Sessões e Actos Públicos

«Palestina vencerá!» foi a palavra de ordem que mais uma vez ecoou no passado sábado, 5 de Julho, pelas ruas da Baixa lisboeta, durante uma manifestação que uniu um milhar de pessoas contra o genocídio em curso na Faixa de Gaza e em defesa do povo palestino. 

A manifestação, que ligou o Largo de Camões à Ribeira das Naus, foi promovida pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), pela CGTP-IN, pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) e pelo Projeto Ruído – Associação Juvenil, com o apoio de mais de 40 organizações.

No final da manifestação, saudou os manifestantes o economista João Rodrigues, subscritor do Manifesto “Pela Paz, Liberdade e Estado Social”. Seguiram-se no uso da palavra João Coelho, coordenador da USL da CGTP-IN; Raul Ramires, do MPPM; Mariana Metelo, do Projecto Ruído; Isabel Camarinha, em nome do CPPC. A apresentação esteve a cargo do humorista Manuel Rosa.

Foi anunciada uma nova acção para o próximo dia 11 de Julho...

Ao fim da tarde desta sexta-feira, 4 de Julho, mais de duas centenas de pessoas convergiram para o espaço frente ao Fórum Algarve, em Faro, para reclamarem o fim do genocídio, o reconhecimento do Estado da Palestina, o fim do acordo de associação UE-Israel e a realização dos direitos nacionais do povo palestino, e condenarem a agressão ao Irão.

Este acto público de solidariedade com a Palestina e pelo fim do genocídio foi promovido por MDM, CPPC, CGTP-IN, MPPM e Projecto Ruído. Com apresentação de Tiago Jacinto da USAL, registaram-se intervenções de Leonor Agulhas (MDM), Catarina Marques (USAL), Isabel Camarinha (CPPC) e José Oliveira (MPPM).

Texto da intervenção de José Oliveira pelo MPPM

Boa tarde a todas e a todos.

Estamos no dia 637 da agressão israelita à Faixa de Gaza. Aquilo que se passa na Faixa de Gaza não é uma guerra, é um genocídio que marcará para sempre os nossos dias.

Desde o início desta agressão israelita, mais de 57 mil pessoas, pelo menos, foram assassinadas em Gaza pelas...

Várias centenas de pessoas participaram no Cordão Humano de solidariedade com a Palestina, realizado em Coimbra, neste dia1 de Julho.

Depois de percorridas algumas das ruas centrais da cidade, realizou-se uma concentração final na Praça 8 de Maio na qual, após a intervenção de Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM, foi apresentada e aprovada, por unanimidade e aclamação uma Moção que, no essencial, reitera a denúncia e condenação do genocídio perpetrado por Israel contra o Povo Palestino, assim como as suas acções agressivas contra outros povos no Médio Oriente. É reafirmada a solidariedade com o Povo Palestino e a sua justa causa nacional, exigindo que o governo português a condenação e acção pelo fim dos massacres e do genocídio, o empenhamento na obtenção de um cessar-fogo real, imediato e permanente e na entrada sem restrições de toda a ajuda humanitária.

Foi ainda exigido: o reconhecimento do Estado da Palestina, o fim da ocupação dos territórios da Palestina, ilegalmente ocupados...

O MPPM correspondeu ao convite do movimento Póvoa pela Palestina e esteve presente na vigília realizada na Praça do Almada, na Póvoa de Varzim, na noite de sexta-feira 20 de Junho, tendo havido uma intervenção da sua representante Elsa Silva.

O evento registou também intervenções dos organizadores e de membros do PS, do PCP e do BE. Houve ainda leitura de poemas, nomeadamente pelo arquitecto J. J. Silva Garcia, que leu um poema seu, e por Elsa Silva que leu o poema “Uma menina” de João Pedro Mésseder.

Culminou este encontro a exigência colectiva do imediato cessar-fogo, a libertação do povo palestino, a responsabilização de Israel pelos crimes de guerra que comete e o reconhecimento imediato do Estado da Palestina.

Póvoa Pela Palestina assegura que “segue na acção de cada uma das pessoas presentes que usa a sua voz como alerta e, nas palavras de Raffef Ziadah, ‘ensina vida’”.


Fotos: MPPM e Póvoa pela Palestina

Nesta terça-feira 17 de Junho, em que no Parlamento se discutia o programa do governo – omisso em compromissos com a Palestina –, milhares de pessoas voltaram a manifestar-se em Lisboa num grande desfile que teve início no Largo de Camões e culminou numa concentração frente à Assembleia da República.

O apelo lançado por CGTP-IN, CPPC, MPPM e Projecto Ruído, a que aderiram muitas outras organizações e colectivos, reclamava o fim do genocídio e o reconhecimento do Estado da Palestina por Portugal.

Frente à Assembleia da República, com apresentação de Isabel Medina, André Levy leu uma mensagem de Mahmoud Issa Abu Marcel, palestino que esteve 27 anos preso nas cadeias de Israel, dirigida a esta manifestação.

