Cisjordânia

Continuando a desafiar impunemente a legalidade internacional, o governo de extrema-direita de Israel aprovou hoje planos para a construção de 5623 novas unidades habitacionais para colonos na Cisjordânia ocupada.

A comissão de planeamento do Ministério da Defesa, que supervisiona a construção dos colonatos, aprovou nesta segunda-feira milhares de novas habitações nos colonatos. A aprovação inclui o depósito de planos para a construção de 4291 novas unidades, o que constitui uma fase avançada antes da abertura de concursos para a implementação de projectos de construção. Inclui também a apresentação de 1332 planos de construção para aprovação após a realização de uma sessão para ouvir objecções, antes da aprovação final e da preparação dos concursos.

Colonatos são «um valor nacional»

Depois do pogrom de quarta-feira contra Turmus’ayya, pelo terceiro dia consecutivo, os colonos israelitas, seguros da sua impunidade e contando com a protecção do exército, intensificaram os seus ataques a localidades palestinas, na Cisjordânia ocupada.

Este é um resumo das ocorrências dos últimos dias relatadas pela agência noticiosa Wafa.

Na madrugada desta sexta-feira, um palestino foi ferido a tiro e dezenas de outros sufocaram quando colonos israelitas tentaram invadir Deir Dibwan, a leste da cidade ocupada de Ramala. Os jovens locais enfrentaram-nos, obrigando-os a recuar, mas alvejados pelas tropas israelitas que atingiram um deles com um tiro no peito e provocaram a asfixia de dezenas de outros.

Na tarde desta quarta-feira, quatro centenas de colonos israelitas, muitos deles armados, atacaram a cidade palestina de Turmus’ayya, a nordeste de Ramala, incendiando casas, lojas, veículos, campos e oliveiras, enquanto os residentes tentavam defendê-la. Um homem palestino de 27 anos, Omar Qatin, foi morto e muitas outras pessoas ficaram feridas nos ataques.

Os colonos, oriundos do colonato ilegal de Shilo, estabelecido em terras usurpadas a Turmus’ayya, foram protegidos por soldados israelitas que dispararam tiros e gás lacrimogéneo contra os habitantes, causando dezenas de casos de asfixia.

Lafi Adeeb, o presidente do município confirmou que cerca de 30 casas e 60 viaturas foram queimados no ataque dos colonos. De acordo com Adeeb, mais de 100 palestinos ficaram feridos, incluindo 12 por balas reais.

Os ataques também arruinaram terras e culturas agrícolas. Uma ambulância que chegou ao local para evacuar os feridos foi incendiada pelos colonos.

Durante uma incursão em grande escala no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia ocupada, o exército israelita matou cinco palestinos e feriu pelo menos 91, estando 23 em estado crítico.

Hoje cedo, um número considerável de forças israelitas, integrando cerca de 120 veículos militares, invadiu a cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia, colocando franco-atiradores nos telhados de algumas casas e desencadeando violentos confrontos em várias zonas.

Os soldados fortemente armados dispararam balas reais, granadas de atordoamento e granadas de gás lacrimogéneo. Um helicóptero de combate foi utilizado na incursão, o que ocorreu pela primeira vez desde 2006 na Cisjordânia.

O Ministério da Saúde palestino identificou as vítimas mortais como Ahmad Youssef Saqr, de 15 anos, Khaled Azzam Asa'sah, de 21 anos, Qassam Faisal Abu Sariya, de 29 anos, Qais Majdi Jabareen, de 21 anos, todos de Jenin, e Ahmad Daraghmeh, residente no distrito de Tubas.

Centenas de pessoas participaram hoje no funeral de Mohammad Haitham Tamimi, de três anos, que morreu ontem, quatro dias depois de ter sido baleado na cabeça por soldados israelitas na sua aldeia de Nabi Saleh, a norte de Ramala.

O cortejo fúnebre partiu do Complexo Médico Palestino em Ramala e desfilou pelas ruas da cidade antes de se dirigir a Nabi Saleh, onde foi sepultado no cemitério da aldeia.

Mohammad Tamimi foi ferido a tiro na noite de quinta-feira quando o automóvel em que seguia com o seu pai e a sua mãe foi atacado por militares israelitas à entrada da aldeia de Nabi Saleh.

Segundo uma testemunha citada pela WAFA, uma força do exército israelita preparou uma emboscada para o veículo à entrada da aldeia e, assim que este se aproximou, os soldados lançaram uma chuva de balas sobre o veículo, ferindo o menino com um tiro na cabeça e o pai com um tiro no braço.

