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O povo palestino vive um dos momentos mais dramáticos da sua já tão martirizada História. Mais uma vez, potências estrangeiras e grandes interesses económicos e geo-estratégicos estão a ditar e procurar perpetuar, à revelia do povo palestino e das suas forças políticas representativas, a ocupação estrangeira da terra palestina e a negação dos direitos inalienáveis do seu povo. Neste contexto, o MPPM solidariza-se com a luta do povo palestino, saúda as suas iniciativas de reconciliação nacional e alerta para os perigos de eclosão de uma nova e maior guerra no Médio Oriente.

Acordos de paz ou ventos de guerra?

As chancelarias ocidentais acolheram com aprovação, de moderada a entusiástica, a recente celebração, sob a égide dos Estados Unidos, de «acordos de paz» entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e o Barém considerando que representavam um progresso para a paz na região.

O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, manifestou hoje a sua preocupação com a situação de Maher al-Akhras, que está em greve de fome há 81 dias.

Segundo a agência Wafa, Mladenov apelou a Israel para que acusasse al-Akhras e especificasse um tempo para a sua prisão ou o libertasse imediatamente, a ele e a todos os detidos administrativos.

Al-Akhras, 49 anos, da região de Jenin, no Norte da Cisjordânia, iniciou uma greve de fome aberta para protestar contra a sua detenção administrativa, quando foi detido em Julho. Após 81 dias de greve de fome, há uma profunda preocupação com a sua saúde. O período de detenção administrativa deve terminar em 26 de Novembro, mas pode ser renovado indefinidamente.

Nos últimos dias, a Cisjordânia testemunhou uma onda de violência de colonos israelitas à medida que os agricultores palestinos iniciavam a campanha anual da colheita da azeitona. Os ataques incluíram o corte e o incêndio de oliveiras, o roubo de colheitas e agressões físicas a agricultores.

Na quarta-feira, colonos israelitas cortaram e destruíram 300 oliveiras na aldeia de al-Jabaa, a sudoeste de Belém, no sul da Cisjordânia ocupada. Esta é a segunda vez em poucos dias que os colonos vandalizam oliveiras nesta aldeia.

Na terça-feira, agricultores de al-Jabaa foram impedidos pelo exército de chegar às suas terras. Quando conseguiram autorização para passar, descobriram que os colonos do colonato ilegal de Beit Ain tinham roubado as colheitas de 10 hectares de terra pertencentes a 30 pessoas e que também tinham vandalizado oliveiras.

Um grupo de colonos judeus incendiou hoje um olival em Deir Ballut, 15 quilómetros a oeste da cidade de Salfit.

Deir Ballut tem uma população de cerca de 4100 habitantes e possui vários sítios arqueológicos que datam da era bizantina, tais como o Mosteiro de São Simeão e o Mosteiro al-Qal'a.

Antes de 1948, a aldeia possuía 4000 hectares de terra. Em 1967, 20% da terra de Deir Ballut foi confiscada por Israel. Desde então, como tantas outras aldeias na Palestina, Deir Ballut tem sido alvo de roubos quase contínuos de terras para colonatos israelitas, estradas de desvio e instalações militares.

Ao abrigo dos Acordos de Oslo (1993-95), foi dado à Autoridade Palestina um controlo limitado sobre uma pequena bolsa de terra que ocupa 62 hectares. Israel mantém o controlo sobre o restante, classificado como Área C.

O Observador Permanente da Palestina junto das Nações Unidas, Riyad Mansour, disse à Voz da Palestina que está previsto iniciar consultas separadas na próxima semana com o Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, e outros membros do Conselho de Segurança para discutir a iniciativa do Presidente Mahmoud Abbas de realizar uma conferência internacional de paz.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, no seu discurso gravado em vídeo para a Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada, tinha apelado ao Secretário-Geral das Nações Unidas para convocar uma conferência internacional, no início do próximo ano, para lançar «um verdadeiro processo de paz» entre Israel e os palestinos.

