Assembleia Geral da ONU aprova resolução apoiando Estado palestino, rejeita condenação do Hamas

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou no dia 6 de Dezembro uma resolução que apela ao fim da ocupação israelita e apoia a solução de dois Estados, Israel e Palestina, nas fronteiras anteriores a 1967.

A resolução, apresentada pela Irlanda, apela à «realização, sem demora, de uma paz abrangente, justa e duradoura no Médio Oriente, com base nas resoluções relavantes da ONU». Mais adiante, o texto exorta ao «fim da ocupação israelita que começou em 1967, incluindo de Jerusalém Oriental, e reafirma, nesse sentido, o seu apoio inabalável, de acordo com o direito internacional, à solução de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado em paz e segurança dentro de fronteiras reconhecidas, com base nas fronteiras anteriores a 1967».

A resolução foi aprovada por maioria esmagadora: 156 votos a favor, 5 contra (Israel, EUA, Austrália, Libéria e Ilhas Marshall) e 12 abstenções. Portugal votou a favor.

Pouco antes, a Assembleia Geral rejeitara um projecto de resolução apresentado pelos EUA que condenava o Hamas por disparar rockets contra Israel e «incitar à violência» e exigia que «o Hamas e outros actores militantes, incluindo a Jihad Islâmica Palestina, cessem todas as acções provocatórias e actividade violenta».

Tratava-se de um projecto que condenava a resistência à agressão sionista, ao mesmo tempo que silenciava o bloqueio a Gaza e os crimes de Israel, nomeadamente os bombardeamentos aéreos que ao longo dos anos provocaram milhares de mortos, e mais recentemente o massacre de centenas de manifestantes desarmados da Grande Marcha do Retorno.

Apesar de ter obtido 87 votos a favor, 57 contra e 33 abstenções, o projecto foi rejeitado, já que a sua aprovação requeria uma maioria de dois terços.

Lamentavelmente, Portugal — tal como todos os países da UE — posicionou-se contra as vítimas e do lado dos agressores, votando a favor deste texto enviesado e vergonhoso.

Comentando o resultado desta votação, Ismail Haniyeh, presidente do Bureau Político do Hamas, afirmou que «este apoio político aos palestinos e à sua resistência sublinha a legitimidade da luta palestina pela liberdade e o fracasso da ocupação israelita em persuadir os países do mundo das suas políticas agressivas».

Também Munir al-Jaghoub, porta-voz da Fatah na Cisjordânia, se congratulou com o resultado, declarando: «A decisão americana de criminalizar a luta palestina não passou, o que é um êxito para a causa palestina.»

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