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Israel prendeu pelo menos 66 palestinos durante a noite de domingo para segunda-feira (22-23 de Outubro) na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupados.
Na Margem Ocidental ocupada foram detidos 15 jovens palestinos por «motivos de segurança», segundo um comunicado do exército israelita.
Por outro lado, no bairro de Issawiyeh, em Jerusalém Oriental ocupada, as forças repressivas israelitas detiveram mais de 50 palestinos, numa campanha em grande escala. Forças especiais da polícia e agentes dos serviços de informações israelitas, com apoio de um helicóptero, invadiram o bairro à meia-noite e realizaram rusgas num grande número de casas.
O advogado Mohammad Mahmoud (do Centro de Informações Wadi Hilweh, especializado na defesa de menores), que conseguiu visitar a maioria dos detidos, afirmou que eram todos adolescentes com idades entre 15 e 18 anos de idade.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou quinta-feira, 19 de Outubro, que Israel nunca abandonará os colonatos situados no Vale do rio Jordão, localizado na parte oriental do território palestino ocupado da Margem Ocidental.
Netanyahu fez esta declaração no discurso que proferiu numa cerimónia para assinalar os 50 anos dos colonatos israelitas no Vale do Jordão.
«O Vale do Jordão permanecerá sempre uma parte de Israel. Vamos continuar a colonizá-lo, a investir em infra-estruturas e no turismo», afirmou Netanyahu. «O vale é uma cintura defensiva estratégica para o país, e sem ele o dilúvio fundamentalista poderia alcançar o interior, até Gush Dan. Assim, nossa linha defensiva oriental começa neste lugar. Se nós não estivermos aqui, Teerão e o Hamastão estarão aqui. Não vamos deixar que isso aconteça.»
O chefe do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, afirmou hoje, 19 de Outubro, que ninguém pode forçar o Movimento Islâmico de Resistência a desarmar-se ou a reconhecer Israel.
Horas antes, Jason Greenblatt, representante especial do presidente Donald Trump para o «processo de paz» israelo-palestino, declarara que um governo de unidade palestino tem de reconhecer Israel e desarmar o Hamas, o que constitui a primeira resposta oficial de Washington ao recente acordo de reconciliação palestino entre o Hamas e a Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abas. Segundo Greenblatt, qualquer governo palestino tem de «inequívoca e explicitamente» comprometer-se com as condições estabelecidas pelo Quarteto: abster-se de violência, reconhecer Israel e aceitar acordos anteriores, incluindo desarmar os terroristas e comprometer-se com a paz.
Forças israelitas assaltaram vários meios de comunicação social palestinos na Margem Ocidental ocupada e prenderam dois jornalistas, durante a noite de terça para quarta-feira (17 para 18 de Outubro), confiscando equipamentos e fechando instalações.
Entre as empresas alvo da repressão encontram-se o canal Al-Quds em Hebron, Pal Media em Belém e Ramala, os canais Al-Aqsa e Palestine Alyoum em Ramala, bem como os escritórios da Trans Media em Nablus e Hebron.
As forças israelitas também prenderam o director da TransMedia em Hebron, Amer Al-Jaabari, e o diretor administrativo, Ibrahim Al-Jaabari.
O governo da Autoridade Palestina condenou vigorosamente os ataques e encerramentos, que descreveu como uma «flagrante violação de todas as resoluções internacionais», acrescentando que «estes ataques fazem parte dos planos de Israel para desviar a atenção das atrocidades que comete».
A comissão de pais do bairro de al-Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada por Israel, suspendeu hoje, 17 de Outubro, as aulas em todas as escolas para protestar contra a brutalidade da polícia israelita contra os alunos, informa a agência noticiosa palestina WAFA.
A comissão de pais decidiu numa reunião realizada ontem, segunda-feira, suspender as aulas em todas as escolas a partir de hoje e por prazo indeterminado, exigindo o fim das permanentes incursões militares de Israel, especialmente desde o início do novo ano lectivo.
