Foi em Julho de 1975, no Festival Internacional de Cinema de Moscovo, entre dois mil convidados de delegações de todo o mundo, alojadas numa ala completa de um enorme hotel, o Roccia, que me encontrei frente a frente, pela primeira vez, com representantes da Organização da Libertação da Palestina (OLP). E com os seus filmes. E com o seu convívio, entre as inúmeras personalidades sonantes que eram mesmo de todos os quadrantes do mundo: Gina Lollobrigida, Beata Tyszkiewicz, Jacques Tati, Vittorio Gassman, Hortensia Allende, a viúva do Presidente eleito do Chile, Salvador Allende, morto em 1973 no golpe militar de General Augusto Pinochet, etc., etc., etc.
Em Portugal anterior à democracia e, dum modo geral, no Ocidente, a imagem dos palestinos no nosso subconsciente vinha intoxicada de uma obscuridade assaz carregada de principal responsável pelos horrores do conflito israelo-árabe, sombra resultante de uma sistemática campanha nos media que pendia quase sempre a favor de Israel.
Foi...