Em reacção ao anúncio de Israel sobre o envio de vacinas excedentárias para a República Checa, Hungria, Honduras, e Guatemala, Dina Jibril, directora interina da Oxfam no Território Palestino Ocupado, descreveu o acordo como "vergonhoso", uma vez que milhões de palestinos estão à espera.
«A decisão de Israel de trocar vacinas excedentárias por votos na ONU e embaixadas, enquanto a grande maioria dos quase 5 milhões de palestinos que vivem na Cisjordânia ocupada e em Gaza ficam à espera da vacina potencialmente salva-vidas, é vergonhosa e míope», disse Jibril numa declaração.
E acrescentou, «O envio de stocks de vacinas em excesso pelo mundo fora enquanto os palestinos que vivem, em muitos casos, a apenas algumas centenas de metros de distância dos israelitas vacinados estão à espera, é mais um exemplo da recusa do governo israelita em cumprir a sua obrigação legal como potência ocupante».
Jibril salientou que o Estado ocupante tinha «um imperativo moral e de saúde pública para garantir...
Não se pode viver um único dia em Israel-Palestina sem a sensação de que este lugar está constantemente a ser concebido para privilegiar um povo, e um só povo: o povo judeu. No entanto, metade dos que vivem entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo são palestinos. O abismo entre estas realidades vividas enche o ar, sangra, está em todo o lado nesta terra.
Não me refiro simplesmente a declarações oficiais que explicitam isto – e há muitas, como a afirmação do Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu em 2019 de que «Israel não é um Estado de todos os seus cidadãos», ou a lei básica do "Estado-nação" que consagra «o desenvolvimento da colonização judaica como um valor nacional». Aquilo a que estou a tentar chegar é um sentido mais profundo das pessoas como desejáveis ou indesejáveis, e um entendimento sobre o meu país ao qual tenho estado gradualmente exposto desde o dia em que nasci em Haifa. Agora, é uma evidência que já não pode ser evitada.
Embora exista paridade demográfica entre os dois...
Numa conferência de imprensa em Berlim, na passada quinta-feira, os directores de 32 das mais prestigiadas instituições culturais alemãs divulgaram uma declaração na qual se pronunciam contra a resolução do Bundestag sobre o anti-semitismo e alertam que «as acusações de anti-semitismo estão a ser mal utilizadas para afastar vozes importantes e para distorcer posições críticas».
Sintomático do clima que se vive no meio cultural alemão é que a conferência de imprensa foi planeada clandestinamente e culminou um ano de reuniões mensais realizadas em absoluto sigilo. Em causa estão, no entender dos participantes, a democracia alemã e a liberdade de expressão artística e académica.
Na origem do movimento está uma resolução aprovada pelo Parlamento alemão, em Maio de 2019, que designava a campanha de sanções a Israel BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) como anti-semita. A resolução não vinculativa exorta todos os estados e municípios da Alemanha «a não apoiar financeiramente quaisquer...
Nós, abaixo assinados, académicos, jornalistas e intelectuais palestinos e árabes, exprimimos aqui a nossa opinião sobre a definição de anti-semitismo pela International Holocaust Remembrance Alliance (IHRA) e a forma como esta definição tem sido aplicada, interpretada e utilizada em vários países da Europa e da América do Norte.
Nos últimos anos, a luta contra o anti-semitismo tem sido cada vez mais instrumentalizada pelo governo israelita e pelos seus apoiantes, num esforço para deslegitimar a causa palestina e silenciar os defensores dos direitos dos Palestinos. Desviar a luta necessária contra o anti-semitismo para servir uma tal agenda ameaça debilitar esta luta e, consequentemente, desacreditá-la e enfraquecê-la.
O anti-semitismo deve ser desmascarado e combatido. Independentemente das intenções, nenhuma expressão de ódio pelos Judeus como Judeus deve ser tolerada em qualquer parte do mundo. O anti-semitismo manifesta-se em generalizações e estereótipos sobre os judeus, em...
A. Em Relatório à 44ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos, datado de 15 de Julho de 2020, o seu autor Michael Lynk – relator especial da ONU sobre a situação de direitos humanos no território palestino ocupado militarmente por Israel desde 1967 define como ilegal a punição colectiva que vitima o povo palestino, perpetrada pelo Governo de Israel.
O autor do Relatório entende que o enquadramento em causa, além de violar o sentido de Justiça e o alcance do Estado de Direito, atenta contra os direitos humanos e o direito internacional, traduzido materialmente «numa economia colapsada, numa infraestrutura devastada, um serviço social que mal funciona» e edificação de colonatos em terra alheia.
Depreende-se daquele escrito que alguns gestos do Hamas, porventura criticáveis, não podem de forma alguma justificar a carga violenta de colonatos nem abranger a globalidade da população palestina.
No plano interno, o próprio Tribunal Supremo de Israel, por decisão de 9 de Junho de 2020 (tirada sob...