Na madrugada desta segunda-feira o exército israelita conduziu uma operação em grande escala no campo de refugiados de Balata, perto de Nablus na Cisjordânia ocupada, matando três palestinos e ferindo outros seis, um deles com gravidade.

O Ministério da Saúde palestino identificou os mortos como Fathi Jihad Rizq, 30 anos, Abdullah Yousef Abu Hamdan, 24 anos, e Mohammad Bilal Zeitoun, 32 anos.

Militares israelitas em grande número, acompanhados por bulldozers, atacaram o campo com fogo cerrado e colocaram franco-atiradores nos telhados, levando a confrontos armados com resistentes palestinos.

Os soldados israelitas entraram em dezenas de casas no campo de refugiados, revistaram-nas e saquearam-nas, e fizeram explodir a casa da família Abu Shalal, ferindo um rapaz e uma rapariga devido aos estilhaços e causando danos nas casas vizinhas.

Quatro palestinos, incluindo um menor, foram hoje mortos a tiro pelas forças de ocupação israelitas durante uma rusga surpresa na cidade de Jenin, no Norte da Cisjordânia ocupada, de acordo com o Ministério da Saúde (MdS) palestino citado pela agência Wafa.

O correspondente da Wafa disse que uma força israelita disfarçada entrou sub-repticiamente no centro da cidade de Jenin, a bordo de dois veículos civis descaracterizados, durante as horas de ponta, e mataram os quatro palestinos à queima-roupa.

O MdS informou que, além dos quatro mortos, outros 20 palestinos foram feridos por tiros, estando quatro em estado crítico.

Três dos palestinos mortos pelas forças israelitas atacantes foram identificados como Omar Awadin, 16, Nedal Khazem, 28, e Saleh Shreim, 29. O quarto ainda não foi identificado.

Na sequência do mortífero tiroteio uma força militar israelita em grande escala invadiu a cidade provocando violentos confrontos com os residentes.

Três palestinos foram mortos a tiro pelas forças de ocupação israelitas nesta manhã de domingo, perto do posto de controlo militar de Sarra, a sudoeste de Nablus na Cisjordânia ocupada.

Os soldados israelitas dispararam contra quatro palestinos que estavam dentro do seu veículo no posto de controlo, matando três deles. Os mortos foram identificados como Jihad Mohammad Shami, 24 anos, Udai Othman Shami, 22 anos, e Mohammad Ra'ed Dabek, 18 anos, todos residentes em Nablus.

O exército israelita alega que os soldados tinham disparado em resposta a tiros dos ocupantes do veículo, mas nenhum soldado israelita foi ferido.

Segundo testemunhas da aldeia vizinha do posto de controlo, pouco depois do tiroteio, os soldados israelitas invadiram as lojas e apreenderam as gravações das câmaras de vigilância inviabilizando a reconstituição do incidente.

Forças de segurança israelitas num veículo blindado dispararam repetidamente contra um grupo de civis que se abrigavam entre uma mesquita e uma clínica durante o assalto de 22 de Fevereiro à cidade de Nablus, na Cisjordânia ocupada, matando duas pessoas, incluindo um adolescente, e ferindo outras três, de acordo com testemunhas e uma reconstrução visual do evento ontem divulgada pelo The Washington Post.

O Washington Post falou com duas testemunhas do tiroteio, obteve, de um espectador e das Forças de Defesa de Israel, vídeos previamente inéditos do incidente, e pediu a peritos em áudio que analisassem o som do tiroteio. Um jornalista do Washington Post recolheu provas visuais no local para reconstruir o incidente utilizando software de modelagem 3D e outros jornalistas reviram mais de 30 vídeos filmados em Nablus nesse dia.

Waleed Nassar, de 14 anos, sucumbiu aos ferimentos que sofreu durante o ataque do exército israelita à cidade e o campo de refugiados de Jenin, na passada terça-feira, elevando para 78 o número de palestinos assassinados por Israel, em 2023, que incluem 14 menores e uma mulher.

Hoje de manhã, uma unidade especial das forças israelitas entrou na cidade de Jabaa', a sul de Jenin e abriu fogo sobre um veículo palestino em que se encontrava três jovens, matando-os a todos. Os três palestinos mortos foram identificados como Sufyan Fakhoury, 26 anos, Nayef Malayshah, 25 anos, e Ahmad Fashafsha, 22 anos.

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