Resistência, Política e Sociedade Palestinas

Dezenas de presos palestinos nas cadeias israelitas entraram no 5.º dia de greve da fome, que recebeu a designação de “al-Karama (dignidade) 2».

Mais presos se juntaram à greve da fome na quarta-feira, 10 de abril, elevando o número de grevistas da fome para mais de 400.

Segundo a Comissão de Assuntos dos Presos e ex-Presos, o Serviço Prisional de Israel começou ontem a transferir grevistas da fome das prisões de Negev e Ramon para celas de isolamento e para outras prisões.

Outros presos deveriam ter-se juntado hoje à greve da fome, e um grande número aderirá em 17 de Abril, Dia de Solidariedade com os Presos Palestinos.

Os principais dirigentes dos presos anunciaram na passada segunda-feira o fracasso das conversações com os serviços prisionais israelitas, após a rejeição das suas exigências, especialmente no que diz respeito ao uso de telefones.

Cerca de 150 presos palestinos encarcerados em prisões israelitas iniciaram na tarde desta segunda-feira uma greve da fome por tempo indeterminado, após o fracasso das negociações com o Serviço Prisional de Israel (IPS) sobre uma série de reclamações dos presos.

Os representantes dos presos anunciaram que, após dias de conversações com o IPS na prisão de Rimon, não foram alcançados resultados, e portanto apelaram a uma greve da fome por tempo indeterminado, que também inclui a recusa de beber água.

Milhares de palestinos da Faixa de Gaza participaram nesta sexta-feira nos protestos da Grande Marcha do Retorno. Trata-se da 53.ª semana de protestos semanais perto da vedação de 65km com que Israel isola o território.

Pelo menos 84 palestinos foram feridos pelas forças israelitas, cinco deles com gravidade, informou o Ministério da Saúde em Gaza.

Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os manifestantes, que se reuniram em muitos acampamentos ao longo da vedação de isolamento.

Além disso, as forças israelitas usaram contra os manifestantes um novo e estranho gás lacrimogéneo vermelho, contendo substâncias químicas desconhecidas.

Cinco palestinos foram mortos e pelo menos outros 207 foram feridos, neste sábado, pelas forças israelitas que reprimiram os protestos da Grande Marcha do Retorno ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

O Ministério da Saúde da Palestina em Gaza confirmou que as vítimas mortais foram atingidas por balas reais. O Ministério informou também que 207 manifestantes palestinos, incluindo 33 crianças e nove mulheres, sofreram ferimentos diversos. Entre eles, pelo menos 24 foram feridos por balas reais no pescoço ou na cabeça, o que comprova que as forças israelitas usaram força excessiva contra manifestantes desarmados.

Centenas de milhares de palestinos participaram nas manifestações, agitando bandeiras e entoando palavras de ordem enquanto se dirigiam para as zonas orientais da Faixa de Gaza, ao longo da vedação de isolamento.

Em 30 de Março de 1976, a população palestina da Galileia, no Norte de Israel, declarou uma greve geral para protestar contra a expropriação de terras. Neste «Dia da Terra», previa-se protestos pacíficos, mas a jornada foi sangrenta. Seis palestinos, cidadãos de Israel, foram mortos  pelas forças do exército e da polícia de fronteiras do Estado de Israel.

O dia 30 de Março sintetiza de certa maneira a natureza brutal e discriminatória de Israel e a luta dos palestinos pelos seus direitos, e nomeadamente pelo seu direito à terra, fonte de vida e elemento fundamental de enraizamento e identidade. O Dia da Terra passou por isso a ser assinalado de ambos os lados da «linha verde» (fronteira entre Israel e os territórios ocupados em 1967), em sinal de reconhecimento da unidade do povo palestino na luta contra a ocupação e a discriminação impostas pelo Estado sionista, em que a questão da terra ocupa um lugar central.

Após os ataques israelitas de segunda-feira, a sala de operações conjuntas das facções da resistência em Gaza anunciou um acordo de cessar-fogo medidado pelo Egipto. Israel ainda não confirmou o cessar-fogo

A agência Ma'an noticiou que as forças israelitas dispararam mais de 100 mísseis em diferentes áreas da Faixa de Gaza. Os ataques, segundo fontes em Gaza, visaram instalações militares e de treino do Hamas e também edifícios civis. Foi atingido, nomeadamente, o escritório do dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh. Ficaram feridos pelo menos oito palestinos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel em exercício, Yisrael Katz, declarou numa entrevista que a ofensiva de segunda-feira é a acção mais ampla empreendida em Gaza desde a agressão israelita de 2014 («Operação Margem Protectora»).

Dois palestinos foram mortos esta sexta-feira por tiros israelitas durante os protestos da junto à vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza. Os mortos, baleados em incidentes separados, foram identificados como Nedal ‘Abdel Karim Ahmed Shatat, de 29 anos, e Jihad Munir Khaled Hararah, de 24.

Nesta 51.ª semana das manifestações desarmadas da  Grande Marcha do Retorno, as forças repressivas israelitas também feriram outros 181 palestinos, incluindo 53 menores, cinco mulheres, um paramédico e três jornalistas.

Os soldados israelitas encontravam-se posicionados deitados de bruços e em jipes militares ao longo da vedação, abrindo fogo e disparando bombas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que não representavam qualquer ameaça iminente ou perigo para a vida dos soldados.

Forças israelitas mataram esta quarta-feira um palestino e feriram gravemente um outro num posto de controlo em Belém, informou o ministério da Saúde da Palestina em Ramala. O palestino morto foi identificado como Ahmed Jamal Mahmoud Manasrah, de 26 anos.

Na véspera, terça-feira, as forças israelitas mataram três palestinos e feriram mais de dez jovens na Cisjordânia ocupada.

Omar Abu Leila, de 19 anos, foi morto por soldados e polícias de fronteira israelitas numa casa onde procurara refúgio, na aldeia de Abwein (a norte de Ramala), que  foi invadida por forças israelitas com carros armados, cães, drones, escavadoras e equipas de filmagem. Leila era suspeito de matar um soldado israelita e um colono dois dias antes, perto do colonato ilegal de Ariel, na Cisjordânia ocupada.

Israel atacou cerca de 100 locais na Faixa de Gaza cercada na noite de quinta para sexta-feira.

Nestas condições, a comissão organizadora da Grande Marcha do Retorno «apelou para o adiamento das marchas de hoje [sexta-feira] a título excepcional», guiada pelo «interesse público» e num esforço para manter a calma na Faixa de Gaza e evitar escaladas. É a primeira vez que as manifestações são interrompidas desde o seu início, há 51 semanas.

O exército sionista afirma ter actuado em resposta a dois rockets lançados sobre Tel Aviv a partir da Faixa de Gaza na noite anterior, o que não acontecia desde a agressão israelita de 2014 («operação Margem Protectora»).

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, neste domingo nomeou oficialmente para primeiro-ministro Mohammad Shtayeh, membro do Comité Central da Fatah.

Shtayeh nasceu na aldeia de Tel, perto de Nablus, em 1958, licenciou-se na Universidade de Birzeit e doutorou-se em economia pela Universidade de Sussex, no Reino Unido. Foi também director do Conselho Económico Palestino para o Desenvolvimento e a Reconstrução (PECDAR) e ministro da Habitação e Construção. Foi eleito para o Comité Central da Fatah em 2009 e novamente em 2016. Participou nas negociações de paz intermediadas pelos EUA com Israel em 1991 e novamente em 2013-2014.

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