Palestinos condenam participação dos EUA em inauguração de falso túnel arqueológico em Jerusalém Oriental ocupada
O Comité Executivo da OLP denuncia, em comunicado hoje publicado, a inauguração de um túnel escavado sob o bairro palestino de Silwan, em Jerusalém Oriental ocupada, com a participação de altos responsáveis dos EUA.
A escavação é promovida pela «Fundação Cidade de David», organização sionista que visa a colonização judaica em Jerusalém Oriental ocupada.
Na pomposa inauguração participaram o embaixador dos EUA, David Friedman, e o enviado especial de Trump para o Médio Oriente, Jason Greenblatt. Ambos são apoiantes abertos e entusiastas da direita israelita e do projecto dos colonatos.
O Comité Executivo da OLP considera que a sua participação constitui «conivência criminosa no cometimento de um crime de guerra».
«Tais ações incendiárias são uma provocação directa e um ataque ao status quo histórico na cidade; são também uma violação dos direitos dos palestinos e do direito internacional», prossegue o comunicado. «A administração dos EUA emparceirou com as organizações fundamentalistas dos colonos para provocar tensões religiosas e atiçar as chamas do conflito. Juntos, representam uma ameaça à paz e segurança internacionais.»
O túnel localiza-se numa área altamente sensível, próxima da Cidade Velha (que se situa em Jerusalém Oriental ocupada), e passa por baixo de casas no bairro palestino de Silwan.
Os palestinos e também activistas israelitas contrários à ocupação encaram o túnel como mais uma tentativa de Israel de reforçar o controlo sobre Jerusalém Oriental, cuja população é predominantemente palestina.
Saeb Erekat, secretário-geral da OLP, diz acreditar que o túnel é um projecto usado pela direita israelita para promover a reivindicação de Israel sobre Jerusalém Oriental e promover aí o crescimento dos colonatos.
«É um projecto da colonização», afirma. «Baseia-se numa mentira que não tem nada a ver com a história.»
Erakat cita duas ONGs israelitas que põem em causa os métodos arqueológicos usados.
Uma das organizações, a Peace Now, também diz que surgiram rachas em várias casas de Silwan depois do início da escavação.
A outra, Emek Shaveh, afirma que «o uso da arqueologia por Israel e pelos colonos como ferramenta política faz parte de uma estratégia para moldar a cidade histórica e consolidar unilateralmente a soberania israelita sobre a Jerusalém antiga».
No mesmo sentido se pronunciou a Jordânia, guardiã dos locais sagrados muçulmanos em Jerusalém, afirmando que «os esforços israelitas para judaizar a Cidade Santa ... arriscam-se a inflamar ainda mais a tensão».
Israel ocupou Jerusalém Oriental na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e posteriormente declarou a sua anexação, o que nunca foi reconhecido pela comunidade internacional. Em violação da legalidade internacional, o presidente dos EUA, Trump, reconheceu Jersualém como capital de Israel e transferiu para aí a embaixada estado-unidense.
Os palestinos reivindicam Jerusalém Oriental como capital do seu futuro Estado independente,