Desde a vitória de Israel na edição passada do Festival Eurovisão da Canção, têm-se multiplicado, tanto em Portugal como um pouco por todo o mundo, os apelos à não participação na final da edição deste ano que se realiza em Telavive – gorada a manobra provocatória de Israel de pretender realizar a final em Jerusalém – entre 14 e 18 de Maio próximo.
Fundamentávamos o nosso apelo no facto de Israel ser um Estado à margem do Direito Internacional. Porque consideramos que, para Israel, «a participação no Festival é uma operação inserida numa estratégia mais ampla destinada a obter...
«No próximo ano em Jerusalém.» Foi assim que acabou o passado Festival da Eurovisão em Lisboa. O cariz político do Festival da Eurovisão para 2019 acabava de ser reforçado.
Não que o mesmo já não fosse latente e comensurável, mas para todos aqueles que não se encontram familiarizados com a questão palestina, este foi um sinal de alerta, entre vários, para o intuito de Israel de utilizar a Eurovisão como um concurso próprio à legitimação, branqueamento e normalização das suas políticas.
Para entender por que razão reclamamos que Portugal não participe no Festival da Eurovisão no ano de 2019 há que enquadrar a questão histórica da Palestina, de forma a permitir-se ao passado iluminar o presente.
No século XIX a Palestina, então parte integrante do Império Otomano, testemunha um súbito interesse de colonos europeus que aí se instalam.
Este movimento colonialista tem a sua origem na resposta de grupos judaicos a movimentos anti-semitas, no interior do continente europeu, desencadeando tal uma...
As eleições legislativas israelitas de dia 9 de Abril deram a vitória ao partido Likud de Benjamin Netanyahu, que assim se encaminha para um quinto mandato como primeiro-ministro.
Nestas eleições, em que o centro de gravidade político se deslocou ainda mais para a direita, o Likud obteve 26,27% dos votos, o que constitui o seu melhor resultado desde as eleições de 2003, quando era liderado por Ariel Sharon.
Embora com os mesmos 35 deputados eleitos que a coligação Azul e Branco (Kahol Lavan) de Benny Gantz, ex-chefe das forças armadas de Israel, Netanyahu conta em princípio com o apoio de outros partidos que lhe permitirá chegar à necessária maioria de 61 assentos parlamentares no Knesset, de 120 deputados.
Netanyahu antecipou as eleições para enfrentar em melhor posição as três acusações de corrupção de que é alvo. E a sua aposta está em vias de ser ganha: Bezalel Smotrich, líder da extremista União dos Partidos de Direita, anunciou já que planeia propor legislação que lhe dará imunidade...
Cerca de 150 presos palestinos encarcerados em prisões israelitas iniciaram na tarde desta segunda-feira uma greve da fome por tempo indeterminado, após o fracasso das negociações com o Serviço Prisional de Israel (IPS) sobre uma série de reclamações dos presos.
Os representantes dos presos anunciaram que, após dias de conversações com o IPS na prisão de Rimon, não foram alcançados resultados, e portanto apelaram a uma greve da fome por tempo indeterminado, que também inclui a recusa de beber água.
Os presos exigiam, nomeadamente: a remoção pelo IPS de todos os dispositivos de interferência de comunicações recentemente instalados em algumas prisões, devido ao seu impacto na saúde dos presos; a autorização de visitas às famílias dos presos de Gaza; a instalação de telefones públicos nas prisões (contrariamente aos presos de delito comum, os presos políticos palestinos estão proibidos de usar telefones públicos); o fim do isolamento dos presos punidos após os recentes protestos nas prisões...
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou neste sábado que vai começar a estender a soberania israelita à Cisjordânia ocupada se for reeleito primeiro-ministro nas eleições de 9 de Abril.
Netanyahu prometeu, numa entrevista televisiva ao Canal 12 israelita, manter de modo permanente o controlo de segurança israelita na Cisjordânia e formalizar a governação israelita sobre os mais de 400 mil judeus israelitas que vivem nos colonatos da Cisjordânia (aos quais se somam cerca de 200 000 no território ocupado de Jerusalém Oriental), todos eles ilegais à luz do direito internacional.
Isto aplicar-se-ia não apenas aos grandes blocos de colonatos, mas também aos colonatos isolados, indicou ele: «Eu vou estender a soberania, mas não distingo entre os blocos de colonatos e os colonatos isolados, porque cada colonato é israelita e eu não o entregarei à soberania palestina.»
«Não vou dividir Jerusalém, não vou evacuar nenhuma comunidade e vou assegurar-me de que controlaremos o...
Milhares de palestinos da Faixa de Gaza participaram nesta sexta-feira nos protestos da Grande Marcha do Retorno. Trata-se da 53.ª semana de protestos semanais perto da vedação de 65km com que Israel isola o território.
