para mais de metade das despesa militares mundiais.

Porque consideram que a NATO e os interesses que serve são a principal ameaça à paz e à segurança internacionais, as organizações reclamaram:

  • o fim das guerras de agressão promovidas pela NATO e pelos seus membros;
  • o desmantelamento do sistema anti-míssil THAAD que os EUA/NATO têm instalado, nomeadamente na Europa e na Ásia;
  • a abolição das armas...

Soldados israelitas mataram um palestino e feriram outros três durante uma incursão num campo de refugiados na Cisjordânia ocupada na madrugada desta terça-feira.

A vítima mortal é Mohammad Ali Dar Adwan, de 23 anos, morador no campo de refugiados de Qalandiya, a sul de Ramala.

Forças da ocupação israelitas fortemente armadas invadiram o campo de refugiados, aparentemente para proceder a várias prisões, tendo provocado confrontos violentos que duraram várias horas.

Os soldados dispararam a curta distância sobre um veículo palestino que passava na rua Al-Matar, matando Adwan, o condutor. 

«A vítima foi baleada mais de 10 vezes pelas forças israelitas, que o deixaram a sangrar até a morte», informou o Ministério da Saúde da Palestina. As âmbulâncias foram impedidas de entrar no campo de refugiados.

Israel ocupa desde 1967 a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Nestes territórios ocupados vivem mais de 600 000 judeus israelitas, em colonatos que o direito internacional considera ilegais.

Os...

Artigo publicado na revista África 21 em Março de 2019

Quando a Arábia Saudita declarou guerra ao Qatar, em 2017, ninguém, e muito menos os dirigentes de Doha, acreditou nas razões invocadas por Riade para impor um bloqueio total – terrestre, marítimo e aéreo – ao pequeno emirado, também membro fundador do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) , parceiro e cúmplice da política externa dos sauditas em quase todos os domínios, da economia à propagação da doutrina wahabita, até 2011.

Foram as revoltas árabes que colocaram Doha e Riade em campos opostos. Doha colocou a sua influência mediática (Al Jazeera) ao serviço da propaganda dos Irmãos Muçulmanos, que emergiam como a força política vencedora das primeiras eleições livres na Tunísia e no Egipto, que a Arábia Saudita considerava como a maior ameaça à sua própria estabilidade. Era a esta aliança que se referiam os autores do ultimato quando acusavam o Qatar de apoiar o «terrorismo» e não ao apoio (dado por sauditas e qataris) aos...

Cinco palestinos foram mortos e pelo menos outros 207 foram feridos, neste sábado, pelas forças israelitas que reprimiram os protestos da Grande Marcha do Retorno ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde da Palestina em Gaza confirmou que as vítimas mortais foram atingidas por balas reais. O Ministério informou também que 207 manifestantes palestinos, incluindo 33 crianças e nove mulheres, sofreram ferimentos diversos. Entre eles, pelo menos 24 foram feridos por balas reais no pescoço ou na cabeça, o que comprova que as forças israelitas usaram força excessiva contra manifestantes desarmados.

Centenas de milhares de palestinos participaram nas manifestações, agitando bandeiras e entoando palavras de ordem enquanto se dirigiam para as zonas orientais da Faixa de Gaza, ao longo da vedação de isolamento.

As manifestações deste sábado comemoravam o Dia da Terra palestina, que evoca os acontecimentos de 30 de Março de 1976, em que as forças repressivas...

O MPPM assinalou hoje o Dia da Terra com uma sessão muito participada, no auditório da Fundação José Saramago, em que foi exibido o filme de Maryse Gargour «A Terra Fala Árabe», seguido de um debate introduzido e moderado por Carlos Almeida, investigador na FLUL e Vice-Presidente do MPPM.

O Dia da Terra evoca os acontecimentos de 30 de Março de 1976 em que as forças repressivas israelitas mataram seis palestinos cidadãos de Israel que protestavam contra a expropriação de terras propriedade de palestinos, no Norte de Israel, para aí construir comunidades judaicas. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e grandes manifestações de protesto que nesse dia ocorreram em diferentes localidades palestinas no território de Israel.

O Dia da Terra Palestina simboliza a determinação dos palestinos — de ambos os lados da Linha Verde, nos campos de refugiados e na diáspora — de preservar a sua história e a sua terra como elemento essencial da sua identidade e...

Em 30 de Março de 1976, a população palestina da Galileia, no Norte de Israel, declarou uma greve geral para protestar contra a expropriação de terras. Neste «Dia da Terra», previa-se protestos pacíficos, mas a jornada foi sangrenta. Seis palestinos, cidadãos de Israel, foram mortos  pelas forças do exército e da polícia de fronteiras do Estado de Israel.

O dia 30 de Março sintetiza de certa maneira a natureza brutal e discriminatória de Israel e a luta dos palestinos pelos seus direitos, e nomeadamente pelo seu direito à terra, fonte de vida e elemento fundamental de enraizamento e identidade. O Dia da Terra passou por isso a ser assinalado de ambos os lados da «linha verde» (fronteira entre Israel e os territórios ocupados em 1967), em sinal de reconhecimento da unidade do povo palestino na luta contra a ocupação e a discriminação impostas pelo Estado sionista, em que a questão da terra ocupa um lugar central.

Os cidadãos palestinos de Israel, ou seja, os palestinos que permaneceram...

Artigo publicado na revista África 21 em Março de 2019

Como Barack Obama no início do seu primeiro mandato, Donald Trump quer manter a supremacia dos Estados Unidos no Médio Oriente e impedir a Rússia e a China de atrair o (mal) chamado «mundo árabe» para a sua órbita. Os meios e as tácticas mudaram, mas as dificuldades continuam e os fracassos acumulam-se.

Reunidos em Riade, em Dezembro, os representantes dos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Koweit, Omã e Qatar) aprovaram a constituição da Aliança Estratégica para a Estabilização do Médio Oriente (MESA em inglês), mais conhecida como «OTAN árabe», e o seu arranque formal em 2019, por ocasião de uma nova cimeira entre Donald Trump e os líderes árabes.

Desde então, o chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, dá voltas pelas capitais árabes para convencer os seus interlocutores a «ultrapassarem as velhas rivalidades» e coordenarem as suas forças para combater o...