Actualidade

Um preso palestino mantido em isolamento numa cadeia israelita morreu esta terça-feira, pouco mais de um mês após a sua detenção.

Nassar Majid Taqatqa, de 31 anos, foi preso em 19 de Junho, depois de forças especiais israelitas invadirem a casa da sua família na aldeia de Beit Fajjar, a sul Belém, na Cisjordânia ocupada.

Segundo informações divulgadas pelo Clube dos Presos Palestinos, a sua morte ocorreu em resultado de tortura.

Após ser preso, Taqatqa foi transferido para o centro de interrogatórios de Maskubiya e depois para o centro de interrogatórios de Jalameh. Segundo os seus companheiros de prisão, a sua saúde deteriorou-se rapidamente devido aos constantes interrogatórios.

Em 9 de Julho foi transferido para uma cela na seção «Maabar» do centro de detenção de Megiddo. Ele foi severamente espancado pelos guardas prisionais e acorrentado à cama. Na quinta-feira passada, 11 de Julho, a administração penienciária recusou-se a transferi-lo para secções públicas sob o pretexto de que...

As forças de ocupação israelitas prenderam 2759 palestinos durante os primeiros seis meses deste ano, incluindo 446 menores e 76 mulheres, informaram esta segunda-feira grupos de defesa dos presos palestinos.

Segundo noticia a agência palestina WAFA, um documento conjunto da Comissão de Assuntos dos Presos, da Sociedade dos Presos e da Addameer (Associação de Apoio e Direitos Humanos dos Presos) informa que o número de presos palestinos encarcerados em prisões israelitas em 30 de Junho era de 5500, incluindo 43 mulheres e 220 menores, havendo cerca de 500 palestinos mantidos em detenção administrativa.

O odioso regime da detenção administrativa, que permite ao exército israelita deter uma pessoa sem julgamento nem acusação por um período de até 6 meses, renovável indefinidamente, foi criado pelo colonialismo britânico durante o período do Mandato Britânico (1923-1948) na Palestina.

Entretanto, sete palestinos mantidos em detenção administrativa continuam em greve de fome pelo fim de sua...

Um rapazinho palestino de 10 anos foi nesta sexta-feira atingido na cabeça por uma bala real disparada por forças israelitas durante o protesto semanal contra o Muro de separação em Kafr Qaddum, na Cisjordânia ocupada.

O pequeno Abdul-Rahman Yasser Shtewi foi levado pelo Crescente Vermelho Palestino para o Hospital Rafidia em Nablus. Segundo o Ministério da Saúde, o seu estado é crítico.

Morad Ashtwei, um dos promotores dos protestos contra o Muro, afirmou ao jornal israelita Haaretz que o rapazinho de 10 anos que foi gravemente ferido estava a seguir a manifestação apenas «por curiosidade» e «não estava a fazer mal a ninguém» quando foi baleado. O exército israelita «usa balas de borracha e outros meios perigosos» para ferir os participantes nos protestos, acrescentou.

Desde Julho de 2011 que os palestinos de Kafr Qaddum, no Norte da Cisjordânia ocupada, realizam manifestações semanais à sexta-feira em protesto contra o encerramento da principal estrada de acesso à localidade. Desde 2003...

Quinze anos depois o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) considerar ilegal o Muro do apartheid que Israel começara a construir na Cisjordânia e em Jerusalém ocupados, o Muro continua de pé e a sua construção prossegue.

Há 15 anos, em 9 de Julho de 2004, uma opinião consultiva do Tribunal Internacional de Justiça (ICJ) concluiu que o muro era ilegal. O órgão judiciário da ONU exigiu o fim da construção do muro e declarou que violava o direito internacional, decidindo também que deveriam ser pagas aos palestinos indemnizações pelos danos causados.

O TIJ exortou os seus Estados membros a «não reconhecerem a situação ilegal resultante da construção do muro no território palestino ocupado, incluindo em Jerusalém Oriental e ao seu redor» e «a não prestar ajuda ou assistência para manter a situação criada por tal construção».

Os juízes alertaram que o Muro — a que Israel chama «barreira de segurança» — equivalia a uma anexação de facto de território palestino.

Mas Israel ignorou a decisão do...

Neste dia 8 de Julho, há cinco anos, Israel lançou uma das suas mais mortíferas ofensivas militares contra a Faixa de Gaza, que designou por «Operação Margem Protectora». A agressão causou 2251 mortos, 500 dos quais crianças, e mais de 11 000 feridos, segundo fontes palestinas e da ONU.

Nas primeiras 48 horas da operação, Israel lançou 400 toneladas de bombas sobre Gaza. Nas semanas seguintes, lançou cerca de 6000 ataques aéreos sobre o minúsculo território palestino, de apenas 365 km2.

Os bombardeamentos causaram cerca de 500 000 deslocados dentro da Faixa de Gaza — encurralados numa verdadeira prisão a céu aberto, os palestinos alvejados nem sequer tinham a possibilidade de fugir. Cerca de 300 000 civis foram forçados a procurar refúgio nas escolas da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos, que constituem 70% da população do território. A electricidade para os hospitais foi cortada, privando milhares de pessoas de assistência médica básica.

