Ocupação, Colonização e Apartheid Israelitas

MPPM na ES Passos Manuel
Dando continuidade a uma relação iniciada em Março de 2010, com a realização de uma workshop dinamizada por Nuno Coelho, co-autor do livro Uma Terra sem Gente para Gente sem Terra, o MPPM voltou à Escola Secundária Passos Manuel.
No passado dia 28 de Janeiro, Carlos Almeida e Teresa Palma Fernandes, da Direcção Nacional do MPPM, dinamizaram um encontro com alunos daquela escola com uma exposição sobre os fundamentos e o desenvolvimento histórico da causa nacional do povo palestino.
Este artigo foi publicado no jornal Público em 16 de Janeiro de 2011

1.Quando se fala da perseguição aos cristãos no Médio Oriente, não se tem em conta a situação especial na Palestina. O Conselho Ecuménico das Igrejas publicou, agora, um documento elaborado pelos cristãos e teólogos palestinos que, perante o drama do seu povo, perguntam: o que faz a comunidade internacional? Que fazem os chefes políticos na Palestina, em Israel e no mundo árabe? Que faz a Igreja? 1.

Nos limites deste espaço, o melhor é dar-lhes a palavra, porque o documento é, também, um convite às Igrejas: "vinde e vede", conhecer os factos e descobrir as gentes desta terra, palestinos e israelenses. Condenamos todas as formas de racismo, religioso ou étnico, incluindo o anti-semitismo e a islamofobia. Vamos aos factos.
Respondendo ao apelo de diversas organizações, entre as quais o MPPM, muita centenas de pessoas concentraram-se frente à Embaixada de Israel, em Lisboa, no dia 2 de Junho, para manifestar a sua indignação perante o vergonhoso ataque de Israel contra barcos que transportavam ajuda humanitária para Gaza. Entoando palavras de ordem como "Basta de Crimes!", "Fim ao Bloqueio a Gaza!", "Fim à Ocupação Israelita!" ou "Palestina Independente!", os manifestantes ouviram, ainda, intervenções dos representantes de algumas das organizações promotoras da concentração - Conselho Português para a Paz e Cooperação, Comité de Solidariedade com a Palestina, Colectivo Mumia Abu-Jamal, Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente e Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional.
Decorrido cerca de um ano da tomada de posse do governo de extrema-direita em Israel, liderado por Benjamin Netanyahu e Avigdor Lieberman, estão confirmadas as piores expectativas sobre o agravamento da repressão sobre o povo palestino, ao bloqueamento do processo negocial com vista a uma solução diplomática que ponha fim à ocupação, o respeito pelo direito e a legalidade internacional, e a agudização das tensões no Médio Oriente.
 
 Nuno Coelho na ES Passos Manuel
Nuno Coelho, licenciado em Design de Comunicação e Arte Gráfica e co-autor, com Adam Kershaw, do livro Uma Terra Sem Gente Para Gente Sem Terra, esteve três semanas na Cisjordânia onde se apercebeu de como o conflito israelo-árabe influenciava a vida quotidiana dos palestinos. Desenvolveu trabalho com crianças palestinas, no domínio das artes, e observou e viveu na realidade do dia-a-dia que considerou, por vezes, muito chocante.
Maria Eugénia Vaz é professora da disciplina de História da turma C do 12.º ano do Curso Científico-Humanístico: Línguas e Humanidades, da Escola Secundária Passos Manuel, sede do Agrupamento Baixa Chiado, em Lisboa, em cujo currículo são tratadas as "Alterações geoestratégicas, tensões políticas e transformações sócio-culturais no mundo actual: permanência de focos de tensão em regiões periféricas - O Médio Oriente e a questão israelo-palestina".
Zona Fechada (Closed Zone) é um pequeno filme de animação realizado em 2009 por Yori Goodman, o Director de Animação de A Valsa com Bashir, para a organização de direitos humanos Gisha - Legal Center for the Freedom of Movement.
Em menos de dois minutos, o realizador ilustra, de forma poderosa, o drama do milhão e meio de palestinos prisioneiros na sua própria terra num filme que mantém, ainda hoje, toda a sua actualidade.
Zona Fechada - Filme de animação realizado por Yori Goodman para Gisha
Zona Fechada - Filme de animação realizado por Yori Goodman para Gisha
A invasão militar israelita a Gaza, entre 27 de Dezembro de 2008 e 18 de Janeiro de 2009, desencadeou, a nível mundial, uma firme vontade no sentido de promover uma iniciativa conjunta de repúdio a essa invasão militar e ao cerco a Gaza que, hoje, ainda se mantêm.
O dia 27 de Dezembro de 2009 marcou o primeiro aniversário da invasão do exército israelita à Faixa de Gaza e embora os tanques israelitas tenham abandonado esse território a 18 de Janeiro de 2009, o cerco a Gaza permanece.
A nível mundial, um vasto conjunto de organizações (ONGs e outras), entidades regionais, e, também, figuras públicas de relevo (académicos, juristas, médicos, jornalistas, fotógrafos, artistas e estudantes), iniciaram e desenvolveram um trabalho articulado de preparação e organização da Marcha pela Liberdade de Gaza (Gaza Freedom March) e 31 de Dezembro de 2009 foi a data escolhida para a sua realização.
Entre 6 e 13 de Dezembro, centrada no Dia dos Direitos Humanos (10 de Dezembro), a EWASH Advocacy Task Force, representando mais de 30 organizações — ONG locais, ONG internacionais e Agências das Nações Unidas — que trabalham em Água, Saneamento e Higiene nos Territórios Palestinos Ocupados, promove uma campanha global de sensibilização pelo direito do povo palestino à água e ao saneamento básico. O MPPM, cumprindo o seu dever estatutário de informar sobre a questão palestina, associa-se a esta campanha consciente de que o problema da água, apesar de vital para os palestinos, merece muito pouca atenção dos meios de comunicação nacionais.
 
O direito à água e ao saneamento é uma questão crítica nos Territórios Palestinos Ocupados (TPO). A crise da água nos TPO tem sido recorrente ao longo de todo o período de ocupação:
 

«I Can't», uma criação da coreógrafa Sofia Silva, abriu a 2.ª Semana da Palestina em 21 de Novembro de 2009, no Fórum Romeu Correia, em Almada. Inês Tarouca interpretou a dança de forma notável, transmitindo, com grande contenção, a forte carga dramática imposta ao personagem.

No passado dia 4 de Novembro, a União Europeia assinou com o Estado de Israel um novo acordo comercial, envolvendo o comércio de produtos agrícolas, frescos e transformados, e piscatórios. Este acordo, que entrará em vigor em 1 de Janeiro de 2010, traduz um significativo avanço no sentido da liberalização do comércio mútuo, e da integração económica de ambos os mercados.
 
A decisão da União Europeia no sentido do incremento das relações comerciais com o Estado de Israel surge no momento preciso em que o Governo de Israel intensifica a sua política de colonização e exploração dos territórios palestinos ocupados, numa atitude de claro desafio à comunidade internacional e de frontal violação do direito e da legalidade internacional.
 

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