A ocupação militar da Cisjordânia encaminha-se para o meio século de duração. As povoações Palestinas estão circundadas/cercadas por ilegais colonatos Israelitas que estrangulam a vida e qualquer miragem de desenvolvimento económico dos Palestinos.
Uma destas povoações é Nabi Saleh ao norte de Ramala. Esta curiosa povoação, onde todos os seus habitantes são parte da mesma família, os Tamimi, sobrevive na sombra do colonato de Halamish, construído ilegalmente em 1973 em terras pertencentes à aldeia. Desde então, a política de expropriação de terras pelos colonos Israelitas não tem cessado. O ímpeto colonizador alargou-se inclusive à nascente de água da aldeia, apropriando a mesma para uso exclusivo do colonato.
Tal agravou ainda mais as carências da população local. Após décadas de expropriação dos terrenos agrícolas da aldeia, devastando a principal fonte de rendimento de Nabi Saleh, a usurpação da nascente constitui um severo golpe para a sobrevivência da aldeia. O roubo...
António Guterres foi agraciado com o Prémio Theodor Herzl, a maior honraria do Congresso Mundial Judaico, como testemunho da «mais profunda gratidão por ser a voz da justiça e da equidade que o Estado de Israel e o povo judeu há muito, muito tempo esperavam das Nações Unidas.»
Numa Gala realizada em linha, em virtude da pandemia, Ronald S. Lauder, Presidente do Congresso Mundial Judaico, afirmou: «Durante demasiadas décadas, as Nações Unidas tiveram uma fixação bizarra no Estado judaico. Isto não só era perigoso para Israel, como também aviltava as Nações Unidas. Essa fixação em Israel tornou as Nações Unidas numa organização menos séria.»
Lauder agradeceu a Guterres «por encarar o anti-semitismo e o anti-sionismo, recusando-se a ceder à pressão daqueles que procuram isolar, demonizar e deslegitimar o único Estado judaico do mundo - Israel.», e concluiu:
«Não podemos pensar em ninguém que mais apropriadamente personifique e encarne a visão de Theodor Herzl para um mundo mais seguro e mais...
O Parlamento israelita, o Knesset, rejeitou um projecto de lei apresentado por Yousef Jabareen em nome da Lista Árabe Conjunta destinado a assegurar a plena igualdade para todos os cidadãos de Israel, independentemente da sua etnia ou filiação religiosa.
Apesar de o projecto de lei sublinhar a necessidade de os direitos humanos e a democracia estarem acessíveis a todos no Estado sionista, foi rejeitado por uma maioria da coligação governamental e dos partidos da oposição.
«O que vos proponho é, antes de mais, um tratado de paz entre o Estado e os seus cidadãos árabes, antes de abordar o que está para além das suas fronteiras», disse Jabareen aos deputados da direita que atacaram a sua proposta de legislação.
«A paz com os cidadãos árabes realiza-se quando o Estado assegura o seu estatuto de igualdade na sua casa», salientou Jabareen.
O texto do projecto de lei sublinhava que os princípios democráticos deveriam ser aplicados a todos os cidadãos do Estado: «Israel é um Estado democrático que...
A excitação de alguns dos nossos amigos europeus é verdadeiramente espantosa.
No mês passado, o Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita Gabi Ashkenazi foi convidado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros alemão Heiko Maas para se encontrar com todos os Ministros dos Negócios Estrangeiros europeus no contexto do Conselho dos Negócios Estrangeiros da UE.
A Palestina não foi convidada.
Independentemente de quaisquer explicações relativas às relações UE-Israel, a ocasião foi vista como uma recompensa por «suspender» uma declaração formal de anexação.
Por outras palavras, Israel anuncia que irá formalizar um crime que já está a cometer e quando diz que não o anunciará «durante algum tempo» alguns sentem a necessidade imediata de recompensar Israel, incluindo a realização de um conselho de associação.
A mensagem é simples: a anexação de facto e outras violações israelitas em curso não são um obstáculo à melhoria das relações.
Os parâmetros internacionalmente acordados para o processo de paz...
Horas depois de o colono judeu Amiram Ben Uliel ter sido condenado, na passada segunda-feira, a três penas de prisão perpétua mais 20 anos pelo triplo assassinato de uma família palestina, Yair Netanyahu, o filho do primeiro-ministro de Israel, criticou violentamente a condenação e endossou a ligação para uma página de financiamento do apoio jurídico a Ben Uliel.
Ben Uliel matou três membros da família Dawabsha na aldeia palestina de Duma, perto de Nablus, pegando fogo à casa da família, na noite de 30 de Julho de 2015. O ataque incendiário matou imediatamente o bebé Ali Dawabsheh, de 18 meses de idade. A sua mãe, Riham, e o seu pai, Saad, morreram mais tarde em consequência dos ferimentos. O outro filho do casal, Ahmad, de quatro anos, sobreviveu com terríveis queimaduras e cicatrizes.
Yair Netanyahu apoiou no Tweeter uma recolha de fundos para o Honenu, um grupo de assistência jurídica de extrema-direita que oferece apoio ao que eles chamam «soldados e civis que se encontram com...