Milhares de pessoas voltaram às ruas de Lisboa numa grande jornada de solidariedade e luta para reclamar o fim do genocídio do povo palestino que Israel está a levar a cabo em Gaza e na Cisjordânia com o apoio dos Estados Unidos e a cumplicidade da União Europeia.
Simbolicamente, a manifestação, convocada pelo CPPC, pela CGTP-IN, pelo MPPM e pelo Projecto Ruído – Associação Juvenil e a que aderiram muitas outras organizações e colectivos, teve início junto da Embaixada dos EUA, onde André Levy leu textos de denúncia do apoio político e material dos EUA à barbárie desencadeada por Israel.
Os manifestantes percorreram a Avenida Columbano Bordalo Pinheiro, atravessaram a Praça de Espanha, subiram a Avenida António Augusto Aguiar e terminaram junto à Embaixada de Israel onde Vanessa Borges e Fernando Jorge apresentaram as diversas intervenções.
A agressão genocida de Israel contra o povo palestino não tem deixado indiferentes órgãos de poder local e estruturas da sociedade civil que têm manifestado a sua posição em moções de solidariedade e em apelos ao cessar-fogo, de algumas delas sendo dado conhecimento ao MPPM.
Registamos, assim, a moção «Solidariedade com as vítimas da violência na Palestina e pela Paz no Médio Oriente», aprovada por maioria na Assembleia Municipal de Estremoz em 18 de Dezembro, que manifesta «o seu pesar pela vítimas da atual escalada de violência na Palestina», afirma «a necessidade de uma solução política que garanta a concretização do direito do povo palestiniano à criação do Estado da Palestina» e apela «ao Governo Português que promova esforços para a resolução pacífica do conflito e um cessar-fogo imediato».
Nesta quinta-feira, 21 de Dezembro, o CPPC e o MPPM geraram um movimento de solidariedade com a Palestina, no Rossio, em Lisboa, convidando os passantes a tirar uma fotografiacom uma mensagem de apoio ao povo palestino.
Foram muitas as pessoas que, ao longo de mais de uma hora, acederam ao convite, havendo ainda a oportunidade para esclarecimentos e troca de informações.
Recorda-se que, em 14 de Janeiro próximo, estas organizações e ainda a CGTP-IN e o Projecto Ruído promovem uma grande manifestação em Lisboa.
Por iniciativa do CPPC, do MPPM, da USP / CGTP-IN e do Projecto Ruído, algumas centenas de pessoas estabeleceram um cordão humano entre o Largo da Trindade e a Praça Humberto Delgado. Com apresentação do Projecto Ruído, falaram José António Gomes, pelo MPPM, Henrique Borges, professor, Miguel Ângelo, pela União dos Sindicatos do Porto e Ilda Figueiredo, pelo CPPC.
Perante a escalada da violência israelita contra a população palestina, continuam a surgir iniciativas sectoriais exigindo o fim dos bombardeamentos de Israel, um cessar-fogo permanente, o livre acesso da ajuda humanitária e a livre circulação da população de Gaza.
O MPPM participou na iniciativa Cordão Humano pela Palestina que, neste sábado 16 de Dezembro, visava ligar quatro locais simbólicos da cidade de Lisboa: o Hospital de Santa Maria, evocando o pessoal de saúde palestino vitimado pela agressão genocida de Israel contra Gaza; a Embaixada dos Estados Unidos da América, o maior apoiante da campanha assassina de Israel; a Embaixada de Israel; e a Maternidade Alfredo da Costa, recordando os milhares de crianças mortas em Gaza.
Muitas centenas de pessoas e várias organizações responderam ao apelo da Plataforma Unitária de Solidariedade com a Palestina concentrando-se nos quatro locais e chegando mesmo a formar o cordão entre a Embaixada de Israel e a MAC.
O MPPM partiu da Praça de Espanha e concentrou-se frente à Embaixada dos EUA onde foram ouvidas duas intervenções: Carlos Almeida, vice-presidente do MPPM [texto em anexo], e Sandra Monteiro, jornalista, directora do Le Monde Diplomatique – edição portuguesa.
Nesta quinta-feira, 14 de Dezembro, por iniciativa dos núcleos locais do CPPC, do MPPM, do MDM, do Projecto Ruído, da URAP e da AAPC, e ainda da USC/CGTP-IN, foram colocadas bandeirinhas da Palestina em várias praças e rotundas da cidade de Coimbra em memória das crianças mortas na agressão genocida de Israel contra a população palestina da Faixa de Gaza.
Desde 7 de Outubro, subiu a 18 787 o número de palestinos mortos por Israel, havendo 50 897 feridos e milhares de desparecidos soterrados sob os escombros. Mais de dois terços das vítimas são mulheres e crianças.
Os livros de história estão cheios de violências, de crimes e massacres, genocídios, formas institucionalizadas de domínio e desumanização do outro.
Quando os lemos, perguntamos: Como foi possível? O que aconteceu para que aquilo que hoje, com a distância, nos parece inteligível nas suas causas, não tivesse sido travado? Diremos talvez que à época em que isso terá acontecido, o mundo talvez desconhecesse, as notícias não corriam céleres como hoje. E inevitavelmente nos perguntamos quem eram os homens e as mulheres daquele tempo, o que disseram, o que fizeram para travar essas violências, que valores defenderam, que posições tomaram?
Carlos Almeida | Ninguém pode dizer: eu não sabia!
Saudações a todos os participantes nesta importante iniciativa que, se já era importante quando foi convocada, ainda mais importante se tornou nos últimos dias, perante a barbárie que está a ser cometida contra a população da Faixa de Gaza.
Gostava de trazer, em nome do MPPM, duas ideias sobre o tema desta Mesa.
A primeira: Não há ideia mais importante para a Cultura e Educação pela Paz do que a expressa no primeiro Artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembleia Geral da ONU. Esse Artigo 1.o começa assim: «Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos».
E como todas as acções contra civis são condenáveis, não podemos aceitar a ideia que nos querem vender de que há civis de primeira categoria e civis de segunda categoria. É urgente, é inadiável pôr imediatamente fim ao massacre que Israel está a cometer em Gaza e em toda a Palestina.
Jorge Cadima | A Paz é urgente, a Paz é inadiável!
Em nome do MPPM, saúdo o III Encontro da Paz e todas as associações e organizações que, sob este belo lema, «Nos 50 anos de Abril, pela Paz todos não somos demais!», aqui e agora quiseram dar-lhe forma e sentido – destacando desde já as entidades organizadoras que têm tido papel histórico na solidariedade com a causa palestina, como a CGTP Intersindical e o CPPC, sem esquecer o MDM e a URAP, cujas representantes me acompanham nesta mesa, entre muitas outras.
José António Gomes | É legítima a resistência dos palestinos à ocupação