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O ano que findou testemunhou uma tentativa criminosa de apagamento da questão palestina, enquanto se intensificaram os actos bélicos e os atentados aos direitos, à propriedade e à vida dos palestinos. O ano que começa tem de ser um ano de viragem em que os governos cumpram a vontade dos seus povos e concretizem o respeito pelos direitos inalienáveis do povo palestino.

Do «acordo do século» à anexação da Cisjordânia

O ano 2020 começou com a proclamação por Trump do seu «acordo do século». Longe de ser um «acordo» – nenhum representante do povo palestino participou na sua redacção – foi a tentativa de liquidar a questão palestina, rasgando as inúmeras resoluções e acordos internacionais que prometem a criação dum Estado independente e soberano da Palestina nos territórios ocupados desde 1967 e deixando de reconhecer a existência de milhões de refugiados palestinos.

Confirmando esse objectivo, o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, anunciou poucas semanas mais tarde a intenção de anexar...

Quinze organizações de saúde e direitos humanos israelitas, palestinas e internacionais instam Israel a fornecer as vacinas Covid 19 necessárias aos sistemas de saúde palestinos.

Adalah, Amnistia Internacional, B’Tselem, Gisha, Rabinos pelos Direitos Humanos e Médecins du Monde são algumas das organizações que subscreveram um documento em que manifestam a sua preocupação por o Ministério da Saúde de Israel ainda não ter divulgado a política de alocação de vacinas de qualidade aos Territórios Palestinos ocupados.

Recordam que o Artigo 56.º da Quarta Convenção de Genebra estabelece especificamente que o ocupante tem o dever de garantir «a adopção e aplicação das medidas profilácticas e preventivas necessárias para combater a propagação de doenças contagiosas e epidemias».

Portanto, Israel tem o dever de fornecer apoio para a compra e distribuição de vacinas para a população palestina sob seu controle, e essas vacinas devem cumprir os mesmos padrões de aprovação que as distribuídas para a...

Todos os governos recentes dos EUA têm realizado um ritual perverso ao entrar em funções. Todos têm concordado em minar a lei americana, assinando cartas secretas estipulando que não reconhecerão algo que todos sabem: que Israel tem um arsenal de armas nucleares.

Parte da razão para isto é impedir que as pessoas se concentrem na capacidade de Israel de reduzir dezenas de cidades a pó. Esta incapacidade de enfrentar a ameaça representada pelo horrível arsenal de Israel dá ao seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, uma sensação de poder e impunidade, permitindo que Israel dite condições aos outros.

Mas um outro efeito da abordagem à avestruz do governo norte-americano é que evita evocar as próprias leis dos EUA, que apelam ao fim da generosidade do contribuinte para com os proliferadores de armas nucleares.

Israel é, de facto, um proliferador múltiplo de armas nucleares. Há provas esmagadoras de que se ofereceu para vender as armas nucleares do regime do apartheid na África do Sul nos...

Soldados israelitas invadiram hoje de manhã cedo o Complexo Médico da Palestina, na cidade de Ramala, na Cisjordânia ocupada, e dispararam aleatoriamente latas de gás lacrimogéneo e munições revestidas de borracha contra o pessoal médico e pacientes, ferindo uma mulher grávida, no ombro, com uma munição revestida de borracha, e um paramédico, no braço.

Outras pessoas sofreram asfixia por inalação de gás, enquanto alguns pacientes ficaram aterrorizados em resultado da agressão. Uma ambulância também sofreu danos parciais devido ao disparo israelita.

Este foi o segundo ataque das forças de ocupação israelitas a hospitais na Palestina, neste fim-de-semana, o primeiro dos quais foi um ataque de aviões de guerra israelitas que atingiu o Hospital Pediátrico Al-Durra, na Faixa de Gaza.

À uma hora da madrugada de sexta-feira para sábado, aviões de guerra israelitas dispararam cinco mísseis contra locais a leste do bairro Tuffah, na cidade de Gaza, ferindo uma criança de 6 anos e um jovem na casa...

O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Expatriados da Palestina, Riyad Al-Malki, apelou a Portugal para apoiar a solução de dois Estados através do reconhecimento do Estado independente da Palestina, com Jerusalém Oriental como sua capital.

Al-Malki falou numa conferência de imprensa conjunta com o Ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, em Ramala, depois de uma reunião de trabalho entre ambos.

Apelou também ao ministro português para que apoie o pedido palestino de iniciar negociações a fim de alcançar um acordo de parceria total com a União Europeia.

«A Palestina tem muito boas relações com Portugal, um Estado amigo que apoia os direitos do povo palestino e a questão palestina», disse al-Malki, citado pela agência noticiosa palestina Wafa.

Referiu que tinha abordado o papel que a UE poderia desempenhar em relação ao Médio Oriente, considerando que Portugal assumirá a presidência do bloco a 1 de Janeiro de 2021, e pediu que a UE tomasse uma posição clara sobre...