Os rockets que o...

A série áudio-documental Palestina, histórias de um país ocupado, de Ricardo Esteves Ribeiro, foi a vencedora do prémio Gazeta Revelação 2018, uma das categorias dos mais importantes prémios do jornalismo português.  «O trabalho, gravado entre Ramallah, Hebron, Belém e Jerusalém, dá voz a quem resiste à ocupação israelita, com a indispensável contextualização histórica», diz o comunicado do Clube dos Jornalistas, entidade responsável pelos prémios. A reportagem distinguida foi publicada em seis episódios, entre 15 de Maio de 2018 e 2 de Agosto de 2018, na plataforma digital Fumaça. «A reportagem foi realizada em setembro de 2017. Durante dez dias, o Ricardo Esteves Ribeiro e a Maria Almeida estiveram entre Ramallah, Belém, Hebron e Jerusalém para perceberem como vive a Palestina ocupada», informa o comunicado publicado no site da Fumaça. «Dessa viagem saiu a primeira grande investigação Fumaça. Contámos as vidas e as voltas de uma usurpação, através das vozes de quem lhe resiste.»  O...

O Ministério da Defesa de Israel começou há uma década a retirar dos arquivos e a esconder documentos relacionados com crimes contra os palestinos durante a Nakba de 1948, revela o jornal israelita Haaretz.

Num longo artigo, o Haaretz informa que equipas anónimas do Ministério da Defesa têm escondido sistematicamente centenas de documentos, numa tentativa de esconder provas documentais da Nakba.

Nakba (Catástrofe, em árabe) é o termo que designa a limpeza étnica, em 1948, de cerca de 750 000 palestinos, forçados a abandonar as suas casas e propriedades por grupos armados sionistas, e mais tarde pelo exército de Israel, que cometeram massacres e destruíram e esvaziaram dos seus habitantes centenas de aldeias e cidades palestinas. Os refugiados palestinos foram e são impedidos por Israel de retornar às suas casas, apesar das resoluções da ONU que o determinam.

O Ministério da Defesa dá também especial atenção a documentos relacionados com o programa nuclear — Israel é a única potência...

A actriz Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, foi galardoada com o prémio «Actress of Europe — 2019» pelo Festival Internacional de Teatro.

Maria do Céu Guerra receberá o prémio no sábado, na abertura do festival, que decorrerá no Lago de Prespa, nos Balcãs, na fronteira entre a Macedónia, a Albânia e a Grécia.

O prémio de honra «Actress of Europe» é atribuído desde 2003 para reconhecer o percurso artístico de uma personalidade do teatro e o contributo criativo para a memória colectiva da civilização europeia, lê-se na página oficial do festival.

Trata-se de um justíssimo reconhecimento da sua luta incansável pela dignificação do teatro — e da cultura — em Portugal, quer enquanto actriz quer como autora, encenadora ou gestora, e isto sem nunca trair os princípios que sempre a orientaram.

Maria do Céu Guerra é uma mulher de causas, e a causa da defesa dos direitos do povo palestino é certamente uma das que desde há muitos anos ocupam um lugar especial no seu afecto.

Para o MPPM é uma...

A final da Taça da Palestina, que deveria disputar-se na Cisjordânia ocupada nesta quarta-feira, teve de ser adiada porque Israel negou a autorização de viagem aos jogadores de Gaza. A segunda mão da final entre o Balata FC e Khadamat Rafah, vencedores das ligas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, não se pôde realizar na data marcada por «flagrante intervenção das autoridades de ocupação israelitas para negar aos palestinos o seu direito básico de jogar futebol», denunciou em comunicado a Associação de Futebol da Palestina. «Os preparativos para a final da Taça da Palestina, que é uma das duas principais competições oficiais da Palestina», prossegue o comunicado, «foram finalizados há alguns dias, mas as autoridades de ocupação israelitas continuam a negar autorizações de entrada à delegação do Khadamat Rafah, sob o conveniente pretexto de "razões de segurança".»  A equipa do Khadamat Rafah, com sede em Gaza, solicitou autorização de viagem para a Cisjordânia para 35 pessoas, mas o...

Em pouco mais de um século, entre 1900 e 2018, a população judaica na Palestina Histórica mais do que centuplicou (de 50 000 para 6 700 000), enquanto a população autóctone pouco mais que decuplicou (de 550 000 para 6 500 000). Este é o resultado de uma imigração maciça de judeus associada a uma limpeza étnica dos palestinos conseguida por expulsões e massacres. Ao mesmo tempo, através de guerras e manobras políticas, Israel assumiu o controlo, de jure, de 95% do território da Palestina do Mandato Britânico (deixando aos palestinos a Faixa de Gaza e a Área A da Cisjordânia), mas controla, de facto, a totalidade do território.

Nesta Folha Informativa recordamos os acontecimentos e identificamos os responsáveis por esta situação, tanto a nível demográfico como territorial, desde o domínio otomano à actualidade, passando pelo Mandato Britânico, pela criação do Estado de Israel e a Nakba, pela guerra de 1967 e a expansão sionista e pelos Acordos de Oslo e suas consequências.