Médio Oriente

Artigo publicado pela Al-Jazeera em 4 de Junho de 2018

Há mais de 50 anos, o Estado de Israel chocou o mundo quando tomou os territórios palestinos remanescentes da Cisjordânia, Jerusalém Oriental e Faixa de Gaza, bem como os Montes Golã sírios e a Península do Sinai egípcia, em apenas seis dias.

Numa guerra com o Egipto, a Jordânia e a Síria conhecida por Guerra de 1967 ou Guerra de Junho, Israel impôs o que veio a ser conhecido como «Naksa», o que significa revés ou derrota, aos exércitos dos países árabes vizinhos e aos palestinos, que perderam tudo o que restava da sua terra natal.

A Naksa foi uma continuação de um acontecimento central anterior que abriu caminho à guerra de 1967. Dezanove anos antes, em 1948, o Estado de Israel formou-se num processo violento que resultou na limpeza étnica da Palestina.

O MPPM condena da forma mais vigorosa o rompimento unilateral do acordo nuclear sobre o Irão ontem anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Trata-se dum acto gravíssimo, cujo significado e consequências extravasam o quadro do próprio acordo, e que abre as portas a cenários catastróficos no Médio Oriente, e não só.

O MPPM recorda que o acordo em questão, conhecido pela sigla em inglês JCPOA, não é um acordo bilateral entre os EUA e o Irão. Trata-se dum acordo negociado e assinado em Julho de 2015 pelo Irão, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a Alemanha e a União Europeia. Ao romper unilateralmente e sem qualquer razão credível o acordo, os EUA estão igualmente a desferir um golpe profundo na própria ONU e nos princípios da sua Carta, nomeadamente no princípio da resolução pacífica e negociada dos conflitos.

O presidente Donald Trump declarou hoje que os Estados Unidos se retiram do acordo nuclear multilateral com o Irão. Trump afirmou que o acordo, conhecido pela sigla inglesa JCPOA (Plano de Acção Conjunto Global), foi um «acordo unilateral horrível que nunca deveria ter sido feito» e anunciou «o mais alto nível de sanções» contra Teerão.
Nos termos do acordo, assinado em 2015 entre o Irão e a China, os EUA, a França, o Reino Unido e a Rússia, e ainda a Alemanha e a União Europeia, o Irão reduziria o seu programa de enriquecimento de urânio e prometia não se dotar de armas nucleares. Inspectores da ONU confirmaram repetidamente que o Irão respeitou o acordo.

1. O MPPM condena energicamente a agressão efectuada pelos Estados Unidos da América, Reino Unido e França contra a República Árabe Síria, na noite de 13 para 14 de Abril de 2018. O ataque com mais de cem mísseis cruzeiro é ilegal à luz do Direito Internacional. Violou a Carta da ONU e foi efectuado à margem do seu Conselho de Segurança. O ataque seguiu-se a uma agressão análoga lançada por Israel na noite de 9 de Abril.

2. É de registar o facto de o ataque dos EUA, RU e França ter sido efectuado na véspera da anunciada chegada duma equipa da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ, ou OPCW na sua sigla em inglês), que deveria visitar Douma, o local do alegado ataque com armas químicas que foi usado como pretexto para desencadear a agressão. Neste sentido, o ataque pode ser encarado como uma tentativa de impedir que a organização internacional encarregue de avaliar o cumprimento da Convenção sobre as Armas Químicas pudesse desempenhar o seu trabalho.

