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A Alta-Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou ontem que «a situação dos direitos humanos nos Territórios Palestinos Ocupados (TPO) pode actualmente ser caracterizada como desastrosa, com graves violações dos direitos inalienáveis de mais de 4 milhões de pessoas».

«Isto também tem claramente um impacte prejudicial nas perspectivas de paz e desenvolvimento sustentável para Israel, bem como para a região circundante», prosseguiu.

Michelle Bachelet falou numa reunião organizada pelo Comité das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, em Genebra, que tinha como ponto único de agenda a situação dos direitos humanos nos TPO.

«As causas profundas das violações que descrevi precisam de ser abordadas, para que os ciclos contínuos de violência possam ser interrompidos. Isto exige o empenho da comunidade internacional em assegurar a responsabilização, há muito esperada, por todas as violações dos direitos humanos e do...

Israel anunciou hoje a conclusão de um novo Muro cercando a Faixa de Gaza e que se prolonga pelo mar. O Muro inclui centenas de câmaras, radares e outros sensores e tem uma extensão de 65 km e uma altura de 6 metros de altura acima do solo. Tem também uma parte subterrânea cuja profundidade não foi revelada.

O Muro tem uma extensão marítima com meios para detectar infiltrações por mar e um sistema de armas controladas à distância. Levou três anos e meio a concluir, custou mil milhões de euros e nele foram aplicadas 140 000 toneladas de ferro e aço.

O Ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, disse que esta barreira é « um projecto criativo e tecnológico de primeira ordem, nega ao Hamas uma das capacidades que tentou desenvolver e coloca um muro de ferro, sensores e betão entre ele e os habitantes do sul.».

A Faixa de Gaza está sujeita a um bloqueio por parte de Israel e do Egipto desde 2007 e é alvo de frequentes ataques das forças armadas de Israel. O bloqueio torna as condições vida...

Os irmãos palestinos Sami e Sameeha Huraini, juntamente com defensores dos direitos humanos de outros cinco países – entre os quais Mamadou Ba, de Portugal –, foram distinguidos com o prémio internacional Defensores dos Direitos Humanos em Risco 2021 atribuído pela organização Front Line Defenders.

A organização homenageia defensores dos direitos humanos que trabalham em questões que incluem justiça racial, direitos de habitação, direitos das minorias, protecção e defesa do ambiente e da terra, autodeterminação e direitos dos deficientes, e que enfrentam várias formas de assédio, intimidação e ameaças, tendo alguns enfrentado a violência e outros sido detidos e acusados.

Sami Huraini é um defensor dos direitos humanos palestino e membro da direcção do Comité de Coordenação da Luta Popular (PSCC), um comité que se opõe à extensão dos colonatos israelitas ilegais através de manifestações pacíficas. Sami Huraini é também membro da iniciativa popular «Juventude de Sumud», uma iniciativa que...

Na Palestina, o Outono deveria ser um tempo de festa. Entre Outubro e Novembro, as famílias reúnem os mais jovens e os mais idosos, e espalham-se pelos campos entre o nascer e o pôr do sol, na colheita da azeitona. É uma época de celebração da vida, da fertilidade, de comunhão com a terra milenar, de partilha e fraternidade. Deveriam ser de festa e, ainda assim, estes são dias de uma desabrida violência e crueldade, tantas vezes de dor lancinante, ainda mais insuportável quanto sofrida sob um denso silenciamento.

Os holofotes da comunicação social sempre lestos a agitar o espantalho do “terrorismo”, sempre prontos a fazer eco das acções de resistência de jovens palestinos embrulhando-as na retórica dos “confrontos” e do “conflito”, ignoram por sistema o sobressalto que se vive por estes dias na generalidade das aldeias e nas comunidades rurais na Palestina.

Al-Mazraa al-Garbieh é uma pequena aldeia no eixo central da Margem Ocidental do rio Jordão, escassos 7 quilómetros a norte de...

Respondendo a um apelo de vinte organizações, com o MPPM, o CPPC e a CGTP-IN como primeiros promotores, centenas de pessoas reuniram-se na Praça Luís de Camões, em Lisboa, para assinalar o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino.

Agitando bandeiras da Palestina ou empunhando cartazes reclamando o Fim do Muro do Apartheid, o Fim da Ocupação, Liberdade para os Presos Palestinos ou o Direito ao Retorno dos Refugiados, os manifestantes gritavam a sua certeza de que a Palestina Vencerá!

Não faltou uma componente internacional, com cartazes como “Where Are You, EU?”, “It Is Not About Being Anti-Semitic, It Is About Being Pro-Human Rights” ou “Free Palestine, End Apartheid”.

Registaram-se intervenções de Eduardo Lima, pelo CPPC, João Coelho, pela CGTP-IN, e Carlos Almeida, pelo MPPM.

Este é o texto da intervenção de Carlos Almeida:

Caras amigas

Caros amigos,

Em 1977, a Assembleia Geral das Nações Unidas fixou o dia 29 de Novembro como Dia Internacional de Solidariedade com o Povo...

