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A Câmara Municipal de Almada e o MPPM promovem uma Mostra de Cinema Palestino subordinada ao tema «Realidade e Memória», com filmes do realizador Michel Khleifi, integrada no programa dos «Dias da Palestina» que a autarquia está a organizar com a Missão Diplomática da Palestina.
Os «Dias da Palestina» decorrem, entre 2 e 19 de Março de 2017, no Fórum Municipal Romeu Correia (Praça da Liberdade, Almada), com o seguinte programa
QUINTA-FEIRA, 2 DE MARÇO | 17.30 HORAS | ÁTRIO DO FORUM MUNICIPAL ROMEU CORREIA
«Exposição Herança Cultural Palestiniana: História e Luta» — Inauguração
A exposição integra fotografias da vida em Jerusalém no início do séc. XX e uma mostra de artesanato local e trajes tradicionais da Palestina.
SEXTA-FEIRA, 3 DE MARÇO | 21H | AUDITÓRIO FERNANDO LOPES GRAÇA
Ma’loul celebra a sua destruição, de Michel Khleifi, documentário (1985, 36’)
Asssinala-se amanhã, 25 de Fevereiro, o aniversário do desumano massacre perpetrado pelo terrorista judeu Baruch Goldstein, recorda um comunicado da Missão Diplomática da Palestina em Portugal.
Baruch Goldstein, um médico militar israelita nascido nos EUA, que emigrara para Israel em 1983, morava no colonato de Kiryat Arba, nos arredores de Hebron. A 25 de Fevereiro de 1994 entrou na Mesquita Ibrahimi, em Hebron, armado com uma espingarda de assalto Galil. Era de manhã cedo, durante o mês sagrado do Ramadão, e centenas de fiéis palestinos estavam reunidos dentro da Mesquita, curvados em oração. Goldstein abriu fogo, recarregou a arma pelo menos uma vez, e disparou sem parar até ser finalmente dominado, acabando depois por ser espancado até à morte. Tinha matado 29 fiéis, havendo mais de 100 feridos.
Isaac Herzog, líder do Partido Trabalhista israelita (membro da Internacional Socialista) apresentou hoje, num artigo de opinião publicado no jornal israelita «Haaretz», o seu plano (road map) para retomar as negociações com os palestinos.
Herzog começa por afirmar o seu compromisso com a solução de dois Estados, mas o seu plano em dez pontos inclui a conclusão do Muro do Apartheid, nomeadamente em torno de Jerusalém (incluindo Jerusalém Oriental, ilegalmente ocupada), a manutenção dos colonatos, a continuação da actuação das forças armadas israelitas na Margem Ocidental ocupada, a persistência de estritas medidas de segurança (ou seja, o bloqueio assassino) da Faixa de Gaza.
O soldado israelita Elor Azaria foi hoje condenado a 18 meses de prisão por ter matado a tiro, a sangue-frio e à queima-roupa, o palestino Abd Fatah al-Sharif.
O caso teve lugar em Hebron, em Março de 2016. Sharif, de 21 anos, jazia inanimado no chão depois de ser atingido a tiro ao tentar esfaquear um soldado israelita. A cena foi filmada (https://youtu.be/hY86HiENuZE) por um activista palestino ao serviço da organização israelita de direitos humanos B'Tselem e rapidamente se difundiu nas redes sociais e na televisão, tornando impossível ignorar o caso.
Apesar de ter aceitado os argumento da acusação, segundo a qual Azaria não tinha justificação para matar Abd al-Fattah al-Sharif, que não constituía qualquer perigo, o tribunal militar israelita condenou Elor Azaria a uma pena que até a defesa considerou branda. A própria acusação militar pedira uma pena de 3 a 5 anos.
O jornalista palestino Mohammed al-Qiq encontra-se em greve de fome há duas semanas em protesto contra a sua detenção administrativa pelas autoridades de Israel.