Há 15 anos começou a invasão do Iraque, a chamada operação «Liberdade do Iraque». Na noite de 19 para 20 de Março de 2003, o presidente estado-unidense George W. Bush deu a ordem para a invasão, levada a cabo por uma coligação de países sob direcção dos EUA.
Os principais pretextos para a invasão foram a eliminação do arsenal de armas de destruição maciça que o Iraque pretensamente teria e as supostas ligações do regime iraquiano à al-Qaeda. Esses «argumentos» foram usados numa intensa e maciça campanha de mistificação informativa, em que alinharam todos os grandes meios de comunicação social, que reproduziram, acriticamente ou de forma cúmplice, as falsidades produzidas pelos serviços de informações ocidentais.
Há 35 anos, no dia 16 de Setembro de 1982, teve início o massacre dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, a sul de Beirute, capital do Líbano. Cumprindo ordens de Israel, que invadira o Líbano e controlava Beirute, a Falange, uma milícia libanesa cristã comandada e armada por Israel, entrou nos campos e até ao dia 18 entregou-se a uma matança selvática. Soldados israelitas controlavam o perímetro dos campos, e durante a noite disparavam foguetes luminosos para ajudar a acção dos criminosos falangistas.
O massacre foi de uma barbaridade inaudita. Ao entrar no campo de Chatila no dia 19, a americana Janet Lee Stevens, que trabalhava para a Amnistia Internacional, deparou-se com a cena de corpos com membros e cabeças cortadas, alguns
Na madrugada de hoje, 7 de Setembro, vários mísseis israelitas, que atravessaram o espaço aéreo libanês, atingiram forças militares sírias e o centro de pesquisa científica da cidade de Masyaf, na província de Hama (noroeste da Siria). Masyaf está localizada a aproximadamente 60 km a leste da cidade costeira de Tartus, onde a Rússia tem uma base naval.
«Aviões israelitas dispararam às 2h42m de hoje vários mísseis do espaço aéreo libanês, tendo como alvo uma das nossas posições militares perto de Masyaf, que resultaram em danos materiais e na morte de dois membros do pessoal local», informou o Exército sírio em comunicado. Outras fontes, citadas pela Al-Masdar News, indicam que o ataque israelita atingiu também o Centro de Investigação e Estudos Científicos em Masyaf.
Tendo presente o papel devastador que a NATO assumiu com as suas intervenções contra países soberanos, nomeadamente no Médio Oriente, e quando, em Bruxelas se reúne mais uma cimeira daquela organização, o MPPM respondeu, com outras organizações, ao apelo lançado pelo CPPC para denunciar o carácter belicista da NATO, participando no acto público hoje realizado, em Lisboa, com um desfile entre a Praça Luís de Camões e o Rossio, e subscrevendo o seguinte documento:
«Em defesa da paz e da segurança no mundo! Não aos objectivos belicistas da Cimeira da NATO de Bruxelas!
A NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte – é um bloco político-militar responsável por guerras de agressão contra Estados soberanos e seu imenso legado de morte, sofrimento e destruição, incluindo o drama de dezenas de milhões de deslocados e refugiados, muitos deles mulheres e crianças, principais vítimas de redes de tráfico humano.
Na Arábia Saudita, primeira escala da sua primeira visita ao estrangeiro, o presidente estado-unidense, Donald Trump, trouxe más notícias para os povos do Médio Oriente e a paz na região.
É eloquente a própria escolha do país: a petromonarquia saudita é um dos regimes mais reaccionários e intolerantes do mundo, campeão do desrespeito pelos direitos humanos (nomeadamente das mulheres), conduz uma guerra de agressão contra o povo iemenita e organiza e financia, nomeadamente contra a República Árabe Síria, organizações que os Estados Unidos afirmam combater na chamada «guerra contra o terrorismo Estados Unidos 110 mil milhões de dólares de armamentos, que sobretudo servirão para desempenhar o seu papel de polícia dos interesses imperiais nesta região.
O MPPM condena o bombardeamento levado a cabo pelos Estados Unidos da América contra a Síria. O lançamento de 59 mísseis Tomahawk na madrugada do passado dia 7 de Abril contra a base aérea síria de Shayrat, alegadamente em «retaliação» pelo emprego de armas químicas pelas forças armadas sírias contra a população civil de Khan Sheikoun, constitui um acto de agressão efectuado à margem da ONU e ao arrepio do direito internacional, com repercussões negativas em todo o Médio Oriente.

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