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Uma criança palestina morreu na manhã de hoje devido a ferimentos sofridos durante a agressão de Israel à Faixa de Gaza em 2014.

O pequeno Mohamed Naser al-Rifi, de 12 anos, tinha estado internado nos últimos quatro anos no Hospital de Reabilitação Al-Wafa.

Em 21 de Agosto de 2014, um avião militar israelita disparou um míssil contra a casa da sua família, na cidade de Gaza. Mohamed sofreu ferimentos graves, em resultado dos quais ficou tetraplégico e a sofrer de outros problemas de saúde.

O míssil israelita matou o seu pai, um irmão e quatro primos.

Segundo o Centro Al-Mezan de Direitos Humanos, os soldados israelitas mataram pelo menos 2218 palestinos, incluindo centenas de crianças, durante a agressão de 2014 contra a Faixa de Gaza (Operação «Margem Protectora»), que durou 51 dias. Dezenas de outras pessoas morreram posteriormente devido aos seus graves ferimentos. 

A escritora palestino-americana Susan Abulhawa foi detida ontem ao chegar ao aeroporto de Tel Aviv, com a intenção de participar num festival literário na Cisjordânia ocupada, e foi hoje deportada de regresso aos Estados Unidos.

Susan Abulhawa, autora nomeadamente do conhecido romance As Madrugadas em Jenin, deveria participar no Festival Palestino de Literatura, a ter lugar de 3 a 7 de Novembro.

Os serviços de fronteiras israelitas alegaram que a escritora deveria ter previamente obtido um visto, porque em 2015 lhe foi negada entrada na Palestina através da Ponte Allenby, controlada por Israel. Normalmente os cidadãos dos EUA estão isentos de visto para entrar em Israel.

A Declaração Balfour, de que hoje se assinala o 101.º aniversário, é um documento histórico de consequências terríveis para o povo palestino.

Em 2 de Novembro de 1917, Lord Arthur Balfour, secretário dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, enviou uma carta a Lionel Walter Rothschild, uma figura de proa da comunidade judaica britânica. Nessa carta o governo britânico prometia à Federação Sionista favorecer a constituição na Palestina de um «lar nacional para o povo judaico».

Com sobranceria imperial e inteiramente à revelia dos habitantes autóctones — o povo palestino —, o imperialismo britânico prometia a pessoas que não viviam na Palestina um território que não lhe pertencia (nessa altura a Palestina fazia parte do Império Otomano). A promessa veio a revelar-se funesta para este.

O presidente eleito do Brasil, o político de extrema-direita Jair Bolsonaro, confirmou que pretende transferir a embaixada do seu país de Tel Aviv para Jerusalém, violando a legalidade internacional e afrontando os palestinos.

O Brasil tornar-se-ia assim o segundo grande país a fazê-lo, depois dos Estados Unidos.

«Como afirmado durante a campanha, pretendemos transferir a Embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém. Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos», diz Bolsonaro num post publicado ontem na sua página do Facebook.

Bolsonaro fez declarações similares numa entrevista ao jornal Israel Hayom. «Israel é um país soberano», afirma. «Se vocês decidirem acerca da vossa capital, nós agiremos de acordo com isso.» Bolsonaro acrescentou que Israel pode contar com o voto do Brasil na ONU e insinuou que mudaria o estatuto da embaixada palestina no Brasil: «A Palestina primeiro precisa de ser um país para ter direito a uma embaixada.»

O Conselho Central Palestino decidiu hoje acabar com os compromissos da OLP e da Autoridade Palestina relativos aos acordos com Israel, e em primeiro lugar suspender o reconhecimento do Estado de Israel («a potência ocupante») até que este reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras 4 de Junho de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital.

Ao cabo de dois dias de reunião em Ramala, na Cisjordânia ocupada, o CCP, a segunda mais alta instância da OLP, decidiu ainda terminar a coordenação de segurança com Israel e pôr fim aos Protocolos Económicos de Paris, uma vez que a fase de transição prevista nos Acordos de Oslo já não existe.

O presidente da OLP e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o Comité Executivo da OLP foram encarregados de aplicar estas decisões.