Os Estados Unidos e Israel anunciaram no passado dia 14 de Outubro que se vão retirar da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) por ela ser «tendenciosa contra Israel».
Os EUA fizeram o anúncio primeiro, tendo a administração Trump notificado oficialmente a organização de que se vai retirar o seu estatuto de membro, mantendo, no entanto, uma missão de observação. Pouco depois, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu declarou que ia seguir a atitude dos EUA, a que chamou «uma decisão corajosa e moral». Em resposta à decisão dos Estados Unidos, a directora-geral da UNESCO, Irina Bokova, divulgou um comunicado expressando o seu «profundo pesar» e afirmando: «Num momento em que os conflitos continuam a dividir as sociedades em todo o mundo, é profundamente lamentável que os Estados Unidos se retirem da agência das Nações Unidas que promove a educação para a paz e protege a cultura sob ataque.»
Os movimentos palestinos Hamas e Fatah assinaram hoje, 12 de Outubro, um acordo para acabar com 10 anos de divisão nacional, durante a segunda sessão da reunião de reconciliação realizada no Cairo. O anúncio do acordo surge na sequência de negociações entre a Autoridade Palestina, liderada pela Fatah, que controla a Margem Ocidental ocupada, e o Hamas, que até o início deste mês foi a autoridade de facto na Faixa de Gaza cercada.
O máximo dirigente do Hamas, Ismail Haniyeh, declarou que «foi hoje alcançado um acordo entre o Hamas e a Fatah sob patrocínio egípcio». O porta-voz da Fatah, Osama al-Qawasmi, confirmou que as duas partes chegaram a um acordo abrangente sob patrocínio egípcio.
Hanan Ashrawi, membro do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), condenou os planos de Israel para construir cerca de 4000 novas unidades habitacionais nos colonatos israelitas ilegais da Margem Ocidental ocupada, informa a agência noticiosa palestina Ma'an.
As declarações de Ashrawi surgem na sequência de notícias publicadas na comunicação social israelita segundo as quais o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, se prepara para aprovar a construção de 3829 casas nos colonatos, como o próprio Netanyahu teria prometido a líderes dos colonos no mês passado.
«Israel está claramente determinado a reforçar a ocupação militar e a colonização ilegal, reafirmando as suas intenções de desalojar a Palestina e substitui-la pelo 'Grande Israel'», disse Ashrawi, destacando que serão concedidas autorizações para colonatos onde há anos não há construção.
Entre 200 e 300 colonos e outros israelitas de direita, escoltados por polícias israelitas, invadiram o complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, no domingo de manhã, 8 de Outubro, por ocasião da festividade judaica do Sukkot.
Segundo a agência noticiosa palestina Ma'an, cerca de 7 horas da manhã começaram a entrar no recinto os grupos de israelitas, muitos dos quais realizaram rituais judaicos. As forças israelitas impuseram severas restrições à entrada de fiéis muçulmanos.
Após a anexação ilegal de Jerusalém Oriental por Israel em 1967, Israel tem mantido um compromisso com a Waqf (instituição islâmica que gere o complexo) para não permitir orações de não-muçulmanos no complexo de Al-Aqsa. No entanto, muitas vezes fiéis judeus violam o acordo, particularmente durante as festividades judaicas.
As forças de ocupação israelitas prenderam 14.000 palestinos nos territórios palestinos ocupados desde Outubro de 2015. Esta data marca o início da onda de agitação em todo o território palestino ocupado, com particular incidência em Jerusalém, por vezes designada por «Intifada de Jerusalém».
Segundo dados do Centro de Estudos dos Presos Palestinos citados pelo Middle East Monitor, dos 14.000 palestinos detidos 3100 eram menores, 437 eram mulheres e 450 eram activistas online.
Quase todos os detidos, acrescentou a organização, foram sujeitos a tortura psicológica ou física em cadeias e centros de detenção localizados no território de Israel, em violação do direito internacional, que proíbe a transferência de presos para o território da potência ocupante.

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