Médio Oriente

Há 40 anos, na noite de 16 de Setembro de 1982, milícias falangistas cristãs libanesas invadiram os campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, nos arredores de Beirute, com o apoio do exército israelita que, desde Junho, ocupava a capital do Líbano.

Durante dois dias, os falangistas, instigados por Israel, levaram a cabo um hediondo massacre de que resultaram numerosas vítimas palestinas, em grande parte mulheres e crianças.

Soldados israelitas cercaram os campos para impedir que os refugiados saíssem, e durante a noite disparavam foguetes luminosos para ajudar a acção dos criminosos falangistas. Ao fim dos dois dias de massacre, Israel forneceu os buldózeres para cavar valas comuns.

Entre 5 e 10 de Junho de 1967, Israel conduziu uma guerra com os países vizinhos – Egipto, Jordânia e Síria – que culminou com a ocupação total da Palestina histórica e ainda dos Montes Golan sírios e da Península do Sinai egípcia.

Para os Palestinos, a Naqsa (“revés”) significou a perda de tudo o que restava da sua pátria e o início de 55 anos de uma colonização israelita desenfreada e insaciável. Foi a segunda etapa de uma catástrofe contínua, iniciada com a Nakba de 1948, e que veio a caracterizar-se por ataques militares, demolições de casas, confiscação de terras e apropriação de recursos naturais, expansão de colonatos e violência dos colonos, e compromissos assumidos e logo repudiados.

Pelo menos 80 pessoas foram mortas na passada sexta-feira quando aviões da coligação liderada pela Arábia Saudita atingiram com mísseis um centro de detenção na província iemenita de Saada, controlada pelos Houthi.

Oito agências de ajuda humanitária que operam no Iémen disseram, numa declaração conjunta, que estavam «horrorizadas com a notícia de que mais de 70 pessoas, incluindo migrantes, mulheres e crianças, foram mortas num desrespeito flagrante pela vida de civis».

A prisão em Saada foi utilizada como centro de detenção para migrantes, que constituíram muitas das vítimas.

«Migrantes em busca de uma vida melhor para si próprios e para as suas famílias, civis iemenitas feridos às dezenas, é um quadro que nunca esperávamos acontecer no Iémen», disse Gillian Moyes, directora da Save the Children no Iémen.

Boa tarde a todos

Gostaria em primeiro lugar de, em nome do MPPM, transmitir a todos vós saudações pela vossa presença neste belo e importante Encontro pela Paz.

No mês passado a realidade da guerra foi mais uma vez evidente em terras da Palestina. Infelizmente é assim há muitos anos, há demasiados anos. E é assim também há muitos anos em todo o Médio Oriente.

Após onze dias de brutais bombardeamentos de Israel - uma das maiores forças armadas do planeta - sobre a martirizada Faixa de Gaza - a maior prisão a céu aberto do planeta - as bombas pararam, para já, de cair.

Bom dia, caras amigas e caros amigos

Uma saudação especial à Câmara Municipal de Setúbal e a todas as organizações que partilham connosco a convocatória deste Encontro.

Quando falamos da luta pela Paz, quando falamos das ameaças à Paz, a região do Médio Oriente, do Mediterrâneo Oriental, estará certamente na linha da frente das principais preocupações, entre as regiões que são normalmente indicadas como aquelas onde a instabilidade e os perigos para a Paz no mundo são mais acesos.

E perguntarão, perguntaremos: mas porquê?

Porque, sabemo-lo, naquela região se concentram importantes riquezas, importantes bens, que desde praticamente o início do século xx, desde aquele famigerado acordo entre a França e a Inglaterra que foi denunciado logo após a revolução de Outubro – o famoso acordo Sykes-Picot – são disputados e partilhados entre as grandes potências europeias, na ocasião a França e a Inglaterra, hoje os Estados Unidos e outras potências.

