Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

Artigo publicado em Middle East Eye em 15 de Junho de 2018
 
Há sinais crescentes de que o muito adiado plano de paz de Donald Trump para o Médio Oriente — anunciado como o «acordo do século» — está prestes a ser desvendado.
Embora os colaboradores de Trump não tenham divulgado nada publicamente, os contornos do plano são já evidentes, segundo vários analistas.
Estes observam que Israel já começou a aplicar o acordo — consolidando o «apartheid» que impõe aos palestinos — enquanto Washington passou os últimos seis meses a arrastar os pés quanto à publicação do documento.
«Netanyahu continuou simplesmente a aprofundar o seu controlo sobre a Cisjordânia e Jerusalém Oriental — e sabe que os americanos não lhe vão barrar o caminho», declarou Michel Warschawski, analista israelita e dirigente do Centro de Informação Alternativa em Jerusalém.

Activistas e figuras nacionais palestinas participaram ontem num protesto contra a intenção de Israel de expulsar a comunidade beduína de Khan al-Ahmar e demolir as suas estruturas. Os participantes expressaram a sua solidariedade com os moradores de Khan al-Ahmar e a sua condenação do plano de Israel de os expulsar.
O local para onde os habitantes de Khan al-Ahmar serão empurrados situa-se entre um depósito de sucata e a maior lixeira da Cisjordânia.
Khan al-Ahmar é uma das comunidades palestinas que Israel procura expulsar do chamado Corredor E1, que permitiria estabelecer uma continuidade territorial entre Jerusalém e Maale Adumim, o maior dos colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia ocupada, com 40 000 habitantes. O Supremo Tribunal de Israel aprovou em Maio passado o plano de demolição de Khan al-Ahmar, e os buldozeres podem chegar a qualquer momento.

Dois palestinos, incluindo um rapaz de 13 anos, foram hoje mortos a tiro em Gaza por fogo israelita perto da cidade de Khan Yunis, afirmaram autoridades palestinas. 
O rapaz, identificado como Yasser Abu al-Naja, sucumbiu aos ferimentos depois de ser levado para o hospital. O outro morto palestino é Mohammad Fawzi Hamaydeh, de 24 anos, que foi ferido com gravidade por balas reais e mais tarde sucumbiu aos seus ferimentos.
As forças sionistas dispararam balas reais e granadas de gás lacrimogéneo contra os manifestantes desarmados que participavam na 14.ª sexta-feira consecutiva da Grande Marcha do Retorno, junto à vedação com que Israel isolou a Faixa de Gaza.
Os soldados israelitas também dispararam uma bomba de gás lacrimogéneo contra uma ambulância perto dos protestos, a leste da cidade de Gaza, causando sufocação a três paramédicos que nela seguiam.

Os Estados Unidos congelaram completamente a sua assistência civil à Autoridade Palestina, segundo o site noticioso israelita Walla.
A ajuda foi suspensa ao abrigo da «Lei Taylor Force» (do nome de um cidadão estado-unidense morto em Israel em 2016 por um palestino da Cisjordânia), aprovada em Março pelo Congresso dos Estados Unidos. A lei visa obrigar a Autoridade Palestina a deixar de pagar subsídios mensais aos presos palestinos nas prisões israelitas e às famílias de palestinos mortos e feridos por Israel.
Na sociedade palestina, a Organização de Libertação da Palestina (OLP) tem a responsabilidade de fornecer assistência financeira às famílias dos que foram mortos, feridos ou presos pelas forças israelitas.

A aldeia beduína de al-Araqib, na região do Negev/Naqab (Sul de Israel), foi na manhã de hoje novamente demolida por escavadoras israelitas. Trata-se da 130.ª vez que a aldeia é demolida desde 27 de Julho de 2010, sob o pretexto de que está construída numa terra que é «propriedade estatal» israelita.
No entanto, crónicas e documentos históricos provam que a aldeia foi construída durante a época otomana em terras compradas nessa época pelos moradores da aldeia.
O exército israelita forçou os habitantes da aldeia a abandonarem as suas tendas e barracas, deixando-os sem tecto. Foram demolidas todas as estruturas residenciais e agrícolas da aldeia.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, advertiu a Casa Branca contra as «alternativas e ilusões» que visam impedir a criação de um Estado palestino. 
Abbas reagia a uma entrevista hoje publicada de Jared Kushner, assessor do presidente Donald Trump, ao jornal palestino Al Quds, na qual ameaçava que o «acordo de paz» anunciado pelos EUA seria publicado com ou sem a participação dos palestinos. «Se o presidente Abbas estiver pronto para voltar à mesa de negociações, então estamos prontos para participar na discussão, mas se não for o caso, vamos tornar público o plano», que estaria pronto em breve, afirmou Kushner, acrescentando que Abbas «teme que publiquemos o nosso plano de paz e o povo palestino realmente goste dele». 
A entrada do veleiro Freedom estava prevista para a noite de ontem, mas à última hora surgiu a proibição da Marina de Cascais que pretendia ainda a saída do Al-Awda. Foram precisas doze horas de negociações, com avanços e recuos, para que, finalmente, as duas embarcações se juntassem. Mais uma vez, a força da solidariedade derrotou o braço longo do sionismo.
Membros da tripulação, com representantes das organizações que acolhem a Flotilha da Liberdade em Portugal e o vice-presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina, deputado Ivan Gonçalves vão estar hoje às 18.30 horas, na Associação José Afonso, Rua de São Bento, 170, em Lisboa, para uma sessão pública que contará com a actuação do Coro da Achada.
O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, recebeu hoje de manhã os membros da Flotilha da Liberdade Zohar Chamberlain Regev, israelita, coordenadora da Flotilha; Awni Farhat, palestino, natural de Gaza; e Carlos Ponte, médico de Oviedo, Espanha. Acompanharam-nos, em representação das organizações que acolhem a Flotilha em Portugal, Carlos Almeida, do MPPM, e Natasha Ribeiro, do GAP.
 
 
O navio Al-Awda (O Regresso) que, com o veleiro Freedom (Liberdade), integra a Flotilha da Liberdade 2018 — Rumo a Gaza, atracou hoje na Marina de Cascais. Todavia, quem ali se deslocou para saudar a tripulação, à semelhança do que tem sido feito em todos os outros portos da Europa por onde tem passado, foi impedido de o fazer, tendo que se reunir no exterior da Marina. Também os jornalistas foram impedidos de colher fotografias da embarcação. A situação é tanto mais absurda quanto a Vila de Cascais é geminada com Gaza!
Os barcos Freedom (Liberdade) e Al-Awda (O Retorno), que integram a Flotilha da Liberdade 2018, vão ser acolhidos na Marina de Cascais amanhã, 19 de Junho, às 17h. A Flotilha da Liberdade pretende navegar até Gaza para romper o desumano bloqueio a que Israel sujeita o pequeno território palestino.
Até dia 22, realizam-se na zona de Lisboa uma série de acontecimentos [https://www.facebook.com/MPPM.Movimento.Palestina/photos/a.2161335350730... animados pelos membros da Flotilha e várias organizações portuguesas, incluindo o MPPM, para exigir o fim do bloqueio à Faixa de Gaza e reclamar o direito a um futuro justo para a Palestina.
Flotilha da Liberdade impedida de atracar em Paris
Flotilha da Liberdade impedida de atracar em Paris

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