Actualidade

Amer Abdul-Rahim Snobar, de 18 anos, residente em Yatma, perto de Nablus, morreu hoje de manhã cedo depois de ter sido severamente espancado por soldados israelitas, de acordo com fontes médicas e de segurança palestinas.

Segundo fontes locais, as forças israelitas perseguiram e interceptaram o carro que Amer conduzia ao amanhecer numa estrada perto de Turmus Ayya, a nordeste de Ramala, na Cisjordânia ocupada, retiraram-no do carro e espancaram-no brutalmente com as coronhas das espingardas.

A vítima foi transportada de urgência para o Hospital Palestino, onde os médicos declararam o óbito. Os médicos disseram que foi exposto a múltiplos golpes violentos no pescoço e na zona superior do seu peito.

Uma declaração militar israelita dizia que um palestino caiu enquanto fugia e bateu com a cabeça enquanto era perseguido pelas forças do exército.

A época de colheita da azeitona, iniciada a 7 de Outubro, foi perturbada por colonos israelitas em 19 incidentes no período entre 6 e 19 de Outubro, deixando 23 agricultores palestinos feridos, mais de 1000 oliveiras queimadas ou danificadas e grandes quantidades de produtos agrícolas foram roubados, de acordo com o relatório quinzenal de Protecção Civil do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários no Território Palestino Ocupado (OCHA-OPT).

Nos arredores da aldeia de Burqa, na zona de Ramala, os colonos apedrejaram e agrediram fisicamente palestinos que apanhavam azeitona, em três ocasiões, provocando confrontos. As forças israelitas intervieram num dos confrontos, ferindo 14 palestinos e deixando 30 árvores queimadas por granadas de gás lacrimogéneo. Os ferimentos restantes foram registados em zonas agrícolas perto da cidade de Huwwara, no distrito de Nablus, e nas aldeias de Ni'lin e Beitillu, na zona de Ramala.

Gaza, mon amour, realizado pelos gémeos Tarzan e Arab Nasser, é o candidato da Palestina a uma nomeação para o Óscar de melhor filme em língua estrangeira. Estreou, este ano, no Festival de Veneza e é uma co-produção da Palestina, França, Alemanha, Portugal e Qatar.

O filme foi posteriormente exibido no Festival Internacional de Cinema de Toronto 2020, onde ganhou o Prémio NETPAC (Network for the Promotion of Asian Cinema), que distingue os melhores filmes asiáticos em festivais seleccionados do mundo inteiro.

Inspirado numa situação verídica ocorrida em Gaza, em 2014, o filme conta a história de Issa (Salim Dau), um pescador de Gaza, de 60 anos, secretamente apaixonado pela modista Siham (Hiam Abass), cuja sorte muda quando recolhe na sua rede de pesca uma escultura fálica do deus grego Apolo…

O Algarve proporcionou os locais para as filmagens das cenas situadas nas praias e no mar de Gaza, interditados pelo bloqueio israelo-egípcio.

O YouTube considerou que um vídeo submetido ao concurso escolar «Paz para a Palestina», que o MPPM promoveu em 2010, é inadequado para todas as idades e classificou-o com restrição de idade (para maiores de 18 anos). É uma classificação que aquela plataforma aplica, nomeadamente, a conteúdos pornográficos.

O vídeo foi realizado por alunos do 7º ano do ensino básico e ilustra a sua mensagem de paz com algumas imagens da violência de Israel sobre os palestinos, recolhidas no próprio YouTube.

Aparentemente, o que choca os censores do YouTube não é a violência de Israel sobre os palestinos, mas sim a denúncia dessa violência.

O MPPM tentou apelar desta decisão, mas recebeu a resposta «Não é possível recorrer desta violação.»

O vídeo está disponível aqui: https://www.youtube.com/watch?v=wTjNbGU7y60

Os actos de violência dos colonos judeus contra os palestinos e os seus bens são rotineiros na Cisjordânia, mas intensificam-se na época da apanha da azeitona, que os ocupantes sabem ser a principal fonte de subsistência de grande parte das famílias palestinas.

Segundo noticia a agência Wafa, colonos israelitas do colonato ilegal de Shavei Shomron inundaram hoje terras de propriedade palestina com esgotos e águas residuais na localidade de Sebastia, a norte da cidade de Nablus.

As terras estão plantadas com oliveiras e damasqueiros e este acto de vandalismo acarreta pesadas perdas materiais para os agricultores.

