Israel demoliu 244 casas palestinas em 7 meses

Segundo dados da organização israelita B'Tselem (Centro de Informação Israelita para os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), desde Janeiro até 31 de Junho de 2016 as autoridades israelitas demoliram 203 habitações nas comunidades palestinas da Margem Ocidental, a que se somam mais 41 em Jerusalém Oriental. Em consequência, 955 pessoas — incluindo 516 menores — ficaram sem abrigo. Segundo a B'Tselem, só no primeiro semestre de 2016 houve mais demolições do que qualquer ano da última década (com excepção de 2013, quando as autoridades demoliram 175 casas).
A política israelita de planeamento e construção na Área C da Margem Ocidental é analisada pela B’Tselem num comunicado publicado no seu sítio na internet, de que citamos algumas passagens.
A demolição de habitações desempenha um papel-chave na política israelita aplicada na Margem Ocidental. As demolições são realizadas somente naquilo que foi designado como Área C, que compreende aproximadamente 60% da Margem Ocidental, e que Israel vê como destinada primordialmente a servir as suas próprias necessidades, e em Jerusalém Oriental. Assim, Israel actua para estabelecer factos no terreno, para criar uma realidade que seria difícil alterar.
A maioria das reservas de terra e dos recursos naturais da Margem Ocidental encontram-se na Área C, pelo que a sua utilização — para expandir as comunidades palestinas ou construir fábricas, para a agricultura, para instalar canalizações de água ou pavimentar as estradas — está sujeita à aprovação israelita, e tal autorização só raramente é concedida. Israel mantém igualmente o controlo exclusivo do movimento de pessoas e bens na Margem Ocidental, assim como das passagens de fronteira com Israel e a Jordânia.
Realizar demolições e devastar comunidades não é instituir o «o primado do direito». Pelo contrário, estas acções constituem uma desapropriação sistemática e de longa data em que participam todas as autoridades israelitas.
Print Friendly, PDF & Email
Share