Política e Sociedade de Israel

O fabricante de equipamento desportivo Nike anunciou que porá fim à venda dos seus produtos em lojas no Estado de Israel a partir de 31 de Maio do próximo ano, numa iniciativa saudada como mais uma vitória da campanha internacional de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).

«Na sequência de uma análise abrangente realizada pela empresa e considerando a variação do mercado, foi decidido que a continuação da relação comercial entre si e esta empresa já não corresponde à política e objectivos da empresa», escreveu a Nike aos retalhistas israelitas no passado domingo.

A decisão da Nike deve atingir duramente os negócios de centenas de lojas de desporto em Israel já que, sendo uma das marcas desportivas mais populares do mundo, os seus produtos são responsáveis por uma grande proporção das suas vendas.

O documentário israelita Advocate, que conta a história da notável advogada Lea Tsemel, defensora dos presos políticos palestinos nos tribunais israelitas, ganhou o prémio para Melhor Documentário na 42ª edição dos Prémios Emmy para Notícias e Documentários realizada na passada quarta-feira.

O filme, realizado por Rachel Leah Jones e Philippe Bellaïche e produzido originalmente para o canal Hot 8 de Israel, foi também nomeado para um Emmy na categoria de Documentários Políticos e Governamentais Notáveis e tinha sido pré-seleccionado para os Óscares em 2019.

As autoridades israelitas planeiam aprovar a construção de 2223 novas unidades habitacionais apenas para judeus em colonatos construídos na Cisjordânia ocupada, revela o Middle East Monitor.

O governo está também a planear avançar com a construção de 863 unidades habitacionais em localidades palestinas na Área C da Cisjordânia pela primeira vez em anos, noticiou o canal de televisão israelita 12 e o jornal Haaretz.

Esta medida, segundo as notícias israelitas, é liderada pelo Primeiro-Ministro Naftali Bennett que quer «legitimar a expansão dos colonatos».

O Jerusalem Post disse que os planos, que quebram um congelamento de facto dos colonatos, marcam o primeiro impulso significativo para novas casas judaicas na Área C desde que o Presidente dos EUA Joe Biden tomou posse em Janeiro.

Cerca de 5000 israelitas participaram ontem, terça-feira, na provocatória Marcha da Bandeira organizada por colonos israelitas de extrema-direita para comemorar a captura de Jerusalém pelas forças israelitas em 1967.

Os manifestantes empunhavam bandeiras e entoaram slogans racistas como «morte aos árabes» enquanto percorriam as áreas palestinas muçulmanas e cristãs na cidade ocupada.

A marcha tinha sido originalmente planeada para 10 de Maio para assinalar o que os israelitas chamam o dia da unificação de Jerusalém, em referência à ocupação da cidade em 1967, mas devidos às tensões existentes, só agora foi autorizada.

Após semanas de controvérsia sobre questões de segurança, a polícia israelita aprovou uma marcha organizada por judeus israelitas extremistas, incluindo ministros e deputados ao Knesset, informa o Middle East Monitor citando o jornal israelita Haaretz.

A marcha das bandeiras terá lugar na próxima terça-feira, estando prevista a passagem pelo Bairro Muçulmano na Cidade Santa e a chegada à Porta de Damasco, um ponto de tensão entre palestinos e a polícia nos últimos meses.

A marcha segue da Porta de Damasco para a Porta de Jaffa e dirige-se daí para a Muralha Ocidental da Mesquita de Al-Aqsa.

«Agradecemos a cooperação da Polícia de Israel, do comissário de polícia e do Distrito de Jerusalém e estamos felizes por as bandeiras israelitas serem exibidas com orgulho em todas as partes da Cidade Velha», declararam os organizadores, de acordo com o Haaretz.

No próximo dia 9 de Junho, a selecção nacional de futebol defrontará a selecção de Israel numa partida de carácter particular organizada pela Federação Portuguesa de Futebol no quadro da preparação para a fase final do Campeonato da Europa de 2020.

Neste Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, é oportuno recordar que Israel é um Estado que comprovadamente pratica a discriminação racial, tanto no seu território como nos territórios ocupados sob seu controlo efectivo.

A Convenção Internacional para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, de que Israel é Estado Parte, considera que há discriminação racial quando um Estado impõe restrições ou preferências com base, nomeadamente, na origem étnica ou nacional.

Em reacção ao anúncio de Israel sobre o envio de vacinas excedentárias para a República Checa, Hungria, Honduras, e Guatemala, Dina Jibril, directora interina da Oxfam no Território Palestino Ocupado, descreveu o acordo como "vergonhoso", uma vez que milhões de palestinos estão à espera.

«A decisão de Israel de trocar vacinas excedentárias por votos na ONU e embaixadas, enquanto a grande maioria dos quase 5 milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada e em Gaza ficam à espera da vacina potencialmente salva-vidas, é vergonhosa e míope», disse Jibril numa declaração.

E acrescentou, «O envio de stocks de vacinas em excesso pelo mundo fora enquanto os palestinos que vivem, em muitos casos, a apenas algumas centenas de metros de distância dos israelitas vacinados estão à espera, é mais um exemplo da recusa do governo israelita em cumprir a sua obrigação legal como potência ocupante».

Não se pode viver um único dia em Israel-Palestina sem a sensação de que este lugar está constantemente a ser concebido para privilegiar um povo, e um só povo: o povo judeu. No entanto, metade dos que vivem entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo são palestinos. O abismo entre estas realidades vividas enche o ar, sangra, está em todo o lado nesta terra.

Numa conferência de imprensa em Berlim, na passada quinta-feira, os directores de 32 das mais prestigiadas instituições culturais alemãs divulgaram uma declaração na qual se pronunciam contra a resolução do Bundestag sobre o anti-semitismo e alertam que «as acusações de anti-semitismo estão a ser mal utilizadas para afastar vozes importantes e para distorcer posições críticas».

Sintomático do clima que se vive no meio cultural alemão é que a conferência de imprensa foi planeada clandestinamente e culminou um ano de reuniões mensais realizadas em absoluto sigilo. Em causa estão, no entender dos participantes, a democracia alemã e a liberdade de expressão artística e académica.

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