Médio Oriente

Milhares de pessoas manifestaram-se na sexta-feira 30 de Setembro no centro da capital da Jordânia, Amman, para protestar contra um contrato para a compra de gás israelita pela Jordânia. Os opositores ao acordo caracterizam-no uma concessão à «entidade sionista» e contrário aos interesses jordanos. O governo da Jordânia, em que mais de 60% da população é de origem palestina, foi acusado de assinar o negócio «à porta fechada» e contra os desejos da nação.
Este protesto é o quarto em quatro dias. Na quinta-feira, os serviços de segurança impediram uma outra manifestação em Irbid.
Durante a manifestação, convocada pela Campanha Nacional contra o Contracto do Gás com a Entidade Sionista, os participantes entoaram palavras de ordem como «O gás da ocupação é ocupação» e «O povo quer cancelar o contracto [do gás]».
Numa troca de e-mails com um amigo em Março de 2015, revelada no começo desta semana pelo site DCLeaks.com, o antigo secretário de Estado dos EUA Colin Powell afirmou que Israel possui 200 ogivas nucleares.
Nessa troca e-mails, Colin Powell discutia um discurso pronunciado nesse dia numa rara sessão conjunta do Congresso estado-unidense pelo primeiro-ministro israelita em que Benjamin Netanyahu se opunha ferozmente ao acordo então proposto pelo presidente Barack Obama para limitar o programa nuclear do Irão.
Sublinhando a gritante hipocrisia da posição de Israel, o antigo secretário de Estado escrevia: «Os iranianos não podem usar uma se finalmente fizerem uma. Os rapazes de Teerão sabem que Israel tem 200, todas apontadas a Teerão, e nós temos milhares.»
Na noite de 16 de Setembro de 1982, milícias falangistas libanesas invadiram os campos de refugiados de Sabra e Chatila, nos arredores de Beirute, com a conivência do exército israelita que, desde Junho, ocupava a capital do Líbano. Durante 40 horas levaram a cabo um hediondo massacre de que resultaram numerosas vítimas palestinas, em grande parte mulheres e crianças. Enquanto os falangistas executavam a sua macabra missão, o exército israelita bloqueava as saídas dos campos para evitar a fuga dos refugiados em pânico e, à noite, iluminava o terreno com foguetes luminosos.
O número exacto de vítimas é difícil de determinar pois, além do milhar de corpos enterrados em valas comuns pela Cruz Vermelha, muitas vítimas ficaram soterradas nas casas derrubadas a buldózer pelas milícias e centenas de palestinos foram por elas levados para destino desconhecido de onde nunca regressaram. Uma estimativa credível aponta para 3500 vítimas.
O MPPM associou-se ao CPPC, à CGTP-IN, ao MDM e outras organizações na campanha contra a Cimeira da NATO que vai ter lugar em Varsóvia. 
A campanha culminou com um acto público na Rua do Carmo, em Lisboa, no dia 8 de Julho. Este é o texto da intervenção do representante do MPPM, José Oliveira:
 
Caras amigas, caros amigos:
O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – considera que a justa solução da questão palestina é indissociável da questão da paz no Médio Oriente e até da questão da paz a nível mundial. Como talvez nunca antes no passado, esta afirmação assume hoje uma dramática actualidade. Depois de guerras de agressão que destruíram Estados soberanos, laicos e desenvolvidos, a região mergulhou num clima de turbulência e caos.
Os membros fundadores da NATO, signatários do Tratado do Atlântico Norte (Washington, 1949), assumiram um compromisso com “a defesa colectiva e a preservação da paz e da segurança” na Europa e na América do Norte.
Todavia, a realidade tem sido bem diferente, não só no que respeita aos princípios como ao âmbito territorial.
O Médio Oriente, que é, actualmente, a região cada vez mais insegura e perigosa do Mundo, tem sido alvo das atenções da NATO, que aí tem tido o seu maior protagonismo, com várias intervenções, e para onde se tem alargado através do “Diálogo do Mediterrâneo” (1994), que associou Marrocos, Argélia, Tunísia, Egipto, Israel, Jordânia e Mauritânia, e da “Iniciativa de Cooperação de Istambul” (2004), alargada ao Barém, Catar, Kuwait e Emiratos Árabes Unidos. Recentemente Barém, Jordânia, Catar, Kuwait e Israel abriram “representações permanentes” na sede da NATO em Bruxelas.
No dia 16 de Maio de 2016 completam-se 100 anos desde a assinatura do documento que ficou para a história como «Acordo Sykes-Picot». Este acordo previa a divisão em «esferas de influência» francesa e inglesa das possessões árabes do Império Otomano.
 
