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Dezenas de palestinos ficaram feridos durante o dia de hoje em confrontos com tropas israelitas na Margem Ocidental ocupada e na Faixa de Gaza cercada, na 11.ª sexta-feira de protestos contra o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel.
As forças israelitas usaram balas reais, balas de borracha e grandes quantidades de gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes palestinos, havendo a registar 130 manifestantes feridos.
A única central eléctrica da Faixa de Gaza deixou de funcionar por causa da falta de combustível, num contexto de agravamento das condições humanitárias no pequeno território palestino cercado.
Mohammed Thabet, porta-voz da Empresa de Electricidade de Gaza, declarou que a central eléctrica parou de funcionar à meia-noite por falta de combustível. «A Faixa de Gaza precisa de cerca de 500 megawatts por dia. Temos um défice energético de 380 megawatts», afirmou.
A paragem da central, que produz cerca de 20 megawatts por dia com combustível importado do Egipto, vem agravar uma já crítica falta de energia. Os dois milhões de habitantes de Gaza só têm cerca de quatro horas de electricidade por dia, produzida por esta central e também proveniente de Israel e do Egipto.
O parlamento israelita (Knesset) aprovou na passada segunda-feira, dia 12, uma lei que vai aplicar o direito israelita às instituições académicas localizadas nos colonatos israelitas na Margem Ocidental ocupada.
O direito internacional considera ilegais todos os colonatos israelitas nos territórios palestinos ocupados.
A lei, que teve o apoio do ministro da Educação, Naftali Bennett (do partido de extrema-direita Lar Judaico), é uma de uma série de leis destinadas a pôr em prática uma anexação rastejante dos territórios da Margem Ocidental e a aplicar o direito israelita nos colonatos.
A nova lei visa abolir o Conselho do Ensino Superior da Judeia e Samaria (nome que Israel dá à Margem Ocidental ocupada) e colocar as instituições académicas israelitas situadas nos territórios ocupados sob a alçada do Conselho de Educação Superior de Israel.
Ahed Tamimi, a sua mãe Nariman e a sua prima Nour foram hoje presentes ao tribunal militar israelita de Ofer, perto de Jerusalém. O juiz, tenente-coronel Menachem Lieberman, ordenou que o julgamento decorresse à porta fechada, com a presença apenas dos advogados e da família.
O motivo invocado foi o direito de Ahed, como menor, à privacidade. Na realidade, trata-se de uma tentativa pouco velada de amortecer a atenção e indignação internacionais, comprovada pelas centenas de jornalistas, diplomatas e funcionários de organizações de direitos humanos que queriam assistir ao julgamento.
Mas Ahed Tamimi, recorde-se, é apenas o caso publicamente mais notório dos mais de 350 menores palestinos actualmente presos pelos ocupantes israelitas.
A próxima audiência do julgamento de Ahed, Nariman e Nour foi marcada para 11 de Março.
A Junta de Freguesia de Quinta do Anjo (concelho de Palmela), na sua reunião do dia 24 de Janeiro, aprovou uma moção de solidariedade com Ahed Tamimi, reclamando a sua liberdade e a de todos os todos os menores palestinos presos e condenando a repressão e violência de Israel.
O MPPM saúda esta deliberação da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, que vem demonstrar mais uma vez o seu empenho na solidariedade com a causa do povo palestino. Recordamos que na Quinta do Anjo que em 30 de Março de 2017, num acto de grande significado simbólico e solidário promovido pelo município palmelense, foi plantada uma oliveira e descerrada uma placa alusiva ao Dia da Terra Palestina, que nessa data se comemorava.
A moção de mais este órgão autárquico junta-se ao movimento que em todo o mundo, e também em Portugal, reclama a liberdade de Ahed Tamimi e de todos os presos palestinos nos cárceres de Israel.
É o seguinte o texto da moção:
Em Janeiro de 2018 o exército israelita matou deliberadamente, sem justificação, cinco palestinos, quatro dos quais menores, informou o B'Tselem, centro israelita para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados.