Israel cometeu este domingo um novo crime repugnante na Faixa de Gaza cercada, ao matar três rapazes palestinos num ataque aéreo.

O Ministério da Saúde em Gaza informou que os rapazes mortos são Khaled Bassam Saeed, de 14 anos, Abdul Hamid Abu Zaher, de 13, e Mohammed Ibrahim Al-Sattari, também de 13.

Os militares sionistas alegaram que os três rapazes se aproximaram da vedação com que Israel isola o território palestino e portanto foram alvejados e mortos por um avião militar.

Por outro lado, também no domingo, um outro palestino de Gaza, Yahya Bader al-Hasanat, de 37 anos, sucumbiu aos ferimentos sofridos durante as manifestações de sexta-feira. Eleva-se assim para seis o número de palestinos mortos pelas forças repressivas israelitas nos protestos da 31.ª sexta-feira consecutiva da Grande Marcha do Retorno.

O exército israelita realizou dezenas de ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza sitiada na madrugada de sábado, na ofensiva mais intensa desde o Verão. O exército israelita lançou pelo menos 95 ataques aéreos, segundo o jornal israelita Haaretz, alegadamente em resposta a cerca de 34 rockets disparados do enclave palestino para o Sul de Israel, 15 dos quais terão sido interceptados pelo sistema de defesa anti-aérea Iron Dome (Cúpula de Ferro).

A Jihad Islâmica reivindicou a responsabilidade dos rockets disparados na noite de sexta-feira em direção aos colonatos israelitas adjacentes à Faixa de Gaza, afirmando que foram em resposta à matança na sexta-feira de cinco manifestantes pacíficos da Grande Marcha de Retorno pelo exército israelita. «A resistência não aceitará a equação imposta pelo inimigo baseada na matança por parte deles e no silêncio pela nossa parte», afirma em comunicado.

Manifestação junto à vedação de Gaza, 26 de Outubro de 2018. Crédito: Eliyahu Hershkovitz

Cinco manifestantes palestinos foram hoje mortos a tiro por soldados israelitas durante protestos junto à vedação com que Israel encerra a Faixa de Gaza. Mais de 250 manifestantes ficaram feridos, incluindo 35 menores e quatro paramédicos. As forças sionistas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha.

Várias dezenas de pessoas também foram afectadas pelo gás lacrimogéneo disparado pelas forças do regime sionista em direcção aos milhares de manifestantes que participavam nos protestos, realizados pela 31.ª semana consecutiva. A manifestação de hoje decorreu sob a palavra de ordem «Gaza não se renderá».

Em 30 de Março os palestinos lançaram a Grande Marcha do Retorno, reunindo-se desarmados ao longo da «zona-tampão» adjacente à vedação instalada por Israel para isolar o território palestino.

O MPPM condena com veemência a celebração do «Memorando de Entendimento sobre Cooperação no Domínio do Mar e da Água» assinado no passado dia 22 pela ministra do Mar de Portugal, Ana Paula Vitorino, e pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Espaço de Israel, Ofir Akunis.

O memorando, afirma o comunicado oficial, visa reforçar as colaborações científicas e aumentar o intercâmbio de conhecimentos e de cientistas entre Portugal e Israel, visando nomeadamente a protecção dos oceanos, a promoção do crescimento económico azul e a redução dos gases com efeito de estufa.

A coberto de uma colaboração científica e de preocupações ambientais, que seriam politicamente neutras, estamos perante um efectivo branqueamento pela ministra do Mar, e pelo Governo, da criminosa política de Israel relativamente ao povo palestino, também no que diz respeito ao mar e às questões ambientais.

As autoridades israelitas renovaram ontem por mais três meses, pela quarta vez consecutiva, a arbitrária ordem de detenção administrativa da deputada Khalida Jarrar.

Khalida Jarrar foi presa em 2 de Julho de 2017, tendo a sua ordem de detenção administrativa sido sucessivamente renovada. Anteriormente já tinha sido detida em 2015, passando 14 meses nas prisões israelitas.

Khalida Jarrar é dirigente da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e deputada ao Conselho Legislativo Palestino (parlamento), presidente da União dos Comités de Mulheres da Palestina e ex-directora executiva e actual membro do conselho da Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos).

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