Rapaz palestino baleado na cabeça por forças israelitas na Cisjordânia, 34 feridos em Gaza

Um soldado israelita aponta a arma a manifestantes palestinos em Kafr Qaddum, Cisjordânia ocupada, 12 de Julho de 2019

Um rapazinho palestino de 10 anos foi nesta sexta-feira atingido na cabeça por uma bala real disparada por forças israelitas durante o protesto semanal contra o Muro de separação em Kafr Qaddum, na Cisjordânia ocupada.

O pequeno Abdul-Rahman Yasser Shtewi foi levado pelo Crescente Vermelho Palestino para o Hospital Rafidia em Nablus. Segundo o Ministério da Saúde, o seu estado é crítico.

Morad Ashtwei, um dos promotores dos protestos contra o Muro, afirmou ao jornal israelita Haaretz que o rapazinho de 10 anos que foi gravemente ferido estava a seguir a manifestação apenas «por curiosidade» e «não estava a fazer mal a ninguém» quando foi baleado. O exército israelita «usa balas de borracha e outros meios perigosos» para ferir os participantes nos protestos, acrescentou.

Desde Julho de 2011 que os palestinos de Kafr Qaddum, no Norte da Cisjordânia ocupada, realizam manifestações semanais à sexta-feira em protesto contra o encerramento da principal estrada de acesso à localidade. Desde 2003, a estrada entre Kafr Qaddum e Nablus está bloqueada pelas forças de ocupação israelita, alongando assim em 14 km o percurso.

Também esta sexta-feira, pelo menos 34 palestinos foram feridos por balas reais e balas de borracha durante as manifestações semanais da Grande Marcha do Retorno, que se realizam desde 30 de Março de 2018 junto à vedação com Israel isola o pequeno território palestino.

Segundo o B'Tselem (Centro Israelita de Informação sobre os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), em 2018 as forças de ocupação israelitas mataram um total de 290 palestinos, incluindo 55 menores, na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada, aplicando uma política de «atirar para matar».

Foto: Um soldado israelita aponta a arma a manifestantes palestinos em Kafr Qaddum, Cisjordânia ocupada, 12 de Julho de 2019. Crédito: Mohamad Torokman/Reuters

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