Actualidade

A série áudio-documental Palestina, histórias de um país ocupado, de Ricardo Esteves Ribeiro, foi a vencedora do prémio Gazeta Revelação 2018, uma das categorias dos mais importantes prémios do jornalismo português.  «O trabalho, gravado entre Ramallah, Hebron, Belém e Jerusalém, dá voz a quem resiste à ocupação israelita, com a indispensável contextualização histórica», diz o comunicado do Clube dos Jornalistas, entidade responsável pelos prémios. A reportagem distinguida foi publicada em seis episódios, entre 15 de Maio de 2018 e 2 de Agosto de 2018, na plataforma digital Fumaça. «A reportagem foi realizada em setembro de 2017. Durante dez dias, o Ricardo Esteves Ribeiro e a Maria Almeida estiveram entre Ramallah, Belém, Hebron e Jerusalém para perceberem como vive a Palestina ocupada», informa o comunicado publicado no site da Fumaça. «Dessa viagem saiu a primeira grande investigação Fumaça. Contámos as vidas e as voltas de uma usurpação, através das vozes de quem lhe resiste.»  O...

O Ministério da Defesa de Israel começou há uma década a retirar dos arquivos e a esconder documentos relacionados com crimes contra os palestinos durante a Nakba de 1948, revela o jornal israelita Haaretz.

Num longo artigo, o Haaretz informa que equipas anónimas do Ministério da Defesa têm escondido sistematicamente centenas de documentos, numa tentativa de esconder provas documentais da Nakba.

Nakba (Catástrofe, em árabe) é o termo que designa a limpeza étnica, em 1948, de cerca de 750 000 palestinos, forçados a abandonar as suas casas e propriedades por grupos armados sionistas, e mais tarde pelo exército de Israel, que cometeram massacres e destruíram e esvaziaram dos seus habitantes centenas de aldeias e cidades palestinas. Os refugiados palestinos foram e são impedidos por Israel de retornar às suas casas, apesar das resoluções da ONU que o determinam.

O Ministério da Defesa dá também especial atenção a documentos relacionados com o programa nuclear — Israel é a única potência...

A actriz Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, foi galardoada com o prémio «Actress of Europe — 2019» pelo Festival Internacional de Teatro.

Maria do Céu Guerra receberá o prémio no sábado, na abertura do festival, que decorrerá no Lago de Prespa, nos Balcãs, na fronteira entre a Macedónia, a Albânia e a Grécia.

O prémio de honra «Actress of Europe» é atribuído desde 2003 para reconhecer o percurso artístico de uma personalidade do teatro e o contributo criativo para a memória colectiva da civilização europeia, lê-se na página oficial do festival.

Trata-se de um justíssimo reconhecimento da sua luta incansável pela dignificação do teatro — e da cultura — em Portugal, quer enquanto actriz quer como autora, encenadora ou gestora, e isto sem nunca trair os princípios que sempre a orientaram.

Maria do Céu Guerra é uma mulher de causas, e a causa da defesa dos direitos do povo palestino é certamente uma das que desde há muitos anos ocupam um lugar especial no seu afecto.

Para o MPPM é uma...

A final da Taça da Palestina, que deveria disputar-se na Cisjordânia ocupada nesta quarta-feira, teve de ser adiada porque Israel negou a autorização de viagem aos jogadores de Gaza. A segunda mão da final entre o Balata FC e Khadamat Rafah, vencedores das ligas da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, não se pôde realizar na data marcada por «flagrante intervenção das autoridades de ocupação israelitas para negar aos palestinos o seu direito básico de jogar futebol», denunciou em comunicado a Associação de Futebol da Palestina. «Os preparativos para a final da Taça da Palestina, que é uma das duas principais competições oficiais da Palestina», prossegue o comunicado, «foram finalizados há alguns dias, mas as autoridades de ocupação israelitas continuam a negar autorizações de entrada à delegação do Khadamat Rafah, sob o conveniente pretexto de "razões de segurança".»  A equipa do Khadamat Rafah, com sede em Gaza, solicitou autorização de viagem para a Cisjordânia para 35 pessoas, mas o...

Em pouco mais de um século, entre 1900 e 2018, a população judaica na Palestina Histórica mais do que centuplicou (de 50 000 para 6 700 000), enquanto a população autóctone pouco mais que decuplicou (de 550 000 para 6 500 000). Este é o resultado de uma imigração maciça de judeus associada a uma limpeza étnica dos palestinos conseguida por expulsões e massacres. Ao mesmo tempo, através de guerras e manobras políticas, Israel assumiu o controlo, de jure, de 95% do território da Palestina do Mandato Britânico (deixando aos palestinos a Faixa de Gaza e a Área A da Cisjordânia), mas controla, de facto, a totalidade do território.

Nesta Folha Informativa recordamos os acontecimentos e identificamos os responsáveis por esta situação, tanto a nível demográfico como territorial, desde o domínio otomano à actualidade, passando pelo Mandato Britânico, pela criação do Estado de Israel e a Nakba, pela guerra de 1967 e a expansão sionista e pelos Acordos de Oslo e suas consequências.