Pelo menos 84 palestinos foram feridos pelas forças israelitas, cinco deles com gravidade, informou o Ministério da Saúde em Gaza.
Os soldados israelitas dispararam balas reais e balas de aço revestidas de borracha contra os manifestantes, que se reuniram em muitos acampamentos ao longo da vedação de isolamento.
Além disso, as forças israelitas usaram contra os manifestantes um novo e estranho gás lacrimogéneo vermelho, contendo substâncias químicas desconhecidas.
Nas manifestações do sábado da semana passada, que marcaram um ano da Grande Marcha do Retorno — iniciada em 30 de Março de 2018, para coincidir com o Dia da Terra palestina — as forças repressivas israelitas mataram cinco palestinos, incluindo três jovens de 17 anos. Segundo a organização Save the Children, eleva...
Soldados israelitas mataram um palestino e feriram outros três durante uma incursão num campo de refugiados na Cisjordânia ocupada na madrugada desta terça-feira.
A vítima mortal é Mohammad Ali Dar Adwan, de 23 anos, morador no campo de refugiados de Qalandiya, a sul de Ramala.
Forças da ocupação israelitas fortemente armadas invadiram o campo de refugiados, aparentemente para proceder a várias prisões, tendo provocado confrontos violentos que duraram várias horas.
Os soldados dispararam a curta distância sobre um veículo palestino que passava na rua Al-Matar, matando Adwan, o condutor.
«A vítima foi baleada mais de 10 vezes pelas forças israelitas, que o deixaram a sangrar até a morte», informou o Ministério da Saúde da Palestina. As âmbulâncias foram impedidas de entrar no campo de refugiados.
Israel ocupa desde 1967 a Cisjordânia e Jerusalém Oriental. Nestes territórios ocupados vivem mais de 600 000 judeus israelitas, em colonatos que o direito internacional considera ilegais.
Cinco palestinos foram mortos e pelo menos outros 207 foram feridos, neste sábado, pelas forças israelitas que reprimiram os protestos da Grande Marcha do Retorno ao longo da vedação com que Israel isola a Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde da Palestina em Gaza confirmou que as vítimas mortais foram atingidas por balas reais. O Ministério informou também que 207 manifestantes palestinos, incluindo 33 crianças e nove mulheres, sofreram ferimentos diversos. Entre eles, pelo menos 24 foram feridos por balas reais no pescoço ou na cabeça, o que comprova que as forças israelitas usaram força excessiva contra manifestantes desarmados.
Centenas de milhares de palestinos participaram nas manifestações, agitando bandeiras e entoando palavras de ordem enquanto se dirigiam para as zonas orientais da Faixa de Gaza, ao longo da vedação de isolamento.
As manifestações deste sábado comemoravam o Dia da Terra palestina, que evoca os acontecimentos de 30 de Março de 1976, em que as forças repressivas...
O MPPM assinalou hoje o Dia da Terra com uma sessão muito participada, no auditório da Fundação José Saramago, em que foi exibido o filme de Maryse Gargour «A Terra Fala Árabe», seguido de um debate introduzido e moderado por Carlos Almeida, investigador na FLUL e Vice-Presidente do MPPM.
O Dia da Terra evoca os acontecimentos de 30 de Março de 1976 em que as forças repressivas israelitas mataram seis palestinos cidadãos de Israel que protestavam contra a expropriação de terras propriedade de palestinos, no Norte de Israel, para aí construir comunidades judaicas. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e grandes manifestações de protesto que nesse dia ocorreram em diferentes localidades palestinas no território de Israel.
O Dia da Terra Palestina simboliza a determinação dos palestinos — de ambos os lados da Linha Verde, nos campos de refugiados e na diáspora — de preservar a sua história e a sua terra como elemento essencial da sua identidade e...
Em 30 de Março de 1976, a população palestina da Galileia, no Norte de Israel, declarou uma greve geral para protestar contra a expropriação de terras. Neste «Dia da Terra», previa-se protestos pacíficos, mas a jornada foi sangrenta. Seis palestinos, cidadãos de Israel, foram mortos pelas forças do exército e da polícia de fronteiras do Estado de Israel.
O dia 30 de Março sintetiza de certa maneira a natureza brutal e discriminatória de Israel e a luta dos palestinos pelos seus direitos, e nomeadamente pelo seu direito à terra, fonte de vida e elemento fundamental de enraizamento e identidade. O Dia da Terra passou por isso a ser assinalado de ambos os lados da «linha verde» (fronteira entre Israel e os territórios ocupados em 1967), em sinal de reconhecimento da unidade do povo palestino na luta contra a ocupação e a discriminação impostas pelo Estado sionista, em que a questão da terra ocupa um lugar central.
Os cidadãos palestinos de Israel, ou seja, os palestinos que permaneceram...