Resistência, Política e Sociedade Palestinas

O preso palestino Nael al-Barghouti passou até agora 39 anos em prisões israelitas. É o preso político com maior tempo de prisão de todos os tempos.

Um herói vivo, al-Barghouti passou a maior parte da vida em prisões israelitas, sonhando com a liberdade para si e para o seu povo.

Tem 61 anos, mas só passou 22 anos fora das cadeias israelitas. Nael al-Barghouti nasceu em 24 de Outubro de 1957 na aldeia de Kobar, perto de Ramala, na Cisjordânia ocupada. Foi preso pela primeira vez em Abril de 1978, quando era estudante do ensino médio.

Cerca de 12 dias depois, as autoridades de ocupação israelitas prenderam o seu irmão mais velho, Omar, e o seu primo Fakhri, acusando-os de terem matado um soldado israelita em Ramala, incendiado uma fábrica de óleo em Israel e feito explodir um café em Jerusalém ocupada.

Pelo menos 40 palestinos ficaram hoje feridos pelas forças de ocupação israelitas, que abriram fogo contra os milhares de manifestantes que participavam na 34.ª semana consecutiva da Grande Marcha do Retorno.

O Ministério da Saúde de Gaza anunciou que 40 manifestantes foram feridos por tiros israelitas, três dos quais estão em estado crítico.

As manifestações de hoje ocorrem poucos dias depois da agressão israelita do início da semana, com cerca de uma centena de ataques aéreos e de artilharia, a que as forças da resistência palestina responderam com o lançamento de cerca de 500 rockets. Após dois dias de confronto, foi alcançada uma trégua, mediada pelo Egipto, entre Israel e os movimentos armados de Gaza.

O ministro sionista da Defesa, Avigdor Lieberman, demitiu-se do governo em desacordo com a trégua, abrindo uma crise política que muitos observadores acreditam poder conduzir a eleições antecipadas em Israel.

Em 15 de Novembro de 1988, Yasser Arafat, num acto histórico de grande transcendência, dava leitura à Declaração de Independência da Palestina, que proclamava a criação do Estado da Palestina nas fronteiras de 1967 e tendo Jerusalém Oriental por capital.

Escrita pelo grande poeta palestino Mahmoud Darwish, a histórica Declaração acabava de ser adoptada pelo Conselho Nacional Palestino, a mais alta instância da Organização de Libertação da Palestina, reunido em Argel.

A Declaração e a proclamação do Estado da Palestina foram um importante marco na luta do povo palestino pelos seus direitos nacionais inalienáveis e pelo seu Estado independente e soberano.

O MPPM alerta para a extrema gravidade da situação criada na Faixa de Gaza na sequência da incursão de um comando de tropas especiais israelitas que na noite de domingo se infiltrou neste território palestino.

A acção encoberta e ilegal das tropas israelitas, detectada por elementos palestinos armados, desencadeou uma sequência de acontecimentos de consequências incalculáveis. Da troca de tiros entre o comando israelita e as forças palestinas resultou no imediato a morte de sete palestinos e de um oficial israelita. Para proteger a fuga dos seus infiltrados, a aviação israelita efectuou dezenas de ataques com tiros de tanques e com meios aéreos, aviões e helicópteros.

Prosseguindo a sua agressão, o exército israelita efectuou hoje pelo menos 70 ataques na Faixa de Gaza, levados a cabo por aviões, helicópteros e tiros de tanques. Pelo menos três palestinos foram mortos e nove feridos.

Foram nomeadamente visadas concentrações de milhares de pessoas palestinos que protestavam contra a morte de sete palestinos ontem, na sequência da incursão de uma unidade das forças especiais sionistas, deslocando-se num automóvel civil e actuando sob disfarce. Na troca de tiros foi morto também um tenente-coronel israelita.

O exército israelita bombardeou o prédio da estação de televisão Al-Aqsa, ligada ao Hamas, na cidade de Gaza. O prédio ficou completamente destruído, tendo também sido danificadas outras estruturas próximas. Nos últimos 14 anos, é a quarta vez que o prédio é atacado por Israel.