Cem anos depois, fazem-se ainda sentir em todo o Médio Oriente as consequências funestas deste acto prepotente e traiçoeiro, particularmente para o povo da Palestina.
 
A própria história da elaboração do Acordo Sykes-Picot é bem um exemplo de perfídia, mentira e traição aos povos da região.
«O planalto dos Montes Golã permanecerá para sempre nas mãos de Israel», declarou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a 17 de Abril passado, numa reunião do conselho de ministros efectuada nos Montes Golã.
 
Esta declaração é grave e muito preocupante. Os Montes Golã são território sírio, ocupado militarmente por Israel na sequência da Guerra dos Seis Dias (1967). Em 1981 Israel declarou unilateralmente que o território que aí ocupava passaria a fazer parte do território israelita.
 
A comunidade internacional nunca aceitou este acto de Israel, o qual foi condenado e considerado nulo pela Resolução 497 do Conselho de Segurança da ONU.
 
Celebramos neste 25 de Abril de 2016 o 42.º aniversário da Revolução dos Cravos e o 40.º da entrada em vigor da Constituição da República Portuguesa (CRP) que integrava – e integra ainda, não obstante as sucessivas tentativas de a descaracterizar – o essencial dos Valores de Abril: liberdade, dignidade e esperança para todos os povos.
 
Depois de quase meio século de ditadura fascista, obscurantista e colonialista, o povo português readquirira os seus direitos fundamentais e devolvera aos povos colonizados a sua independência, recolocando o país no concerto pacífico, igualitário e solidário das nações.
Em Abril de 1974 o povo português reconquistou os seus direitos, mas, na mesma data, Portugal assumiu compromissos de honra perante os outros povos. É, por isso, oportuno recordar, nesta data, os princípios ainda inscritos na nossa Constituição quanto às relações internacionais:
 
— independência nacional
No dia 13 de Março último, um jovem palestino, Adi Kamal Salamah, catorze anos, foi ferido com gravidade pelo exército israelita durante uma manifestação na aldeia de al-Mazraa al-Gharbiya, a noroeste de Ramallah. No dia anterior, Israa Abu Khussa, seis anos, natural de Beit Lahiya, morreu na sequência de ferimentos provocados pelo mais recente bombardeamento da força aérea de Israel sobre a faixa de Gaza. São duas das vítimas mais recentes de uma onda de repressão generalizada que Israel tem em marcha desde Outubro de 2015, visando sufocar a resistência do povo palestino, aprofundar o processo de ocupação e colonização dos territórios palestinos e quebrar a solidariedade activa com a causa nacional palestina.
 
O MPPM, que dinamizou o Apelo «Salvemos a vida do poeta palestino Ashraf Fayadh condenado à morte na Arábia Saudita!», regozija-se com a notícia de que a sentença de morte foi revogada. 
Salvar no imediato a vida de Ashraf Fayadh constitui uma assinalável vitória do movimento de solidariedade que se desencadeou no mundo inteiro, incluindo em Portugal. 
Não iremos baixar os braços. O movimento de solidariedade provou a sua eficácia. Está agora mais forte e, portanto, em melhores condições para travar a execução da pena brutal agora aplicada - oito anos de prisão e 16 sessões de 50 vergastadas, perfazendo um total de 800 -  e prosseguir a luta até ao objectivo final, a libertação de Ashraf Fayadh. 

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