Numa iniciativa conjunta do CPPC, CGTP-IN e MPPM, a que aderiram outras organizações, muitas dezenas de pessoas concentraram-se na Praça da Palestina, no Porto, para assinalar o Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino.

Foram ouvidas comunicações de Maria Spínola, Cristina Nogueira (CGTP-IN), José António Gomes (MPPM) e Ilda Figueiredo (CPPC).

As intervenções sublinharam a urgência de dizer não à agressão, à ocupação e à humilhação por parte de Israel que continua a desrespeitar o direito Internacional e os direitos do Povo Palestino, e exigiram ao Governo português e a todos os governos, que cumpram o que proclamam e prometem, pondo fim à conivência.

Considerou-se que o governo português tem a obrigação de reconhecer o Estado da Palestina e condenar os crimes de Israel, com a certeza de que a Palestina Vencerá!
 

O dia 29 de novembro marca a data em que, em 1947, a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou o Plano de Partilha da Palestina e detonou o processo da Nakba, palavra árabe que designa a tragédia que se viu em seguida, que perdura até os nossos dias. A famigerada partilha tornou a Palestina o único estado destruído com o apoio das Nações Unidas, o que permitiu o surgimento do “Estado judeu”, assentado na usurpação do patrimônio nacional dos palestinos.

A cobiça pela Palestina tomou corpo na política sionista a partir de 1937 e durante a Segunda Guerra Mundial, quando os ingleses tentaram impor a criação de um estado binacional, rejeitado pelos sionistas. Em fevereiro de 1947, o Império Britânico transferiu a questão da Palestina, que se encontrava sob seu domínio, conforme mandato concedido pela antiga Liga das Nações, desde 1922, para a ONU. A partilha do território em dois estados passou a ser a solução aventada pela Inglaterra, na qual os interesses dos palestinos...

Uma resolução que afirma a soberania palestina sobre os seus recursos naturais foi aprovada na Assembleia Geral da ONU com 157 votos a favor – entre os quais Portugal – sete votos contra (Canadá, Israel, Ilhas Marshall, Estados Federados da Micronésia, Nauru, Palau, Estados Unidos) e 14 abstenções.

A Assembleia Geral adoptou a resolução sobre «A soberania permanente do povo palestino nos Territórios Palestinos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental e da população árabe no Golan sírio ocupado sobre os seus recursos naturais». Exige-se «que Israel, a potência ocupante, cesse a exploração, os danos, a causa da perda ou do esgotamento, e a ameaça de extinção dos recursos naturais nos Territórios Palestinos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, e no Golan sírio ocupado».

A Resolução apela «a Israel, a potência ocupante, para que cesse todas as acções, incluindo as dos colonos israelitas, que prejudicam o ambiente, incluindo o despejo de todo o tipo de resíduos, nos Territórios Palestinos...

O preso palestino Sami al-Amour, detido nas prisões israelitas há 13 anos, morreu ontem no que os grupos palestinos de direitos humanos consideram ser o resultado de negligência médica por parte das autoridades prisionais israelitas.

A Sociedade dos Presos Palestinos (SPP) disse num comunicado de imprensa que Sami al-Amour, de 39 anos, de Deir Al-Balah. na Faixa de Gaza, morreu ontem em resultado de negligência médica sistemática intencional enquanto se encontrava detido.

A SPP acrescentou que al-Amour foi detido em 2008 e condenado a 19 anos de prisão, durante os quais lhe foram negadas visitas familiares. Sofria de doença cardíaca congénita, mas a negligência médica deliberada israelita e as duras condições de detenção causaram uma grave deterioração da sua saúde.

Foi transferido há vários dias da prisão de Nafha para a prisão de Asqalan, antes de ser transferido para o Centro Médico Soroka, em Beersheba, onde foi submetido a duas cirurgias antes de ser declarado morto.

A SPP considerou...

Dezoito ambulâncias entraram ontem na Faixa de Gaza através do posto fronteiriço de Rafah, enquanto outras nove aguardam aprovação egípcia para atravessar a fronteira, constituindo no seu conjunto um dos maiores comboios humanitários de novas ambulâncias a romper o duro bloqueio de Gaza, que dura há 14 anos.

As 27 ambulâncias novas, totalmente equipadas, foram adquiridas graças ao patrocínio de organizações da sociedade civil de dezenas de países de todo o mundo e fazem parte de uma missão de solidariedade internacional para ajudar a reerguer os serviços de saúde do enclave sitiado, devastado pelo cerco de Israel e pelos recorrentes e brutais bombardeamentos.

O coordenador dos comboios de solidariedade Miles of Smiles, Dr. Essam Yousef, disse: «Em meu nome e no dos meus colegas dos comboios Miles of Smiles gostaria de estender a todos a nossa sincera gratidão pela solidariedade que têm dado ao nosso povo da Palestina».

A chegada das ambulâncias a Gaza foi saudada com uma cerimónia de boas...