Israel intimou hoje, domingo, os residentes na aldeia palestina de Khan al-Ahmar, na Cisjordânia ocupada, a demolirem as suas casas e abandonarem a área antes do início de Outubro.
Khan al-Ahmar é uma aldeia habitada por cerca de 200 beduínos que vivem da criação de ovelhas e cabras e constituída por precárias construções de lata e madeira, numa encosta deserta a poucos quilómetros de Jerusalém, entre dois grandes colonatos israelitas ilegais, Maale Adumim e Kfar Adumim, que o governo israelita quer expandir.
Os aldeões peretencem à tribo Jahalin, que foi expulsa das suas terras no deserto de Naqab (Negev) pelas forças militares israelitas na década de 1950. Foram desalojados mais duas vezes antes de se estabelecerem em Khan al-Ahmar, muito antes de existirem os colonatos que hoje a rodeiam.
Israel planeia demolir a aldeia e realojar os seus moradores num local a 12 quilómetros de distância, perto da aldeia palestina de Abu Dis e adjacente a uma lixeira.
1. Vivemos hoje um momento particularmente grave, em que após décadas de promessas incumpridas pela comunidade internacional e da violação permanente da legalidade internacional e das resoluções da ONU sobre a questão palestina, podemos estar à beira duma nova catástrofe - uma nova Nakba - do Povo Palestino. Estamos confrontados com uma estratégia concertada entre os governos dos EUA e de Israel, para destruir toda e qualquer hipótese de criar um Estado Palestino independente em território histórico da Palestina.
Um adolescente palestino de 15 anos foi morto por fogo israelita na noite de quarta para quinta-feira perto de Rafah, no Sul da Faixa de Gaza.
Fontes hospitalares informaram disseram que o jovem, Momin Ibrahim Abu Ayyadeh, foi atingido na cabeça por uma bala aparentemente disparada por um atirador de elite do exército israelita. Três outros jovens sofreram ferimentos provocados por balas.
Os jovens participavam num protesto contra a ocupação israelita junto à vedação com que Israel isola o pequeno território palestino. Desde 30 de Março que a zona adjacente à vedação tem sido palco de manifestações semanais integradas na «Grande Marcha do Retorno». Recentemente têm ocorrido protestos nocturnos, como aconteceu neste caso.
Segundo as autoridades de saúde palestinas, até agora pelo menos 182 palestinos foram mortos nos protestos pelas forças armadas do regime sionista.
Um palestino foi morto a tiro pela polícia israelita perto da Porta de Damasco, na Cidade Velha de Jerusalém, na noite de terça-feira, após uma alegada tentativa de esfaqueamento de um civil judeu. Porém, testemunhas palestinas citadas pela agência AFP disseram que o suposto agressor não estava a tentar esfaquear ninguém, estava sim a defender-se. Nenhum israelita foi ferido. O palestino morto era Muhammad Yousif Alayan, do campo de refugiados de Qalandiya, perto da cidade de Ramala, na Cisjordânia ocupada.
Também na terça-feira, Muhammad Rimawi, um palestino de 24 anos, morreu na sequência do espancamento por tropas israelitas, que às 4 da manhã assaltaram a sua casa, na aldeia e Beit Rima, na Cisjordânia ocupada, para o deter. Rimawi foi despido e brutalmente agredido até cair inconsciente e ser levado para local desconhecido. Horas depois, a família foi informada da sua morte pelo telefone.
O embaixador da Palestina nos Estados Unidos, Husam Zomlot, declarou que tinha sido expulso do país e que as contas bancárias da sua família haviam sido congeladas, dias depois de o Departamento de Estado dos EUA ordenar o fecho da representação da Organização de Libertação da Palestina em Washington.
Os vistos do embaixador e da sua família, que eram válidos até 2020, foram revogados. Os filhos do embaixador, Said, de 7 anos, e a filha Alma, de 5 anos, foram retirados da escola que frequentavam em Washington e já deixaram o país.
Por outro lado, todas as contas bancárias ligadas à OLP nos Estados Unidos também foram congeladas, informou o site noticioso israelita Ynet.
Os EUA anunciaram na semana passada o fecho do escritório da OLP em Washington, medida que John Bolton, assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, descreveu como uma «punição» por a organização palestina ter pedido que Israel seja investigado pelo Tribunal Penal Internacional.
