Em 29 de Novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas adoptou a resolução 181 (II) que preconizava a partilha da Palestina em dois Estados - um judaico e um árabe - com um estatuto especial para Jerusalém, mas que jamais foi cumprida no que respeita à criação do Estado Palestino. Por isso, em 1977, 30 anos depois, a Assembleia Geral da ONU adoptou a resolução 32/40B que apelava à celebração do dia 29 de Novembro como o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo da Palestina.
No ano do 62º aniversário da resolução181, em resposta ao apelo da ONU, o MPPM assinala a efeméride com um conjunto de iniciativas, integradas nesta II SEMANA DA PALESTINA. Este ano, um verso de Mahmud Darwich, retirado do seu poema Mural, dá o tema à iniciativa.
Declaração conjunto do CPPC e do MPPM por ocasião do 30.º aniversário da «Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central: a Palestina», realizada em Lisboa entre 2 e 6 de Novembro de 1979
"Instaurar a paz na terra da paz"
Do discurso proferido pelo Presidente da OLP, Yasser Arafat, na Conferência Mundial de Solidariedade com o Povo Árabe e a sua Causa Central: a Palestina.
... minhas raízes fixadas antes do nascimento dos tempos,
antes da eclosão dos séculos
...sou de um povoado perdido,
esquecido de ruas sem nome...
Estes versos de Mahmud Darwich inspiraram o Artista Plástico Silvestre Raposo na criação da instalação artística / escultura que intitulou “Palestina, pela Paz, por um Estado” e que foi agora inaugurada na Vila da Vidigueira.
O MPPM promoveu a realização, no dia 14 de Fevereiro de 2009, de um Seminário Internacional subordinado ao tema “A Catástrofe Humanitária em Gaza e os Crescentes Perigos da Actual Situação nos Territórios Palestinos e na Região”. Depois da brutal agressão de Israel a Gaza, em que semeou a morte e a destruição, as pessoas amantes da paz e da solidariedade entre os povos questionam-se sobre as formas possíveis de prestar apoio aos palestinos, sobre a viabilidade de assegurar a sua sobrevivência enquanto povo e sobre meios para garantir o seu direito a um futuro independente e em paz. Este Seminário procurou dar resposta a estas questões contando com o seguinte painel de oradores: - Michael Kingsley – Director Executivo da UNRWA (Agência das Nações Unidas para Apoio aos Refugiados Palestinos no Médio Oriente), baseado em Gaza.
Com a colaboração da respectiva Associação de Estudantes e o apoio da Direcção da Escola, o MPPM levou a cabo, no dia 27 de Maio de 2009, na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa, um Encontro com os Jornalistas José Manuel Rosendo, da Antena 1 e RTP, e Patrícia Fonseca, da revista Visão.
Bruno Reizinho, da Associação de Estudantes, destacou o interesse da iniciativa para os todos quantos trabalham na Escola por permitir o acesso a informações que não fazem parte do conteúdo habitual dos noticiários.
A Professora Filipa Subtil, que dirigiu a sessão e moderou o debate, também referiu a expectativa de que esta iniciativa possa contribuir para um melhor conhecimento de uma realidade que tem acompanhado todas as nossas vidas.
Numa organização conjunta do MPPM e da Cooperativa Alves Redol realizou-se, no dia 21 de Maio, nas instalações do Clube Vilafranquense, uma concorrida sessão pública em que foi evocada a vida e obra do poeta palestino Mahmud Darwich e se falou da história e da luta do povo da Palestina.
Arlindo Gouveia, Presidente da Cooperativa Alves Redol, enunciou os três objectivos que presidiram à realização desta sessão: cultural, informativo e de solidariedade com “o povo oprimido, humilhado e maltratado da Palestina”. Porque, afirmou, “Vila Franca tem tradição de solidariedade com os mais desfavorecidos, e a solidariedade também tem que ser internacionalista”.
O MPPM promoveu, em 14 de Abril de 2009, no Teatro Cinearte / A Barraca, a realização de um Colóquio subordinado ao tema "A Palestina na Primeira Pessoa", para o qual convidou três jornalistas para darem o seu testemunho pessoal sobre a situação na Palestina. Porque, como justificou Carlos Almeida na sua nota introdutória, "a agenda mediática portuguesa atinge o paroxismo nos períodos de violência máxima mas é de um silêncio esquálido no resto do tempo". "Quem noticiou hoje", pergunta-se "a situação das famílias palestinas que receberam ordem do exército de Israel para abandonar as suas casas em Jerusalém Oriental; ou a morte de duas mulheres, feridas no ataque a Gaza, que morreram porque Israel não permitiu que fossem evacuadas para hospitais fora da Faixa onde poderiam ser tratadas; ou a vandalização do cemitério de Hebron por colonos israelitas?". Mas não é possível compreender o que se passa na região sem conhecer o dia-a-dia dos palestinos.
1. A luta do povo da Palestina é única na história humana recente. Há mais de sessenta anos refugiado na sua própria terra, forçado ao exílio, ao isolamento e à privação, nenhum outro povo foi privado, durante a história recente e de forma tão prolongada e radical, do reconhecimento internacional do seu direito à dignidade, à justiça e ao seu próprio estado. O conflito israelo-palestino não é linear nem simétrico, opõe um ocupante e um ocupado, uma potência que oprime e explora, e um povo que é reprimido e reclama o seu direito à autodeterminação e à independência, dentro das fronteiras de um estado soberano e viável. O reconhecimento pleno dos direitos nacionais do povo palestino, o direito à criação de um estado nos territórios ocupados por Israel desde 1967, é um direito inalienável, inscrito na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos dos Homem.
Falo-vos hoje em nome de Karen AbuZayd, Comissária-Geral da UNRWA. Karen AbuZayd teria tido o maior prazer em estar aqui presente, mas isso não lhe foi possível por já ter assumido outros compromissos, no momento em que recebeu o convite do MPPM. Karen AbuZayd pediu-me que apresentasse sinceras desculpas e os melhores votos de que esta conferência decorra com sucesso e dê resultados positivos.