Adolescente palestino morto por fogo israelita na Faixa de Gaza
Um adolescente palestino de 15 anos foi morto por fogo israelita na noite de quarta para quinta-feira perto da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza. Saif A-Din Abu Zaied foi atingido na cabeça por um atirador especial israelita e veio a morrer no hospital, informou um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza.
Seis outros manifestantes foram feridos pelas forças israelitas e levados para o hospital.
O adolescente morto participava com outras dezenas de jovens naquilo que é conhecido como uma «unidade nocturna de confusão». Desde Fevereiro passado, jovens palestinos reúnem-se perto da vedação e queimam pneus, lançam papagaios de papel incendiários, accionam sirenes e lançam bombas sonoras, como forma de pressão para que Israel pare com a violência contra os residentes da Faixa de Gaza.
Encaram os seus protestos como parte da Grande Marcha de Retorno, que começou no final de Março do ano passado e exige o fim do bloqueio por Israel à Faixa de Gaza, que dura há 12 anos, e o direito de retorno às suas terras dos refugiados palestinos e seus descendentes expulsos em 1948, por altura da criação do Estado israelita.
Na semana passada uma comissão independente de investigação nomeada pelo Conselho dos Direitos Humanos da ONU denunciou que as forças armadas do regime sionista podem ter cometido crimes de guerra e crimes contra a humanidade na repressão dos manifestantes desarmados da Grande Marcha do Retorno.
Entre 30 de Março e 31 de Dezembro de 2018, os soldados israelitas mataram 189 palestinos que participavam nas manifestações, 183 dos quais com munições reais. Só no dia 14 de Maio as forças sionistas mataram 60 manifestantes, o maior número de mortos num único dia em Gaza desde a agressão militar israelita de 2014. A comissão reportou também 6106 pessoas feridas por munições reais, incluindo 940 menores, 39 agentes de saúde e 39 jornalistas.
Além disso, o OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários) calculou que 23 313 palestinos foram feridos pelas forças israelitas no contexto das manifestações, incluindo por inalação de gás lacrimogéneo e por serem atingidos pelas granadas de gás, contribuindo para que 2018 fosse o ano com o maior número de feridos registados no Território Palestino Ocupado desde 2005.