«Não há região do Mundo onde a Paz e os Direitos Humanos estejam mais ameaçados que no Médio Oriente»

«Não há região do Mundo onde a Paz e os Direitos Humanos estejam mais ameaçados que no Médio Oriente», afirmou Jorge Cadima na sessão realizada na Casa do Alentejo, em Lisboa, por iniciativa das organizações e entidades promotoras do Encontro pela Paz (Loures, 20 de Outubro de 2018) no quadro do 70º Aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Jorge Cadima, que falava em representação do MPPM, fundamentou a sua afirmação ilustrando-a com algumas notícias recentes:

- Um relatório do OCHA (Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários) divulgado no final de Dezembro passado revelava que um total de 295 palestinos foram mortos e mais de 29 000 foram feridos em 2018 pelas forças israelitas. Num outro relatório divulgado na mesma altura, a Comissão dos Presos Palestinos informava que em 2018 Israel deteve 6489 palestinos, incluindo 1063 crianças, 140 mulheres, seis parlamentares e 38 jornalistas, e emitiu também 988 ordens de detenção administrativa.

- Israel prossegue a colonização dos territórios palestinos ocupados. O número de colonos israelitas voltou a subir em 2018. Já são 450 000 na Cisjordânia e mais de 200 000 em Jerusalém Oriental.

- Há três dias, o Ministério da Saúde na Faixa de Gaza alertou para um desastre humanitário e sanitário sem precedentes neste território palestino depois de sete hospitais, incluindo dois hospitais pediátricos, terem sido forçados a suspender serviços por causa da falta de electricidade.

- Entretanto subsiste o infame Muro do Apartheid, condenado pelo Tribunal Penal Internacional em Julho de 2004.

- Na madrugada de segunda-feira, aviões israelitas realizaram ataques contra a Síria no segundo dia consecutivo de ataques. O ataque israelita durou cerca de uma hora e visou áreas a sul de Damasco. Já na véspera, domingo, quatro aviões israelitas tinham atacado um aeroporto a sudeste de Damasco.

A concluir, Jorge Cadima chamou a atenção para que esta política de Israel conta com o apoio dos Estados Unidos e da União Europeia. Referiu, por exemplo, que ao abrigo do programa europeu de apoio ao desenvolvimento Horizonte 2020, Israel recebeu mais fundos que Portugal!

Nesta sessão, conduzida por Ilda Figueiredo (CPPC), que estava acompanhada na mesa por João Barreiros (CGTP-IN) e Solange Pereira (JOC), intervieram ainda Henrique Borges (FENPROF), Ana Souto (MDM), José Augusto Paixão (LOC-MTC) e Madalena Santos (APJD).

No essencial, todas as organizações reiteraram o seu compromisso de dar continuidade ao «Apelo em defesa da paz» saído do Encontro de Loures.

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