O Muro do Apartheid de Israel pode ser visto do espaço, mas não no Google
Quando a Google foi acusada de suprimir a Palestina da app Maps, acabou por confessar, após um protesto mundial, que a Palestina nunca fora assim nomeada, apesar de 136 países membros da ONU reconhecerem a Palestina como um Estado independente.O Google Maps está novamente envolvido em polémica, desta vez por causa do Muro do Apartheid — a que Israel chama eufemisticamente «barreira de separação» —, que serpenteia pelas terras palestinas da Margem Ocidental ocupada. O Muro pode ser visto do espaço, mas não pode ser visto no Google. Não é mostrado em nenhum dos mapas fornecidos pelo popular motor de busca.A Grande Muralha da China e o Muro de Adriano aparecem no Google Maps, assim como o modesto «muro ocidental», de 500 metros, em Jerusalém. Mas não este muro de betão de 700 quilómetros de comprimento e oito metros de altura.O deputado europeu escocês Alyn Smith (Partido Nacional Escocês) lançou uma petição que exorta o Google a mostrar a totalidade do Muro do Apartheid, incluindo postos de controlo, torres de vigia e outras características instaladas pelo Estado sionista.O Muro foi iniciado em 2000, a pretexto de que protege os cidadãos de Israel de bombistas suicidas. Mas para os palestinos constitui uma violação do seu direito a deslocarem-se sem entraves na sua terra histórica. Além disso, o Muro é inteiramente construído bem dentro da terra palestina, para além da linha do armistício de 1949 («linha verde»). Trata-se de um roubo de terra em grande escala.O Tribunal Internacional de Justiça classificou o Muro como ilegal e a Assembleia Geral da ONU, por 150 votos contra 6, instou Israel a respeitar a sentença. Mas, tal como aconteceu com cerca de outras 180 Resoluções da ONU, isto foi ignorado ou violado pelo governo israelita. Nunca nenhum outro Estado desprezou tantas Resoluções da ONU como Israel.A Google, insiste Alyn Smith, deve ser forçada a mostrar o Muro e a entender que sua prática actual é inaceitável.