No dia 16 de Setembro de 1982, milhares de refugiados palestinos foram brutalmente massacrados nos campos de Sabra e Chatila, perto de Beirute, por uma milícia libanesa cumprindo ordens de Israel, imediatamente após o exército israelita, comandado por Ariel Sharon, ocupar a capital do Líbano.
O massacre ceifou a vida de pelo menos 3000 refugiados palestinos. Soldados israelitas controlavam o perímetro dos campos para impedir que os refugiados saíssem, e durante a noite disparavam foguetes luminosos para ajudar a acção dos criminosos da milícia da Falange. O massacre durou dois dias. Quando o banho de sangue terminou, Israel forneceu as escavadoras para cavar valas comuns.
Três palestinos, incluindo uma criança de 12 anos, foram hoje mortos pelas forças israelitas, que reprimiram os protestos na Faixa de Gaza com munições reais e bombas de gás lacrimogéneo.
O Ministério da Saúde de Gaza informou que os mortos são Shadi Abdulal, de 12 anos, Hani Afana, de 21, e Mohammed Shaqoura, de 21. Segundo uma testemunha ocular citada pela agência Reuters, o pequeno Shadi não constituía qualquer ameaça e foi atingido a tiro a uns 70 metros da vedação.
Cerca de 250 palestinos, incluindo 18 crianças e dois paramédicos, sofreram ferimentos, acrescenta o ministério.
Milhares de palestinos participaram na tarde de hoje nas manifestações da Grande Marcha do Retorno. Os protestos decorreram sob o lema «A resistência é a nossa escolha», para sublinhar que o povo palestino rejeita os Acordos de Oslo e o «acordo do século» promovido pelos EUA.
Há 25 anos, em 13 de Setembro de 1993, eram assinados em Washington os chamados Acordos de Oslo, selados por um aperto de mão entre Yasser Arafat, presidente da OLP, e Yitzhak Rabin, primeiro-ministro de Israel.
A assinatura dos Acordos criou em muitos a ilusão de que se abria a porta para a independência da Palestina. Mas foram também numerosos aqueles que alertaram para os perigos de um acordo desigual, sob a égide dos EUA, principal aliado do regime sionista. Enquanto Israel se limitou a «reconhecer a OLP como a representante do povo palestino», a OLP reconheceu «o direito do Estado de Israel a existir em paz e segurança», ou seja, renunciou a 78% do território da Palestina histórica em troca da esperança da constituição de um Estado nos restantes 22% (Cisjordânia, Faixa de Gaza, Jerusalém Oriental), sem qualquer garantia do reconhecimento por Israel do seu próprio Estado nos territórios ocupados em 1967.
O governo dos Estados Unidos anunciou hoje, 10 de Setembro, que ia fechar a delegação diplomática da Organização de Libertação da Palestina em Washington, existente desde 1994, após a assinatura do acordo de paz Oslo I com Israel (1993).
Trata-se de mais uma perigosa escalada do ataque dos EUA ao povo palestino e aos seus direitos nacionais, que só nos últimos tempos passou nomeadamente pela cessação total do financiamento à UNRWA,a agência da ONU de apoio aos refugiados palestinos, e pelo corte do financiamento destinado aos hospitais palestinos de Jerusalém.
Uma declaração do Departamento de Estado afirma que «a OLP não tomou medidas para avançar o início de negociações directas e significativas com Israel». A direcção da OLP, diz o Departamento de Estado, «condenou um plano de paz dos EUA que ainda não viu e recusou-se a interagir com o governo dos EUA em relação aos esforços de paz e outros assuntos».
Um vídeo publicado nas redes sociais documenta o momento em que na sexta-feira passada as forças israelitas atingiram a tiro o jovem palestino Ahmad Misbah Abu Tyour, de 16 anos, que veio a falecer o sábado de manhã. O adolescente participava nos protestos da «Grande Marcha de Retorno», na Faixa de Gaza cercada.
O vídeo mostra o rapaz a atirar pedras de uma grande distância, não podendo de modo nenhum constituir qualquer risco para os soldados israelitas fortemente armados. Em seguida Ahmad agita os braços no ar durante alguns segundos, antes de ser atingido no peito por um atirador israelita, sofrendo graves ferimentos de que sucumbiu no dia seguinte.
Na sexta-feira, também durante os protestos da «Grande Marcha do Retorno» foi morto por fogo real israelita um outro jovem palestino, Bilal Hafaje, de 17 anos. O Ministério da Saúde de Gaza informou que pelo menos 395 palestinos foram feridos.