Na Faixa de Gaza, todos os meses pelo menos três menores ficam permanentemente deficientes em resultado da violência israelita, segundo dados da Organização Mundial de saúde (OMS).
O relatório da OMS, divulgado na passada sexta-feira e citado pelo site noticioso Middle East Monitor, refere dados recolhidos entre Março de 2018 e Março de 2019. No ano que passou, um total de 172 habitantes de Gaza foram feridos de tal forma que ficaram deficientes para toda a vida — 36 dos quais menores. Em média, é afectada uma pessoa dia sim dia não.
As amputações representam uma proporção esmagadora das deficiências permanentes, sendo a causa mais comum os ferimentos de alta intensidade causados por balas, de que resultaram 121 amputações. As agências e organizações de saúde alertaram que o número poderia subir caso os serviços de saúde de Gaza não sejam urgentemente melhorados.
Esses serviços de saúde melhorados, afirma o relatório, serviriam entre 1209 e 1746 utentes que necessitam de tratamento...
Pierre Vidal-Naquet usou esta expressão contra os falsários e negacionistas que negavam ou minimizavam a escala e a premeditação do extermínio perpetrado pelos nazis contra os judeus, os ciganos, os comunistas, os homossexuais…
Eu utilizo-a contra aqueles que se apropriaram da história, da memória e das identidades judaicas para construir, em nome dos judeus, um Estado de apartheid que lembra em muitos planos, segundo o historiador Zeev Sternhell, a Alemanha da década de 1930.
Israel, uma sociedade à deriva.
O resultado das eleições israelitas de 2019 apresenta uma fotografia mais do que inquietante desta sociedade. Cem deputados eleitos (em 120) são abertamente favoráveis ao apartheid. A «Lei sobre Israel Estado-Nação do Povo Judaico» é alvo de um amplo consenso. Ela lembra em muitos aspectos o arsenal jurídico que o apartheid sul-africano tinha fabricado. Declarações que normalmente deveriam levar os seus autores a tribunal servem de argumento eleitoral.
O dia 5 de Junho marca o 52.º aniversário daquilo a que palestinos chamam Naqsa (derrota ou revés), a ocupação por Israel dos territórios palestinos de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza na chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Em 1967 Israel rematou o que iniciara em 1948, ocupando todo o território situado entre o Mediterrâneo e o Jordão. Ficaram sob o domínio sionista todos os palestinos que não tinham sido convertidos em refugiados — em 1967 novos refugiados vieram somar-se aos de 1948. Aos palestinos dos territórios recém-ocupados foi aplicado o mesmo regime militar sob o qual tinham vivido os seus irmãos palestinos de Israel até ao ano anterior.
No ano da sua fundação, 1948, Israel tinha já ocupado 78% do território (quando o plano de partição da ONU, já de si radicalmente injusto, só lhe atribuía 55%). Numa premeditada e bem planeada campanha de limpeza étnica, expulsou a maior parte da população autóctone, mais de 750 000 pessoas, e destruiu as suas aldeias, toda a...
Jared Kushner, conselheiro para o Médio Oriente e genro de Donald Trump, expressou dúvidas sobre a capacidade dos palestinos de se governarem a si próprios, numa entrevista televisiva transmitida neste domingo.
Kushner é o arquitecto do plano de paz de Trump para o Médio Oriente, há muito anunciado mas ainda não revelado.
Na entrevista ao site noticioso Axios, quando interrogado sobre se acreditava que os palestinos são capazes de se governar sem a interferência de Israel, Kushner disse: «Isso é uma coisa que teremos que ver. A esperança é que eles, com o tempo, se tornem capazes de governar.»
Ao ser-lhe perguntado se os palestinos poderiam esperar serem livres da interferência militare e governamental de Israel, respondeu que issso seria uma «fasquia alta».
Kushner evitou novamente dizer explicitamente se o plano incluiria uma solução de dois Estados. Em vez disso, declarou: «Acho que eles deveriam ter autodeterminação. Vou deixar os pormenores até revelarmos o plano propriamente dito.»
Centenas de extremistas judeus protegidos pela polícia de choque israelita entraram hoje no complexo de al-Aqsa, em Jerusalém Oriental ocupada, provocando a indignação dos fiéis muçulmanos.
A provocatória visita ocorreu durante um dos últimos dias do mês sagrado muçulmano do Ramadão, quando os fiéis se reúnem para rezar na mesquita de al-Aqsa, o terceiro local mais sagrado do Islão, onde as orações não muçulmanas estão proibidas.
Normalmente os israelitas judeus são impedidos de aqui entrar durante os últimos 10 dias do mês sagrado muçulmano do Ramadão. Hoje esse período coincidiu com o «Dia de Jerusalém», em que os israelitas comemoram a ocupação de Jerusalém Oriental no final da guerra de 1967. Porém, da última vez em que se deu essa coincidência, em 1988, o complexo da mesquita de al-Aqsa foi fechado aos judeus.