Numa gravíssima escalada, soldados israelitas, actuando descaracterizados, penetraram na Faixa de Gaza na noite de domingo num carro civil, levando a cabo uma operação para assassinar um comandante da ala militar do Hamas.

O Hamas informou que o incidente começou quando os ocupantes de um carro em andamento abriram fogo contra um grupo dos seus militantes armados, matando um de seus comandantes. O ataque, cerca das 21h30 locais, ocorreu a leste de Khan Yunis, a três quilómetros da fronteira de Gaza.

As Brigadas Al-Qassam, ala militar do Hamas, confirmaram a morte do comandante Nour Barakah por forças especiais israelitas.

O carro em que seguia a unidade israelita foi imediatamente perseguido por forças da resistência, com uma nutrida troca de tiros. Seis membros das Brigadas Al-Qassam foram mortos, registando-se ainda sete feridos.

O exército israelita matou hoje um palestino e feriu outros 37 perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza, na 33.ª sexta-feira consecutiva das manifestações desarmadas da Grande Marcha do Retorno.

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza confirmou a morte de Rami Wael Ishaq Qahman, de 28 anos, após ter sido atingido no pescoço por um atirador de elite israelita, ficando em estado crítico. O Ministério da Saúde confirmou também que 37 pessoas foram feridas com balas reais, incluindo 6 crianças e 9 mulheres.

Aumenta assim para 221 o número de mortos vítimas da repressão israelita desde o início da Grande Marcha do Retorno, em 30 de Março, registando-se mais de 24 000 feridos.

Pelo menos 10 palestinos foram hoje feridos pelas forças de ocupação israelitas, quatro deles por balas reais, quando participavam na 15.ª marcha marítima, que faz parte da Grande Marcha do Retorno.

As forças de ocupação abriram fogo de metralhadora e dispararam uma barragem de bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes pacíficos.

«A Marcha do Retorno não vai parar até que sejam atingidas todas as suas metas, em primeiro lugar o levantamento total do cerco da Faixa de Gaza e o fim do sofrimento de dois milhões de palestinos cercados», sublinhou a comissão organizadora da marcha.

O Conselho Central Palestino decidiu hoje acabar com os compromissos da OLP e da Autoridade Palestina relativos aos acordos com Israel, e em primeiro lugar suspender o reconhecimento do Estado de Israel («a potência ocupante») até que este reconheça o Estado da Palestina nas fronteiras 4 de Junho de 1967 com Jerusalém Oriental como sua capital.

Ao cabo de dois dias de reunião em Ramala, na Cisjordânia ocupada, o CCP, a segunda mais alta instância da OLP, decidiu ainda terminar a coordenação de segurança com Israel e pôr fim aos Protocolos Económicos de Paris, uma vez que a fase de transição prevista nos Acordos de Oslo já não existe.

O presidente da OLP e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o Comité Executivo da OLP foram encarregados de aplicar estas decisões.

O exército israelita realizou dezenas de ataques aéreos em toda a Faixa de Gaza sitiada na madrugada de sábado, na ofensiva mais intensa desde o Verão. O exército israelita lançou pelo menos 95 ataques aéreos, segundo o jornal israelita Haaretz, alegadamente em resposta a cerca de 34 rockets disparados do enclave palestino para o Sul de Israel, 15 dos quais terão sido interceptados pelo sistema de defesa anti-aérea Iron Dome (Cúpula de Ferro).

A Jihad Islâmica reivindicou a responsabilidade dos rockets disparados na noite de sexta-feira em direção aos colonatos israelitas adjacentes à Faixa de Gaza, afirmando que foram em resposta à matança na sexta-feira de cinco manifestantes pacíficos da Grande Marcha de Retorno pelo exército israelita. «A resistência não aceitará a equação imposta pelo inimigo baseada na matança por parte deles e no silêncio pela nossa parte», afirma em comunicado.

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