Solidariedade em Portugal

No dia 17 de Abril, Dia Internacional de Solidariedade com os Presos Palestinos, reclamamos a libertação imediata dos combatentes da liberdade aprisionados nas cadeias israelitas.

Israel, que desde a sua fundação recorreu a uma brutal repressão para sufocar a resistência dos palestinos, ocupou em 1967 o que restava da Palestina histórica: a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza. Desde então, as directivas militares de Israel criminalizam qualquer forma de oposição à ocupação, e os sucessivos governos israelitas fizeram da detenção um instrumento central das suas políticas de repressão dos palestinos.

O número de palestinos que passaram pelo sistema penal israelita é estarrecedor: 10 000 presos desde 2015, 850 000 desde 1967 e um milhão desde 1948. Em Fevereiro de 2019, havia nas cadeias israelitas 5440 presos políticos palestinos, incluindo 493 a cumprir sentenças de mais de 20 anos de prisão e 540 condenados a prisão perpétua.

«No próximo ano em Jerusalém.» Foi assim que acabou o passado Festival da Eurovisão em Lisboa. O cariz político do Festival da Eurovisão para 2019 acabava de ser reforçado.

Não que o mesmo já não fosse latente e comensurável, mas para todos aqueles que não se encontram familiarizados com a questão palestina, este foi um sinal de alerta, entre vários, para o intuito de Israel de utilizar a Eurovisão como um concurso próprio à legitimação, branqueamento e normalização das suas políticas.

Para entender por que razão reclamamos que Portugal não participe no Festival da Eurovisão no ano de 2019 há que enquadrar a questão histórica da Palestina, de forma a permitir-se ao passado iluminar o presente.

No século XIX a Palestina, então parte integrante do Império Otomano, testemunha um súbito interesse de colonos europeus que aí se instalam.

Numa carta aberta, 171 artistas suecos apelam ao boicote do Festival da Eurovisão 2019  previsto para Tel Aviv, em protesto contra os crimes de Israel contra o povo palestino.

Entre os subscritores encontram-se músicos e cantores, escritores, personalidades do teatro e cinema. A carta aberta foi também assinada por Per Gahrton, fundador do Partido Verde, e por dois anteriores participantes na Flotilha da Liberdade para Gaza, o jornalista Kajsa Ekis Ekman e o músico Dror Feiler, de origem israelita.

É o seguinte o texto da carta aberta, publicada no diário Aftonbladet:

«Nós, artistas e trabalhadores da cultura suecos  que assinamos este apelo não podemos ver em silêncio Israel usar o Festival Eurovisão da Canção para esconder os seus crimes contra o povo palestino.

O MPPM assinalou hoje o Dia da Terra com uma sessão muito participada, no auditório da Fundação José Saramago, em que foi exibido o filme de Maryse Gargour «A Terra Fala Árabe», seguido de um debate introduzido e moderado por Carlos Almeida, investigador na FLUL e Vice-Presidente do MPPM.

O Dia da Terra evoca os acontecimentos de 30 de Março de 1976 em que as forças repressivas israelitas mataram seis palestinos cidadãos de Israel que protestavam contra a expropriação de terras propriedade de palestinos, no Norte de Israel, para aí construir comunidades judaicas. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e grandes manifestações de protesto que nesse dia ocorreram em diferentes localidades palestinas no território de Israel.

Maria Vitória Vaz Pato, aderente do MPPM, sócia e ex-aluna da Sociedade Nacional de Belas Artes, dedicou a sua quarta Exposição de Pintura Solidária à causa da Palestina.

A exposição esteve patente ao público no átrio do edifício principal do Hospital Júlio de Matos entre 22 de Fevereiro e 8 de Março. Tanto a inauguração como o encerramento foram pretexto para se conviver e falar da questão palestina.

A artista esteve agora reunida com a Direcção Nacional do MPPM a quem fez a entrega do proveito da exposição e ainda a oferta de uma das telas expostas intitulada «Faixa de Gaza».

