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No quarto aniversário do início da operação «Chumbo Fundido» o MPPM denuncia a continuada agressão israelita contra as populações dos territórios ocupados e convida ao reforço da solidariedade com a causa palestina.
 
Neste mesmo dia 27 de Dezembro, há quatro anos atrás, o mundo testemunhou o início de uma acção militar de crueldade sem precedentes no século em que vivemos, levada a cabo por um exército, dos mais modernos e sofisticados no mundo, sobre uma população indefesa. A operação Chumbo Fundido, assim foi baptizada pelo Estado de Israel aquela ofensiva sobre a população palestina da Faixa de Gaza, prolongou-se por vinte e três dias, e saldou-se num total de cerca de mil e quatrocentos mortos — trezentos e dezoito dos quais eram crianças — e mais de cinco mil feridos. Segundo dados das Nações Unidas, perto de seis mil e quatrocentas habitações foram totalmente destruídas ou sofreram danos estruturais profundos.
 
O MPPM participou na Conferência Sindical Internacional de Solidariedade com os Trabalhadores e o Povo Palestiniano, promovida pela CGTP-IN e a União Geral dos Trabalhadores Palestinianos (GUPW), nos dias 14 e 15 de Dezembro, no auditório do Inovinter, em Lisboa.
Na sessão de abertura intervieram Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN e Mohmad Yahya, secretário-geral adjunto da União Geral dos Trabalhadores Palestinos – GUPW. Participaram e intervieram ainda responsáveis de diversas centrais sindicais internacionais, dirigentes sindicais nacionais e várias organizações portuguesas de defesa da paz, cooperação e solidariedade.
Carlos Almeida, da Direcção Nacional, interveio em nome do MPPM.
No dia 13, uma delegação do MPPM composta por Silas Cerqueira, Carlos Almeida e Amador Clemente, participou num encontro promovido pelo CPPC com delegações de organizações palestinas que se deslocaram a Lisboa para participar naquela Conferência.
Excelentíssimo Senhor Presidente
da Organização para a Libertação da Palestina
Excelência,
Por ocasião da sua visita a Portugal, em Dezembro de 2012, queremos dar-lhe as boas vindas, em nome dos sentimentos democráticos e solidários do povo português, e saudar, na sua pessoa, de forma fraterna e calorosa, a luta nobre e heróica do povo palestino pela sua liberdade.
As organizações signatárias, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses - Intersindical Nacional, o Conselho Português para a Paz e a Cooperação, o Movimento Democrático de Mulheres e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, dão corpo, em Portugal, a um vasto movimento de opinião pública, consequente e empenhado, em favor da realização plena dos direitos nacionais inalienáveis do povo palestino.

Uma iniciativa com tradição
Dando continuidade a uma iniciativa com tradição na sua atividade, o MPPM organizou um conjunto de eventos, integrados nas Jornadas de Solidariedade com a Palestina - 2012, em torno da data de 29 de Novembro proclamada pela Assembleia Geral da ONU como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina, evocando a data em que, em 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a resolução 181 (II) que preconizava a partilha da Palestina em dois Estados - um judaico e um árabe - com um estatuto especial para Jerusalém, mas que jamais foi cumprida no que respeita à criação do Estado Palestino.
As Jornadas de Solidariedade com a Palestina - 2012 adoptaram como lema: "Dignidade - Liberdade - Identidade".
Viver na Palestina Hoje

O MPPM e mais quatro organizações — a Associação 25 de Abril, a CGTP-IN, o CPPC e o MDM — dirigiram uma carta ao Primeiro-Ministro em que apelam ao Governo português para que apoie o reconhecimento da Palestina como membro de pleno direito das Nações Unidas, considerando que a presente iniciativa de elevação do estatuto diplomático da representação da Palestina na ONU só pode ser entendida como um passo nessa direção.
 
O texto integral da carta, de foram entregues cópias ao Presidente da República, à Presidente da Assembleia da República e ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, é o seguinte:
 
Assunto: Admissão da Palestina na Organização das Nações Unidas
 
Lisboa, 23 de Novembro de 2012
 
Excelentíssimo Senhor Primeiro-Ministro
 

Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral da Nações Unidas adotou a resolução 181 (II) sobre a partilha da Palestina em dois estados, um árabe e um judaico, com um regime especial para Jerusalém. Destes, só o estado judaico foi constituído. Por isso, em 1977, volvidos 30 anos, "profundamente preocupada por não ter sido alcançada nenhuma solução para o problema da Palestina, e por este continuar a agravar o conflito no Médio Oriente, de que é o cerne, e a pôr em perigo a paz e a segurança internacionais", a Assembleia Geral da ONU adotou a resolução 32/40 B em que proclama 29 de novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina, convidando "todos os Governos e organizações a cooperar na implementação da presente resolução".

Excelentíssimo Senhor Primeiro-Ministro
Durante a sua presente sessão, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas voltará a apreciar uma proposta da OLP que visa assegurar a elevação do estatuto diplomático da representação da Palestina na ONU. Uma vez mais, a comunidade internacional será confrontada com as suas responsabilidades no arrastamento, sem fim à vista, do drama secular do povo palestino.
Perante a escalada agressive de Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) e o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) convocaram uma concentração de protesto diante da Emaixada de Israel em Lisboa para o dia 22 de Novembro pelas 18 horas.
As muitas pessoas que responderam ao apelo reclamaram o fim dos massacres em Gaza e liberdade e independência para a Palestina como condição essencial para o estabelicmento de uma paz duradoura no Médio Oriente.
 
O Estado de Israel colocou em marcha, desde o passado dia 14 de Novembro, uma ofensiva militar contra a martirizada população palestina da faixa de Gaza que, além da sua natureza ilegal e criminosa, constitui, no actual quadro político internacional, uma séria ameaça à paz que urge travar.
 
Elsa Rodrigues dos Santos
Elsa Rodrigues dos Santos, ativista do MPPM desde a sua fundação e, presentemente, membro da sua Direção Nacional, faleceu na passada terça-feira, com 73 anos de idade, vítima de doença súbita. Era viúva do pintor Figueiredo Sobral.
Elsa Rodrigues dos Santos foi especialista de língua portuguesa e de literaturas africanas e era Presidente da Sociedade de Língua Portuguesa. Foi ativista democrática, sempre pronta a participar em lutas em defesa do 25 de Abril e pela Paz. Colaborou com o Conselho Português para a Paz e Cooperação e com o Movimento Português contra o Apartheid. Tornou-se militante da luta pelos direitos e pela libertação do povo palestino desde a grande Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central - a Palestina, realizada em Lisboa, em novembro de 1979, e que contou com a presença de Yasser Arafat.

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