Outro incidente ocorreu hoje na aldeia Deir al-Hatab, situada a leste de Nablus, em que colonos israelitas, oriundos do colonato israelita ilegal de Elon Moreh, agrediram e expulsaram das suas terras agricultores palestinos que procediam à colheita da azeitona.

O povo palestino vive um dos momentos mais dramáticos da sua já tão martirizada História. Mais uma vez, potências estrangeiras e grandes interesses económicos e geo-estratégicos estão a ditar e procurar perpetuar, à revelia do povo palestino e das suas forças políticas representativas, a ocupação estrangeira da terra palestina e a negação dos direitos inalienáveis do seu povo. Neste contexto, o MPPM solidariza-se com a luta do povo palestino, saúda as suas iniciativas de reconciliação nacional e alerta para os perigos de eclosão de uma nova e maior guerra no Médio Oriente.

Acordos de paz ou ventos de guerra?

As chancelarias ocidentais acolheram com aprovação, de moderada a entusiástica, a recente celebração, sob a égide dos Estados Unidos, de «acordos de paz» entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e o Barém considerando que representavam um progresso para a paz na região.

O Coordenador Especial das Nações Unidas para o Processo de Paz no Médio Oriente, Nickolay Mladenov, manifestou hoje a sua preocupação com a situação de Maher al-Akhras, que está em greve de fome há 81 dias.

Segundo a agência Wafa, Mladenov apelou a Israel para que acusasse al-Akhras e especificasse um tempo para a sua prisão ou o libertasse imediatamente, a ele e a todos os detidos administrativos.

Al-Akhras, 49 anos, da região de Jenin, no Norte da Cisjordânia, iniciou uma greve de fome aberta para protestar contra a sua detenção administrativa, quando foi detido em Julho. Após 81 dias de greve de fome, há uma profunda preocupação com a sua saúde. O período de detenção administrativa deve terminar em 26 de Novembro, mas pode ser renovado indefinidamente.

Nos últimos dias, a Cisjordânia testemunhou uma onda de violência de colonos israelitas à medida que os agricultores palestinos iniciavam a campanha anual da colheita da azeitona. Os ataques incluíram o corte e o incêndio de oliveiras, o roubo de colheitas e agressões físicas a agricultores.

Na quarta-feira, colonos israelitas cortaram e destruíram 300 oliveiras na aldeia de al-Jabaa, a sudoeste de Belém, no sul da Cisjordânia ocupada. Esta é a segunda vez em poucos dias que os colonos vandalizam oliveiras nesta aldeia.

Na terça-feira, agricultores de al-Jabaa foram impedidos pelo exército de chegar às suas terras. Quando conseguiram autorização para passar, descobriram que os colonos do colonato ilegal de Beit Ain tinham roubado as colheitas de 10 hectares de terra pertencentes a 30 pessoas e que também tinham vandalizado oliveiras.

Um grupo de colonos judeus incendiou hoje um olival em Deir Ballut, 15 quilómetros a oeste da cidade de Salfit.

Deir Ballut tem uma população de cerca de 4100 habitantes e possui vários sítios arqueológicos que datam da era bizantina, tais como o Mosteiro de São Simeão e o Mosteiro al-Qal'a.

Antes de 1948, a aldeia possuía 4000 hectares de terra. Em 1967, 20% da terra de Deir Ballut foi confiscada por Israel. Desde então, como tantas outras aldeias na Palestina, Deir Ballut tem sido alvo de roubos quase contínuos de terras para colonatos israelitas, estradas de desvio e instalações militares.

Ao abrigo dos Acordos de Oslo (1993-95), foi dado à Autoridade Palestina um controlo limitado sobre uma pequena bolsa de terra que ocupa 62 hectares. Israel mantém o controlo sobre o restante, classificado como Área C.

O Observador Permanente da Palestina junto das Nações Unidas, Riyad Mansour, disse à Voz da Palestina que está previsto iniciar consultas separadas na próxima semana com o Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, e outros membros do Conselho de Segurança para discutir a iniciativa do Presidente Mahmoud Abbas de realizar uma conferência internacional de paz.

O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, no seu discurso gravado em vídeo para a Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada, tinha apelado ao Secretário-Geral das Nações Unidas para convocar uma conferência internacional, no início do próximo ano, para lançar «um verdadeiro processo de paz» entre Israel e os palestinos.

Páginas

Subscreva Actualidade