Na 49.ª semana de protestos em Gaza, 83 feridos por exército de Israel
Pela 49.ª semana consecutiva, nesta sexta-feira milhares de palestinos da Faixa de Gaza convergiram para a zona próxima da vedação com que Israel isola o território costeiro para participar na Grande Marcha do Retorno.
Os soldados israelitas feriram 83 palestinos, incluindo 23 menores, uma mulher, três paramédicos e um jornalista, informa o Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR). Três dos feridos encontram-se em estado grave.
As forças sionistas, que posicionaram atiradores e jipes militares ao longo da vedação, continuaram a reprimir os manifestantes, abrindo fogo e atirando bombas de gás lacrimogéneo. Dezenas de manifestantes foram atingidos por balas e bombas de gás lacrimogéneo, quando não representavam qualquer ameaça para a vida dos soldados.
Estas novas violações surgem um dia depois de a Comissão de Inquérito Independente das Nações Unidas para investigar as violações cometidas no território palestino ocupado ter publicado as suas conclusões relativas ao período de 30 de Março (dia do início da Grande Marcha do Retorno) a 31 de Dezembro de 2018.
Segundo o relatório da comisssão, as forças armadas israelitas dispararam intencionalmente sobre civis durante os protestos da Grande Marcha do Retorno na Faixa de Gaza no ano passado, matando 189 palestinos e ferindo mais de 6100, podendo tais actos constituir crimes de guerra e crimes contra a humanidade .
Desde que as manifestações começaram, em fim de Março do ano passado, mais de 250 palestinos foram mortos pelas tropas israelitas .
Os manifestantes exigem o direito dos refugiados palestinos e seus descendentes a voltarem para suas casas na Palestina histórica, de onde foram expulsos em 1948 na campanha de limpeza étnica por ocasião da fundação do Estado de Israel. Exigem o fim do bloqueio que Israel (com a colaboração do Egipto) impõe há 12 anos à Faixa de Gaza, o qual destruiu a economia do enclave costeiro e privou os seus quase dois milhões de habitantes de muitas infraestruturas básicas.