Em comunicado publicado no passado dia 8, o B'Tselem relata:
Em 3 de Janeiro de 2018, soldados das forças de ocupação atingiram mortalmente no pescoço Mus'ab a-Sufi, de 16 anos, na aldeia de Deir Nidham, a noroeste de Ramala. Durante o seu funeral, realizado no dia seguinte, 4 de Janeiro, os soldados israelitas atingiram na cabeça Muhammad 'Awad, de 19 anos, da aldeia de 'Abud, deixando-o gravemente ferido.
Em 11 de Janeiro, os soldados mataram Ali Qinu, de 17 anos, com um tiro na cabeça, perto da aldeia de Iraq Burin, a sul de Nablus.
O governo israelita retém actualmente os corpos de 19 palestinos mortos nos últimos dois anos, além de 260 corpos de pessoas mortas desde 1967, relata a agência palestina Ma'an.
Em declarações à estação de rádio Voz da Palestina, o director do Centro de Assistência Jurídica e Direitos Humanos de Jerusalém (JLAC), Issam Arouri, afirmou que as forças israelitas continuam a reter os restos mortais de 260 mortos palestinos enterrados nos chamados «cemitérios de números» em Israel, além de conservarem em morgues os corpos de 19 palestinos que foram mortos pelas forças israelitas desde 2016.
Os últimos corpos retidos pelas forças israelitas são os de Hamzeh Zamaareh, de 19 anos, e Ahmad Nasser Jarrar, de 22, que foram mortos no início desta semana.
O movimento BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) pelos direitos dos palestinos foi oficialmente nomeado para o Prémio Nobel da Paz pelo deputado noruguês Bjørnar Moxnes.
Esta nomeação merece ser sublinhada num momento em que em vários lugares do mundo, incluindo países da Europa, a crítica ao sionismo e à política do Estado de Israel são alvo de tentativas de criminalização e proibição, sendo falsamente equiparadas ao anti-semitismo.
O BDS é um movimento que se opõe à política de colonização, repressão e discriminação praticada por Israel contra o povo palestino. Apela ao boicote pelos cidadãos, ao desinvestimento pelas empresas e às sanções pelos Estados como forma de pressão sobre Israel.
O deputado Bjørnar Moxnes, do partido Rødt (Vermelho), considera que o BDS é um meio democrático e não violento que pode ajudar a pressionar Israel para acabar com a ocupação ilegal.
As forças israelitas na Margem Ocidental ocupada mataram ontem dois palestinos em Jenin e Nablus e um outro já hoje, em Hebron.
Na madrugada de terça-feira, forças israelitas mataram Ahmad Nasser Jarrar durante uma operação em larga escala em al-Yamoun, perto de Jenin. Segundo relatos da imprensa israelita, as forças de ocupação ordenaram a Jarrar que saísse do prédio onde se encontrava; como ele não obedeceu, dispararam pelo menos um míssil contra o prédio, e pouco depois começaram a demoli-lo com uma escavadora — o chamado processo da «panela de pressão». Quando Jarrar saiu finalmente, as forças israelitas abriram fogo e mataram-no.
Ahmad Jarrar era chamado «fantasma de Jenin», pois durante semanas conseguira escapar à gigantesca caça ao homem de que era alvo, acusado da morte a tiro de um colono israelita do posto avançado (ou seja, um colonato que as próprias autoridades israelitas consideram ilegal) de Havat Gilad, a 9 de Janeiro.
As autoridades israelitas destruíram ontem, domingo, duas salas de aula de uma escola na Margem Ocidental ocupada, financiada pela União Europeia, alegando que foram construídas ilegalmente. As duas salas de aula serviam 26 crianças do 3.º e 4.º anos de uma escola na localidade de Abu Nuwar, nos arredores de Jerusalém.
As duas salas de aula, separadas do resto da escola, foram demolidas de manhã cedo por uma equipa de trabalhadores, após o sector ser bloqueado pelas forças repressivas israelitas.
É a quinta vez que esta escola é demolida desde 2016, declararam responsáveis palestinos. Os habitantes reconstruíram-na sempre, com a ajuda de ONGs e fundos europeus.
As autoridades israelitas pretextam que as demolições se devem a decisões judiciais contra construções não autorizadas, mas os palestinos sabem que fazem parte de um plano mais vasto visando a apropriação de terras para a expansão dos colonatos judaicos.

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