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O número de palestinos feridos pelas forças de ocupação israelitas na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza em 2016 até ao início de Outubro de 2016 já alcança os 3047, e o de mortos atinge já 96, segundo o relatório hoje publicado pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários nos Territórios Palestinos Ocupados (OCHAopt) relativo à semana 20 de Setembro - 3 de Outubro.
A maioria das ocorrências, tanto mortos (87) como feridos (2865), tiveram lugar na Margem Ocidental, incluindo Jerusalém Oriental, tendo as restantes sido registadas em Gaza.
Isto significa que em 2016, até ao início de Outubro, as forças israelitas mataram a cada semana mais de 2 palestinos e feriram 78. A estes números somam-se 25 feridos causados por colonos.
O barco «Zaytouna-Oliva», tripulado só por mulheres, que tentava romper o cerco a Gaza imposto por Israel, foi interceptado por forças navais israelitas a cerca de 35 milhas da costa, fora das águas territoriais, mas dentro da zona-tampão ou «zona de exclusão militar» unilateralmente declarada por Israel.
Entretanto, manifestantes palestinos concentravam-se na costa de Gaza esperando o Barco das Mulheres e manifestando a sua solidariedade com ele.
As tripulantes não ofereceram resistência quando a marinha israelita cercou o barco. A comandante, Ann Wright, coronel do exército dos Estados Unidos (reformada), foi forçada a redireccionar o barco para o porto israelita de Ashhod. A bordo seguiam 13 mulheres, entre as quais Mairead Maguire, Prémio Nobel da Paz (Irlanda do Norte), e deputadas da Argélia, Nova Zelândia e Suécia.
O navio «Zaytouna» (azeitona, em árabe), inteiramente tripulado por mulheres, está prestes a chegar à Faixa de Gaza. Parte da Flotilha da Liberdade, o navio partiu de Barcelona em meados de Setembro com o objectivo de furar o cerco a que o pequeno território palestino está sujeito por Israel há quase dez anos.
A chegada deve ocorrer ao fim da tarde de quarta-feira ou na manhã de quinta-feira (5-6 de Outubro) — se o navio não for interceptado ou atacado por forças navais israelitas. De facto, segundo notícia do jornal israelita Maariv, a marinha israelita recebeu já ordens para interceptar o navio e prender todas as 13 tripulantes.
Em Junho do ano passado, as forças israelitas interceptaram o «Marianne», que participava numa iniciativa similar, e prenderam todos os activistas a bordo.
O Supremo Tribunal palestino decidiu hoje, 3 de Outubro, que as eleições locais se realizariam na Margem Ocidental ocupada mas não na Faixa de Gaza.
Em 10 de Setembro o Supremo Tribunal tinha ordenado a suspensão das eleições municipais na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza, programadas para 8 de Outubro, invocando a exclusão do processo eleitoral de Jerusalém Oriental ocupada e preocupações acerca dos tribunais da Faixa de Gaza.
A organização israelita Peace Now informou sábado, 1 de Outubro, que o Comité Superior de Planeamento da Administração Civil Israelita (órgão das forças armadas de Israel para a administração dos territórios palestinos ocupados) aprovou o «depósito» — a fase do planeamento que precede a aprovação final — de um plano para 98 unidades habitacionais (parte de um plano mais amplo de 300 unidades) para um novo colonato a criar a leste do colonato já existente de Shiloh, no distrito de Nablus da Margem Ocidental ocupada. O novo colonato israelita ilegal será provavelmente destinado ao realojamento dos colonos que residem no posto avançado de Amona, que, dando cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal israelita, terá de ser demolido até ao fim do corrente ano, dado ter sido construído «de modo selvagem» (em 1995) em terrenos que são propriedade particular de palestinos.
Milhares de pessoas manifestaram-se na sexta-feira 30 de Setembro no centro da capital da Jordânia, Amman, para protestar contra um contrato para a compra de gás israelita pela Jordânia. Os opositores ao acordo caracterizam-no uma concessão à «entidade sionista» e contrário aos interesses jordanos. O governo da Jordânia, em que mais de 60% da população é de origem palestina, foi acusado de assinar o negócio «à porta fechada» e contra os desejos da nação.