O artista palestino Mohammad Joulani faleceu na passada sexta-feira, aos 37 anos de idade, após uma longa batalha contra o cancro. Artista e educador, Joulani era conhecida pelas iniciativas comunitárias locais que trouxeram a arte ao público.

Principalmente pintor, Joulani criou obras que retratavam a sua cidade natal, Jerusalém, e muitas vezes representou-se a si próprio ou a uma figura humana anónima como seu tema, como uma forma de descrever as questões palestinas contemporâneas.

As suas iniciativas comunitárias locais envolveram a pintura dos terraços e das paredes de Jerusalém, particularmente na Cidade Velha. Estes murais eram frequentemente pintados com cores apelativas e continham formas geométricas interligadas, bem como referências à paisagem palestina.

Maher al-Akhras, um detido palestino que está em greve de fome há quase 70 dias em protesto contra a sua detenção administrativa, está «num estado de saúde grave e muito preocupante», de acordo com Fawaz Shaludi, o advogado da Comissão para os Assuntos dos Prisioneiros que o visitou no Centro Médico Kaplan, no centro de Israel, para onde al-Akhras foi transferido.

Al-Akhras garantiu ao advogado que ia «prosseguir esta batalha até ao capítulo final, que é terminar a sua detenção administrativa e ser libertado, ou então morrer.»

As forças israelitas demoliram, na manhã desta terça-feira, duas estruturas residenciais, pertencentes a Rami e Hafeth Masa'id, localizadas na aldeia de Khirbet Yarza, a leste da cidade de Tubas, no Vale do Jordão. Segundo a agência WAFA, que divulga a notícia, os irmãos Masa'id receberam ordens de demolição há uma semana a pretexto de que as estruturas não estavam licenciadas.

Na realidade, esta demolição faz parte do plano de demolições em grande escala de estruturas residenciais e agrícolas em curso nesta aldeia, todas com o objectivo de forçar os residentes a sair da mesma e confiscar as suas terras para a construção de colonatos.

Os habitantes de Khirbet Yarza, situada na designada Área C, que está sob o domínio militar israelita, vivem do pastoreio. Ao longo dos anos, a Administração Civil tem demolido repetidamente as estruturas desta e de outras comunidades no Vale do Jordão.

O Hamas e a Fatah concordaram em realizar as primeiras eleições gerais na Palestina em quase 15 anos.

Após uma reunião na Embaixada da Palestina em Istambul, foi emitido um comunicado de imprensa que confirmou que as duas maiores facções palestinas tinham alcançado «uma visão unificada».

«Concordamos que a visão amadureceu e planeamos avançar com um diálogo a nível nacional com a participação de todas as facções sob o patrocínio do Presidente Mahmoud Abbas, a ter lugar antes do dia 1 de Outubro», diz a declaração.

As eleições parlamentares e presidenciais serão agendadas no prazo de seis meses, ao abrigo de um entendimento acordado por Mahmoud Abbas, líder da Fatah e da Autoridade Palestiniana (AP), e pelo chefe do Hamas, Ismail Haniyeh.

As autoridades de ocupação israelitas causaram a destruição de 100 000 zaragatoas de teste do coronavírus destinados aos territórios palestinos ocupados, declarou hoje a Ministra da Saúde Mai Alkaila em declarações à Voz da Palestina.

A ministra confirmou que as autoridades israelitas obstruíram a entrada de 100 000 zaragatoas oriundas da Jordânia, há alguns dias, causando a sua destruição, não obstante a entrada das zaragatoas ter sido coordenada com as Nações Unidas.

Como resultado, existe agora uma escassez de zaragatoas na Palestina, uma vez as reservas existentes seriam suficientes para realizar testes durante apenas três dias. Isto vai obrigar a condicionar a realização de testes, restringindo-os aos contactos próximos de doentes confirmados ou prováveis de COVID-19.

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