Seguiram-se intervenções de Isabel Camarinha (CPPC), Mariana Metelo (Projecto Ruído), Carlos Almeida (MPPM) e Tiago Oliveira (CGTP-IN).

Foi então posta a votação uma moção que foi aprovada por unanimidade e aclamação.


Texto da intervenção de Carlos Almeida

Ali dentro, começou hoje a ser...

Na maior concentração de pessoas em solidariedade com a Palestina a que o Porto assistiu nos últimos anos (mais de 1300, em vigília, na Praça Humberto Delgado, na noite de 13 de Junho), reclamou-se o fim da ocupação e do genocídio perpetrado pelo governo de Israel e pelas suas forças militares, o cessar-fogo imediato e a entrada sem restrições da urgentíssima ajuda humanitária em Gaza. 

Criticou-se também, com veemência, a posição tíbia e cúmplice, quer dos governantes portugueses quer das instâncias europeias, em relação à chacina em curso, na Faixa de Gaza. O apoio militar, logístico e político dos EUA ao governo ultradireitista e ao regime colonialista e de apartheid de Israel foi igualmente contestado por diversos intervenientes.

A projecção da bandeira rubra e negra, verde e branca na fachada da Câmara, o simbólico acender de velas no chão formando a palavra Palestina, a música, o canto e a poesia pontuaram, com assinalável beleza e emotividade, uma iniciativa que teve mais de duas...

Como em cada ano no dia 10 de Junho, a Frente Anti-Racista promoveu uma manifestação contra o racismo e a xenofobia a que se associaram dezenas de outras organizações, entre as quais o MPPM.

No início, houve uma concentração frente ao nº 29 da Rua Garrett onde, há precisamente 30 anos, Alcindo Monteiro foi assassinado por um grupo neonazi. Seguiu-se o desfile até ao Largo do Carmo sempre proclamando «A nossa luta / em cada dia / é contra o racismo e a xenofobia».

Também a luta do povo palestino foi evocada porque a conjugação de todas as lutas pela liberdade e pelos direitos é essencial para enfrentar o crescente avanço das forças extremistas e os seus poderosos protectores. Por isso, se afirmou «Em cada cidade / em cada esquina / somos todos Palestina».

O MPPM esteve presente, na tarde do dia 9 de Junho, no Protesto “Fim ao Genocídio, fim à ocupação ilegal da Palestina. Libertem os activistas da flotilha, quebrem o cerco a Gaza”.

Esta acção urgente foi convocada por um conjunto de colectivos e pessoas individuais na sequência do apresamento do navio “Madleen” e do sequestro da sua tripulação por parte de Israel - mais uma flagrante violação do direito internacional e mais um episódio na longa e sinistra história do cerco de Gaza por parte de Israel que nos últimos quase dois anos se converteu em genocídio aberto e despudorado.

Os manifestantes exigiram a libertação imediata da tripulação do “Madleen”, a entrada urgente de ajuda humanitária e o fim do bloqueio a Gaza, o fim do genocídio em curso, o fim do Acordo de Cooperação UE-Israel e o reconhecimento do Estado da Palestina por parte de Portugal, entre outras palavras de ordem.

As organizações e manifestantes presentes deixaram também claro que tencionam continuar a demonstrar...

O mural que homenageia o heróico povo palestino e que foi inaugurado na Rua Voz do Operário, em Lisboa, no dia 29 de Novembro de 2024, com projecto do muralista António Alves, tem sido objecto de actos de vandalismo aos quais, no entanto, respondemos com uma pronta reconstituição do original.

Assim aconteceu de novo neste sábado, 7 de Junho, num acto a que se associaram alguns voluntários e que mereceu simpatia e aplauso de quem passava.

Ao repor as imagens do mural e ao reconstituir as mensagens nele contidas, queremos deixar claro que não deixaremos de continuar a lutar por tudo o que ali está escrito até que seja uma realidade.

Uma vez mais a organização da Marcha do Orgulho LGBTI+ de Lisboa convidou o MPPM a integrar a manifestação numa demonstração de apoio à luta do povo palestino e de repúdio pelas manobras de “pinkwashing” israelita. 

No desfile que encheu a Avenida da Liberdade, muitas vozes se juntaram à nossa na denúncia do genocídio israelita e na convicção de que, ao defender a liberdade dos palestinos, estamos a defender as nossas próprias liberdades.

No final, no Terreiro do Paço, Carlos Almeida interveio em nome do MPPM:

«Boa tarde. 

Dirijo-vos três palavras e um apelo.

A primeira palavra é para saudar a Marcha LGBTI+, como espaço de liberdade, que cultiva a fraternidade e o amor, e onde todas vidas são respeitadas na dignidade que devida a todos os seres humanos; obrigado por fazerem deste um lugar de festa, mesmo que sejam sombrios os tempos que vivemos; os nossos direitos, bem o sabemos, em todas as esferas da nossa vida, individual e social, foram conquistados de punhos cerrados, sorriso nos...