Este protesto é o quarto em quatro dias. Na quinta-feira, os serviços de segurança impediram uma outra manifestação em Irbid.
Durante a manifestação, convocada pela Campanha Nacional contra o Contracto do Gás com a Entidade Sionista, os participantes entoaram palavras de ordem como «O gás da ocupação é ocupação» e «O povo quer cancelar o contracto [do gás]».
No dia 30 de Setembro de 2016, dirigentes mundiais participaram no funeral de Shimon Peres, elogiado como promotor da paz e classificado por Barack Obama como um «gigante» do século XX.
Há precisamente 16 anos, no dia 30 de Setembro de 2000, Muhammad Al-Durrah, um menino de 12 anos, foi morto a tiro em Gaza por forças israelitas, enquanto o seu pai, Jamal Al-Durrah, tentava protegê-lo por trás de um bloco de cimento.
Shimon Peres fazia parte do governo que permitiu a visita, dois dias antes, de Ariel Sharon ao complexo de Al-Aqsa, provocação que desencadeou o início da Intifada de Al-Aqsa, durante a qual, segundo números da organização de direitos humanos israelita B'Tselem, 4745 palestinos foram mortos por forças de segurança de Israel e 44 palestinos foram mortos por civis israelitas (até 30 de Abril de 2008).
 
O ex-presidente israelita, Shimon Peres, morreu quarta-feira, 28 de Setembro, aos 93 anos de idade.
Peres nasceu na actual Bielorrússia em 1923, e a sua família mudou-se para a Palestina nos anos 30. Ainda jovem, Peres juntou-se à Haganah, a milícia que foi a principal responsável pela limpeza étnica de aldeias palestinas em 1947-1949, durante a Nakba.
Apesar da expulsão violenta dos palestinos ser um facto histórico, Peres afirmou que antes de Israel existir «não havia nada aqui».
Durante sete décadas, Peres foi primeiro-ministro (duas vezes) e presidente da República, foi membro de 12 governos e exerceu as funções de ministro das Finanças, da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.
É muito conhecido no Ocidente pelo seu papel nas negociações que conduziram aos Acordos de Oslo de 1993, que lhe valeram, juntamente com Yitzhak Rabin e Yasser Arafat, o Prémio Nobel da Paz. A sua carreira, porém, desmente a reputação de «pomba».
Israel deve usar a agitação do período da eleição presidencial nos Estados Unidos para anexar colonatos na Margem Ocidental, afirmou em entrevistas na segunda-feira o ministro da Educação israelita, Naftali Bennett, noticia o jornal Jerusalem Post.
«Eu vejo isto como um período de oportunidade para tomar medidas no que respeita ao futuro da Judeia e Samaria» [como Israel designa os territórios palestinos da Margem Ocidental ocupados desde 1967], afirmou à Rádio Israel. Bennett disse que, independentemente de quem entre na Casa Branca, a anexação é algo que tem de acontecer.
Vão no mesmo sentido as afirmações feitas um dia antes por David Friedman, um consultor israelita de Donald Trump, em relação à plataforma do Partido Republicano: «Já não há nenhuma referência a uma solução de dois Estados. Há uma declaração afirmativa de que Israel não é um ocupante com respeito à Judeia e à Samaria.»
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, realizou domingo, em Nova Iorque, encontros separados com os dois candidatos presidenciais americanos, Donald Trump e Hillary Clinton. Recebeu de ambos declarações que competem no apoio à política do Estado sionista.
Uma administração Trump, afirma um comunicado de imprensa, aceitaria «reconhecer Jerusalém como a capital indivisa do Estado de Israel». Além disso, contrariando especulações de que iria cortar a assistência militar a Israel, Trump afirma que «a ajuda militar fornecida a Israel e a cooperação de defesa por mísseis com Israel são um investimento excelente para América».
Trump, o candidato republicano, disse a Netanyahu que, se for eleito, «haverá uma extraordinária cooperação estratégica, tecnológica, militar e de informações entre os dois países», acrescentando que Israel é «um parceiro vital dos Estados Unidos na guerra global contra o terrorismo islâmico radical».

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