O Waqf, a organização muçulmana que supervisiona o local, disse que a polícia israelita fechou as portas da mesquita e as acorrentou. As forças repressivas usaram balas de...
A Administração Civil do Ministério da Defesa de Israel, órgão que administra a ocupação da Cisjordânia, vai leiloar na próxima semana bens doados pela UE e por vários países europeus e que o exército sionista confiscou a civis palestinos em Outubro passado.
Segundo informa Juan Carlos Sanz, correspondente do jornal espanhol El País, trata-se dos materiais usados na construção de duas salas de aula pré-fabricadas de uma escola da localidade de Ibziq, no Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada.
O leilão dos bens doados pela UE e confiscados por Israel veio anunciado no jornal israelita Maariv e deve realizar-se nas unidades da Administração Civil situadas em colonatos ilegais na Cisjordânia ocupada: Beit El (a nordeste de Ramala) e Gush Etzion (bloco de colonatos a sudoeste de Belém) na segunda-feira e terça-feira próximas.
A demolição pelos soldados israelitas das duas salas de aula construídas com fundos europeus — com capacidade para 49 alunos de 6 a 12 anos — foi na altura condenada...
A organização israelita B'Tselem divulgou um vídeo que mostra um grupo de colonos israelitas atacando aldeões palestinos e incendiando os seus campos a 17 de Maio, e conseguiu identificar um dos incendiários como um soldado israelita de licença.
Segundo o B'Tselem (Centro Israelita de Informação sobre os Direitos Humanos nos Territórios Ocupados), na sexta-feira, 17 de Maio de 2019, colonos paramilitares israelitas incendiaram os campos de agricultores palestinos em Burin e Asirah al-Qibliyah. Nas duas aldeias, os colonos apedrejaram as casas dos moradores.
Em Asirah al-Qibliyah, onde a área é controlada por torres de vigia militares, um colono até disparou tiros para o ar. Soldados que se encontravam próximo não prenderam os atacantes e impediram os palestinos de se aproximarem dos seus campos em chamas.
A seguir ao ataque, os militares israelitas publicaram um comunicado que afirmava que os incêndios tinham sido ateados por palestinos. Esta versão dos acontecimentos, facilmente...
Um estudo recentemente divulgado revela que cerca de 16 500 menores palestinos foram presos pelas forças de ocupação israelitas desde o início da Segunda Intifada, em 28 de Setembro de 2000.
Este estudo, com 26 páginas, foi preparado por Abdul-Naser Farwana, ex-preso palestino e investigador da Comissão de Assuntos dos Detidos e ex-Detidos.
Durante a década 2000-2010, afirma o estudo, foram documentados anualmente pelo menos 700 casos de detenção de menores, tendo o número disparado para 1250 nos últimos oito anos.
Farwana acrescenta que todos os factos e estatísticas confirmam que há uma sistemática política de detenção de menores palestinos e que o número de menores detidos aumentou de forma constante desde 2000 e significativamente desde 2011.
O investigador palestino revela também que cerca de 50 000 menores palestinos foram presos pelas forças israelitas desde 1967, quando Israel ocupou os territórios palestinos da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Jason Greenblatt, enviado dos EUA para o Médio Oriente, apelou à dissolução da UNRWA, a agência da ONU de assistência aos refugiados palestinos. Falando numa reunião do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira, Greenblatt disse que a UNRWA deveria ser desmantelada e que a responsabilidade pelos refugiados palestinos deve ser assumida pelos países que os acolhem.
«Precisamos de falar com os governos anfitriões para começar uma conversa sobre o planeamento da transição dos serviços da UNRWA para os governos anfitriões ou para outras organizações não governamentais locais ou internacionais, conforme seja apropriado», afirmou.
A UNRWA, criada em 1949 para dar assistência aos mais de 750 000 palestinos vítimas da limpeza étnica levada a cabo pelas forças sionistas por ocasião da criação de Israel, é actualmente imprescindível para a sobrevivência dos cerca 5,3 milhões de refugiados palestinos nos territórios palestinos ocupados da Faixa de Gaza e Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental...
Os dirigentes palestinos não participarão na conferência económica que os Estados Unidos vão organizar em Junho no Barém, primeira etapa do «plano de paz» de Trump para a Palestina.
O governo dos EUA anunciou uma «oficina» económica em 25 e 26 de Junho em Manama para aumentar o investimento na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, o que alegadamente permitiria a melhoria das condições de vida dos palestinos que vivem sob ocupação israelita.
A Autoridade Palestina recusou já participar no encontro. «A questão económica deve ser um resultado da solução política», declarou o primeiro-ministro da AP, Mohammad Shtayeh, «porque o povo e a direcção palestinos não procuram apenas melhorar as condições de vida sob ocupação. Qualquer solução para o conflito na Palestina surgirá apenas através de uma solução política destinada a acabar com a ocupação e a realizar os direitos dos palestinos num Estado independente, soberano e viável nas fronteiras de 1967, com Jerusalém como capital, e o direito de...