Al-Qiq tinha sido libertado da prisão em Maio de 2016 depois de uma greve da fome de 94 dias, também então em protesto contra a sua detenção administrativa. Porém, foi novamente preso em meados de Janeiro deste ano, depois de ter participado num protesto em Belém, na Margem Ocidental ocupada, exigindo a devolução pelas autoridades israelitas dos corpos de palestinos mortos por elas retidos. Mais uma vez Mohammed al-Qiq foi colocado em detenção administrativa.
No regime detenção administrativa, Israel pode manter palestinos encarcerados por períodos de seis meses indefinidamente renováveis, sem julgamento nem culpa formada e sem sequer justificar os motivos da detenção.
Na manhã de 9 de Novembro de 2016, o jovem palestino Muhammad Thabet Jallad ia a caminho da sua última sessão de quimioterapia. Foi baleado na barriga por forças israelitas e ficou internado durante três meses, sob prisão, sem que os pais o pudessem visitar. Morreu há uma semana, mas as autoridades israelitas não se preocuparam em avisar a família. O seu corpo foi hoje devolvido no checkpoint de Anab.
Tornou-se clara uma mudança na política dos EUA, afastando-se do apoio à solução de dois Estados, Palestina e Israel, por ocasião da reunião realizada na quarta-feira, 15 de Fevereiro, entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Segundo informa a agência palestina Ma'an, já no dia anterior um alto funcionário dos EUA afirmara que o país não estava necessariamente comprometido com a política de dois Estados como única maneira de resolver o «conflito israelo-palestino». Trump, respondendo a uma pergunta sobre a matéria na conferência de imprensa conjunta com Netanyahu, declarou: «Eu olho para os dois Estados e um Estado, e gosto do que ambas as partes gostarem.»
Discursando numa conferência pró-colonatos realizada em Jerusalém Oriental na segunda-feira, 13 de Fevereiro, o presidente de Israel, Reuven Rivlin, afirmou que apoia a anexação completa da Margem Ocidental, acrescentando que, se Israel o fizer, deve dar a todos os palestinos que aí vivem cidadania israelita plena.
Tendo como pano de fundo a famigerada «lei de regularização» aprovada na semana passada, que legalizou os colonatos israelitas nos territórios ocupados e pela primeira vez estendeu a esses territórios o direito civil israelita, Rivlin criticou as políticas de colonização levadas a cabo pelo seu país desde a Guerra de 1967.
O ministro da Defesa de Israel, Avigdor Liberman, disse numa entrevista ao Canal 2 de Israel que gostaria que todos os cidadãos palestinos de Israel se mudassem para os territórios palestinos ocupados e se tornassem cidadãos daí.
Trata-se de um apelo directo à limpeza étnica dos palestinos que são cidadãos de Israel, e que constituem actualmente cerca de 20% dos cidadãos do país.
Segundo relata o jornal The Times of Israel, ao ser questionado sobre a solução de dois Estados, Liberman, que é também líder do partido de extrema-direita Yisrael Beiteinu, disse que a sua preocupação é assegurar a manutenção de Israel como um Estado judeu.
A Organização de Libertação da Palestina (OLP) censurou os Estados Unidos por se oporem a uma proposta do secretário-geral da ONU de nomear Salam Fayyad, ex-primeiro-ministro da Autoridade Palestina, para chefiar uma missão da ONU, considerando essa posição «um caso de flagrante discriminação com base na identidade nacional».
Após tomar conhecimento da intenção de António Guterres de nomear Fayyad para liderar a missão política da ONU na Líbia, a embaixadora estado-unidense na ONU, Nikki Haley, afirmou na sexta-feira, 10 de Fevereiro, que os EUA estavam «decepcionados», alegando que isso mostrava um preconceito contra Israel. «Durante demasiado tempo a ONU tem sido injustamente tendenciosa em favor da Autoridade Palestina, em detrimento de nossos aliados de Israel», disse Haley, observando que os EUA não reconhecem um Estado palestino nem «apoiam o sinal que esta nomeação enviaria às Nações Unidas».

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