Memorial à Paz na Palestina inaugurado na Vidigueira

Memorial à Paz na Palestina na Vidigueira
...trabalho com os meus companheiros de luta
em uma pedreira
...arranco das pedras o pão, as roupas
e não venho mendigar em tua porta
... minhas raízes fixadas antes do nascimento dos tempos,
antes da eclosão dos séculos
...sou de um povoado perdido,
esquecido de ruas sem nome... 
 
Estes versos de Mahmud Darwich inspiraram o Artista Plástico Silvestre Raposo na criação da instalação artística / escultura que intitulou “Palestina, pela Paz, por um Estado” e que foi agora inaugurada na Vila da Vidigueira.
O evento foi promovido pela Câmara Municipal da Vidigueira, que esteve representada pelo seu Presidente, Manuel Narra, e contou com a presença do Artista, da Delegada-Geral da Palestina, Embaixadora Randa Nabulsi, do Governador Civil de Beja, General Manuel Monge, e de um representante do MPPM, Jorge Melício.
Silvestre Raposo apresenta assim a sua obra:
“Na peça 1, com os fragmentos de peças amontoados, simbolizo a destruição, a desgraça, a Nakba.
Na peça 2, com várias pedras juntas, simbolizo o início da união de todo o Povo Palestino, o juntar esforços.
Na peça 3, com a água salgada, deixo o desejo simbólico que essa seja purificadora das ideias de todos os intervenientes.
Na peça 4, com a luz, exprimo o desejo que esta pequena luz ilumine e dê clarividência às mentes nos momentos de decisão difícil.
Na peça 5, com a flor, deixo, na delicadeza da rosa, o afecto, a oferta de Paz e amor.
Na peça 6 deixo um muro, mas um muro que tem uma fresta por onde se pode ver um Estado a construir-se, um muro que necessita de apoio para se manter erguido e que um dia cairá e, nessa altura, também daqui será retirado, mas até lá, aqui o deixamos para lembrar que o mesmo existe.
Na peça 7 deixo palavras do Poeta Mahmud Darwich como símbolo da sabedoria e da cultura na construção da Paz e de um Estado Palestino.
Na peça 8, o memorial, simbolizo uma construção, com uma base, que não está terminada porque essa base real também o não está, com duas colunas chaves, também inacabadas, mas que se erguem para sustentar a última peça, a mensagem, onde de várias formas represento a luta e a dor, mas onde coloco também uma janela, para a Esperança.”
Depois de uma vista à instalação, acompanhada pelo Autor, registaram-se intervenções de todos os convidados, que destacaram o simbolismo e relevância do evento no contexto da solidariedade internacional com a luta do povo palestino.
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