Em 18 de Dezembro de 2021 - Dia Internacional dos Migrantes, enquanto movimentos e organizações que lutam por um Mundo Sem Muros, emitimos a nossa segunda Carta Urgente para denunciar declarações ocas de preocupação e exigir repensares e acções radicais.

86 redes, movimentos e organizações de todo o mundo aderiram ao apelo.

Exigimos para as pessoas o direito de ficar com dignidade e justiça nos seus países de origem, o direito de mudar, sempre que a isso são forçadas, para países de acolhimento, protegidas e respeitadas, e o direito de regressar ao local de onde tiveram de fugir.

Durante a sua reunião anual realizada em Paris, o Comité Intergovernamental da UNESCO para a Salvaguarda do Património Cultural Intangível aceitou a inscrição de «A arte de bordar na Palestina, práticas, aptidões, conhecimentos e rituais» na Lista Representativa do Património Cultural Intangível.

A arte dos bordados tradicionais é generalizada na Palestina. Originalmente feita e usada nas zonas rurais, a prática é agora comum em toda a Palestina e entre os membros da diáspora.

Na Palestina, a roupa da aldeia feminina consiste geralmente num vestido comprido, calças, casaco, touca e um véu. Cada peça de vestuário é bordada com uma variedade de símbolos, incluindo pássaros, árvores e flores. O bordado é cosido com fio de seda em lã, linho ou algodão, e a escolha de cores e desenhos indica a identidade regional da mulher e o seu estatuto matrimonial e económico.

Quatro jovens arquitectos palestinos formados na Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, conquistaram o Prémio Phoenix 2021 num concurso internacional para projectos de concepção e reconstrução do Porto de Beirute.

O porto de Beirute foi destruído em 4 de Agosto de 2020 por uma explosão que matou quase 200 pessoas, feriu mais de 6000 e causou enormes danos materiais em edifícios residenciais e estabelecimentos comerciais.

O Prémio Phoenix 2021 foi atribuído pela iDAR-Jerusalem, uma organização palestina sem fins lucrativos que promove a arquitectura, e procurava «a excelência arquitectónica e evocar mentes inovadoras, a nível mundial, para reconstruir o Porto de Beirute e trazê-lo de volta ao povo, remodelado e recapturado.»

O júri internacional avaliou 13 projectos oriundos de Estados Unidos, Rússia, Polónia, Palestina, Israel, Itália, Arábia Saudita, Países Baixos, Barém, Portugal, China e Líbano.

O MPPM integrou o desfile organizado pela CGTP-IN/USL, em Lisboa, associando-se assim às celebrações do Dia do Trabalhador.

Entre o Campo Pequeno e a Alameda, reclamámos uma Palestina Livre e Independente e Paz para o Médio Oriente.

Na Alameda, a Palestina e Médio Oriente estiveram presentes na intervenção da Secretária-Geral da CGTP-IN:

«Saudamos o povo da Palestina, ocupado e humilhado por Israel com o alto patrocínio dos Estados Unidos da América!

[Palestina vencerá! Palestina vencerá!]

Saudamos os povos da Síria e de todo o Médio Oriente, terra fustigada pela ganância do lucro e dos que não olham a meios para impor a sua vontade!»

No romance de George Orwell O Triunfo dos Porcos, os porcos governantes liderados por Napoleão reescrevem constantemente a história para justificar e reforçar a continuidade do seu próprio poder. A reescrita pelas potências ocidentais da história do conflito em curso na Síria parece saída de Orwell.

A declaração conjunta dos ministros dos negócios estrangeiros dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Itália na semana passada [15 de Março] para assinalar o décimo aniversário do conflito sírio começa com uma completa falsidade ao responsabilizar o Presidente Bashar al-Assad e «os seus apoiantes» pelos horríveis acontecimentos naquele país. Afirma que as cinco potências ocidentais «não irão abandonar» o povo sírio – até que a morte nos separe.

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