Israel aprova centenas de novas casas em colonatos da Margem Ocidental ocupada

Israel aprovou na quarta-feira a construção de centenas de novas unidades habitacionais em colonatos da Margem Ocidental ocupada e legalizou retroactivamente mais algumas dezenas. O plano já foi aprovado ao nível político, informa a imprensa israelita e internacional.
O Alto Comité de Planeamento da Administração Civil aprovou a construção de 234 casas em Elkana, que são designadas no plano como um lar de idosos, 31 casas em Beit Arye e 20 casas em Givat Ze'ev. Além disso, o comité legalizou 178 unidades habitacionais que foram construídas em Beit Arye nos anos 1980.
A Administração Civil, apesar do seu nome, é na realidade uma agência da ocupação militar nos territórios palestinos ocupados por Israel em 1967, encarregada das funções burocráticas práticas. Depende do Ministério da Defesa de Israel.
Um outro plano para construir 30 unidades habitacionais no colonato de Efrat foi retirado da agenda à última hora. Para evitar críticas dos Estados Unidos, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, teria congelado o plano até depois da eleição presidencial de Novembro.
No início do mês de Agosto foi aprovada a construção de 56 casas no bairro judeu de Ramot, localizado em Jerusalém Oriental ocupada. E na semana passada o jornal israelita Haaretz anunciou que Israel planeia expandir o colonato judaico na cidade de Hebron, na Margem Ocidental ocupada, pela primeira vez em mais de uma década.
Segundo a organização israelita Peace Now, desde o início do ano Israel promoveu planos para 2623 novas unidades habitacionais em colonatos da Margem Ocidental, 756 das quais eram construções retroactivamente legalizadas.
Na segunda-feira, Nickolay Mladenov, coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, criticou o avanço da actividade colonizadora de Israel.
O gabinete de Benjamin Netanyahu apressou-se a condenar Mladenov, dizendo que ele «distorcia a história e o direito internacional» e que as suas observações eram «como afirmar que construção americana em Washington ou construção francesa em Paris são ilegais». Levando ao extremo a distorção dos factos, acrescentou ainda que a oposição dos palestinos aos colonatos equivalia a exigir «que um futuro Estado palestino seja etnicamente limpo dos judeus»!
Na realidade, todos e cada um dos 196 colonatos aprovados pelo governo israelita e localizados no território palestino foram construídos em contravenção da quarta convenção de Genebra, que proíbe a transferência dos civis de uma potência ocupante para as áreas que ocupa.
 
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