A 19ª sessão da Assembleia dos Estados Partes (ASP) do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional (TPI), realizada em Nova Iorque, elegeu por unanimidade, para o segundo mandato consecutivo, o Estado da Palestina como membro do Bureau da ASP do TPI.

O Bureau é composto por 21 membros eleitos pela Assembleia, de entre os representantes dos 121 Estados Partes, para mandatos de três anos. A composição do Bureau tem em conta, nomeadamente, uma distribuição geográfica equitativa e a representação adequada dos principais sistemas jurídicos do mundo.

O Estado da Palestina, que aderiu ao Estatuto de Roma do TPI em 2 de Janeiro de 2015, vai ocupar, pela segunda vez, uma das três vagas do grupo de países Ásia-Pacífico.

O Bureau tem por missão assistir a Assembleia no exercício das suas responsabilidades.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros e Expatriados da Palestina, Riyad Malki, que anunciou a eleição, disse que uma das tarefas do Bureau é supervisionar o trabalho da ASP, incluindo a...

A semana que termina registou mais uma série de episódios de violência de colonos, um pouco por toda a Cisjordânia. Não é um facto novo, mas nem por se tornar repetitivo pode ser banalizado. Como não pode ser ignorado o facto de, na maioria dos casos, os actos de vandalismo ocorreram sob as vistas e com a protecção do exército israelita.

Neste domingo, colonos israelitas espancaram agricultores palestinos na aldeia de Susya, a leste da cidade de Yatta, no sul da Cisjordânia, e impediram-nos de lavrar as suas próprias terras. Susya e outras aldeias vizinhas têm sido alvo frequente de ataques por parte dos militares e colonos israelitas, que pretendem expulsar a sua população palestina para expandir os colonatos

Na aldeia de Hares, perto da cidade de Salfit, colonos israelitas do colonato de Revava arrancaram as oliveiras que um agricultor palestino tinha plantado recentemente nas suas terras. Este foi o segundo ataque do seu género por colonos israelitas na mesma área em menos de um mês.

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A Assembleia Geral da ONU, na sua 75ª sessão, aprovou a Resolução 75/172 O Direito do Povo Palestino à Autodeterminação com 163 votos a favor, 10 abstenções e 5 votos contra (Estados Unidos da América, Ilhas Marshall, Israel, Micronésia e Nauru). Portugal votou a favor.

A Resolução «reafirma o direito do povo palestino à autodeterminação, incluindo o direito ao seu Estado da Palestina independente» e «Insta todos os Estados e as agências e organizações especializadas do sistema das Nações Unidas a continuarem a apoiar e assistir o povo palestino na realização em breve do seu direito à autodeterminação.»

Também por maioria muito expressiva foi aprovada a Resolução 75/22 Resolução Pacífica da Questão da Palestina. Registou 145 votos a favor, 9 abstenções e 7 votos contra (Austrália, Canadá, Estados Unidos da América, Ilhas Marshall, Israel, Micronésia e Nauru). Portugal votou a favor.

Esta Resolução «Reitera o seu apelo à obtenção, sem demora, de uma paz abrangente, justa e duradoura no...

O município israelita de Jerusalém Ocidental demoliu parte do centenário cemitério islâmico al-Yousifieh, em Jerusalém Oriental ocupada, de acordo com a agência noticiosa palestina WAFA.

Mustafa Abu Zahra, um zelador dos cemitérios islâmicos na cidade sagrada, disse que um bulldozer municipal demoliu o muro de pedra do cemitério, uma semana depois de ter demolido as suas escadas, no que Abu Zahra descreveu como "uma violação flagrante da santidade do local".

As autoridades israelitas, que já tinham tomado posse de parte do cemitério, planeiam destruí-lo para aí construir um parque urbano, uma medida que enfurece muitos residentes de Jerusalém Oriental que têm entes queridos enterrados naquele cemitério.

Esta acção, conjugada com os actos de violência de colonos israelitas no complexo da Mesquita Al Aqsa/Al Haram Al Sharif, inserem-se na política israelita de pressionar a população palestina de Jerusalém Oriental para abandonar a cidade, apagando a sua identidade árabe e deixando-a aberta...

Numa conferência de imprensa em Berlim, na passada quinta-feira, os directores de 32 das mais prestigiadas instituições culturais alemãs divulgaram uma declaração na qual se pronunciam contra a resolução do Bundestag sobre o anti-semitismo e alertam que «as acusações de anti-semitismo estão a ser mal utilizadas para afastar vozes importantes e para distorcer posições críticas».

Sintomático do clima que se vive no meio cultural alemão é que a conferência de imprensa foi planeada clandestinamente e culminou um ano de reuniões mensais realizadas em absoluto sigilo. Em causa estão, no entender dos participantes, a democracia alemã e a liberdade de expressão artística e académica.

Na origem do movimento está uma resolução aprovada pelo Parlamento alemão, em Maio de 2019, que designava a campanha de sanções a Israel BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções) como anti-semita. A resolução não vinculativa exorta todos os estados e municípios da Alemanha «a não apoiar financeiramente quaisquer...