O Comité Executivo da OLP denuncia, em comunicado hoje publicado, a inauguração de um túnel escavado sob o bairro palestino de Silwan, em Jerusalém Oriental ocupada, com a participação de altos responsáveis dos EUA.

A escavação é promovida pela «Fundação Cidade de David», organização sionista que visa a colonização judaica em Jerusalém Oriental ocupada.

Na pomposa inauguração participaram o embaixador dos EUA, David Friedman, e o enviado especial de Trump para o Médio Oriente, Jason Greenblatt. Ambos são apoiantes abertos e entusiastas da direita israelita e do projecto dos colonatos.

O Comité Executivo da OLP considera que a sua participação constitui «conivência criminosa no cometimento de um crime de guerra».

«Tais ações incendiárias são uma provocação directa e um ataque ao status quo histórico na cidade; são também uma violação dos direitos dos palestinos e do direito internacional», prossegue o comunicado. «A administração dos EUA emparceirou com as organizações fundamentalistas dos...

Pelo segundo dia consecutivo, esta sexta-feira o bairro de  Issawiya, em Jerusalém Oriental ocupada, ergueu-se em revolta contra o assassínio de um jovem pelas forças repressivas israelitas.

Na quinta-feira, Mohammed Samir Obaid, de 20 anos, foi baleado no peito e no coração pela polícia israelita durante um protesto, vindo a sucumbir aos ferimentos no início da sexta-feira.

A polícia israelita afirma que os seus agentes dispararam depois de Obaid lhes ter atirado petardos, o que é desmentido por testemunhas no local, que negam terem sido lançados quaisquer petardos. Pelo contrário,
um soldado que se encontrava a 10 metros de Obaid pegou na arma e correu atrás do jovem, antes de disparar contra ele.

As forças israelitas apossaram-se do corpo do jovem e recusam-se a devolvê-lo à família.

Durante a adolescência Obaid passou quatro anos nas prisões israelitas pelas suas actividades contra a ocupação. O seu pai e irmã também são antigos presos políticos.

Nesta sexta-feira o campo de refugiados...

Milhares de palestinos protestaram nesta terça-feira na Cisjordânia ocupada e na Faixa de Gaza cercada contra o lançamento do «plano de paz» do governo dos EUA para o Médio Oriente. Cerca de 3000 pessoas manifestaram-se em Nablus, no norte da Cisjordânia, registando-se também manifestações em Ramala e Hebron. Na Faixa de Gaza foi convocada uma greve geral e a maioria das lojas e restaurantes fecharam. Numa conferência de dois dias no Barém, iniciada na terça-feira, os EUA propõem-se apresentar um conjunto de propostas económicas, alegadamente com o objectivo de abrir caminho para um processo de paz entre israelenses e palestinos. A apresentação da parte política do plano vem a ser sucessivamente adiada, estando agora anunciada para depois das eleições israelitas de Setembro. Contudo, está posta de parte a hipótese de os planos estado-unidenses contemplarem uma solução justa para a questão israelo-palestina. Em entrevista concedida à estação televisiva Al-Jazeera, Jared Kushner...

Os dirigentes palestinos rejeitaram as propostas da parte económica do «acordo do século» dos EUA, que serão discutidas numa reunião internacional a realizar esta semana no Barém.

«Primeiro que tudo, dêem-nos a nossa terra e a nossa liberdade», declarou o ministro das Finanças da Autoridade Palestina, Shukri Bishara. «Não precisamos da reunião do Barém para construir o nosso país, precisamos da paz, e a sequência do plano — recuperação económica seguida pela paz — é irrealista e uma ilusão»,

De facto, a apresentação da parte política do «plano de paz» da administração Trump, está mais uma vez adiada, desta vez para depois das eleições israelitas de Setembro.

Quanto à parte económica, o seu conteúdo foi  reveladas por Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump. Pomposamente intitulado «Paz para a prosperidade», o plano acena com investimentos de 50 mil milhões de dólares (44 mil milhões de euros), dos quais 28 mil milhões seriam destinados a projectos nos...

Pelo menos 79 palestinos foram feridos pelas forças israelitas, que mais uma vez abriram fogo contra os manifestantes desarmados que participavam na 63.ª sexta-feira consecutiva dos protestos da Grande Marcha de Retorno, ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.

Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, entre os feridos encontram-se também paramédicos que prestavam assistência aos manifestantes.

As manifestações têm-se realizado semanalmente desde 30 de Março do ano passado, exigindo o fim do bloqueio à Faixa de Gaza, que dura desde 2007, e o direito dos refugiados palestinos de retornarem às suas casas, que foram forçados a abandonar durante a campanha de limpeza étnica que acompanhou a criação de Israel, em 1948.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, desde o início dos protestos as tropas israelitas já mataram pelo menos 305 palestinos e feriram mais de 17 mil pessoas.

Investigadores independentes da ONU divulgaram em Março passado um relatório segundo o qual...