Em nome do MPPM, o vice-presidente Carlos Almeida agradeceu, não só a generosa contribuição para a actividade da nossa associação, como o ter proporcionado um espaço em que foi possível criar sensibilidade para a causa do povo palestino. 

Foi inaugurada ontem, 22 de Fevereiro, no átrio do edifício principal do Hospital Júlio de Matos, a quarta exposição de Pintura de Arte Solidária que Maria Vitória Vaz Pato, sócia e ex-aluna da Sociedade Nacional de Belas Artes, apresenta, desta vez apoiando a causa da Palestina.

Para a artista, «A arte, e neste caso a pintura, é uma expressão do coração, um sentimento que se descobre em nós e nos propomos partilhar com olhares diversos. Nada, pois, de mais natural que este sentimento seja solidário expressando uma fraterna com-paixão com aqueles que sofrem uma terrível injustiça.»

A abrir, uma performance teatral simulou a vida quotidiana dos palestinos confrontados com a existência do Muro de Separação. Um «soldado» discriminava quem podia entrar ou quem era enviado para trás do Muro. Mas desta vez houve um final feliz e o «Muro» foi derrubado…

A Exposição vai estar aberta ao público, de segunda a sexta-feira, das 10 às 19 horas, até 8 de Março.

No dia 13 de Dezembro, por iniciativa do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Palestina (GPAP-P), a Biblioteca da Assembleia da República acolheu o lançamento do livro Na presença da ausência, de Mahmoud Darwich, editado pela Flâneur.
O presidente da AR esteve representado pelo vice-presidente, José Manuel Pureza. O deputado Bruno Dias, presidente do GPAP-P, conduziu a sessão, que contou, ainda, com a participação de Júlio de Magalhães, investigador em assuntos islâmicos, e dos editores Arnaldo Vila Pouca e Cátia Monteiro.
Estiveram presentes vários deputados, membros do corpo diplomático e representantes de organizações de solidariedade com a Palestina, entre as quais o MPPM.
Canal Parlamento registou o evento.

A convite da Assembleia da República, uma delegação do Grupo Parlamentar de Amizade Palestina-Portugal, composta pelos deputados Azzam Al-Ahmed (presidente do Grupo Parlamentar de Amizade), Epiphan Bernard Z. Sabella e Fayez Anton Sakka, bem como pelo Secretário-Geral do Conselho Legislativo Palestino, Ibrahim Khreiseheh, esteve de visita a Portugal.

No dia 12 de Dezembro, a delegação foi recebida na Assembleia da República pelo Vice-Presidente José Manuel Pureza, pelo Grupo Parlamentar de Amizade Portugal – Palestina, e pelo Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, Deputado Sérgio Sousa Pinto.

À tarde, no Teatro “A Barraca”, a delegação teve um encontro com representantes de organizações portuguesas activas na solidariedade com a luta do povo palestino, entre as quais o MPPM.

«Eurovisão não combina com apartheid!», dizem vários artistas portugueses em carta aberta dirigida à RTP. Os signatários apelam ao boicote da participação de Portugal no Festival da Eurovisão da Canção, que vai decorrer em Israel em 2019, sendo a RTP a responsável pela escolha do representante português.

Entre os artistas signatários contam-se a escritora Alexandra Lucas Coelho, a artista plástica Joana Villaverde, a cantora Francisca Cortesão, os actores João Grosso, Maria do Céu Guerra e Manuela de Freitas, a pintora Teresa Dias Coelho, a cineasta Susana Sousa Dias e o fotógrafo Nuno Lobito, e também o músico José Mário Branco e o director artístico do Teatro Nacional D. Maria II, Tiago Rodrigues.

A Câmara Municipal do Seixal, em parceria com o MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – e com o CPPC – Conselho Português para a Paz e Cooperação – promoveu a realização do Seminário «Palestina: História, Identidade e Resistência de um País Ocupado», no dia 30 de Novembro, no Auditório do edifício dos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal.

O Seminário foi transmitido directamente em streaming e está disponível no YouTube [ver Parte I] [ver Parte II].

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