Em 1948, uma nova era se abre na região do Levante. É fundado o Estado de Israel, e desde o momento da sua criação ameaçará a estabilidade e a paz na região.
A fundação de Israel, descrita no primeiro artigo desta série, é desde logo uma operação belicista. Israel nasce com a ocupação de 78% da Palestina histórica (quando o plano de partição da ONU lhe atribuía 55%) e com a limpeza étnica de mais de metade da população palestina autóctone.
O carácter colonial do empreendimento sionista em terra árabe gozará da simpatia e apoio político e militar das potências ocidentais. Israel retribui assumindo-se como ponta-de-lança dos interesses dessas mesmas potências na região.
O MPPM participou no grande desfile organizado pela CGTP-IN, entre o Martim Moniz e a Alameda Afonso Henriques, em Lisboa, reclamando liberdade e independência para a Palestina e paz para o Médio Oriente.
A associação do MPPM à manifestação organizada pela CGTP-IN traduz o reconhecimento pelo intenso e valioso trabalho desenvolvido pela central sindical, pelas organizações nela filiadas e pelos trabalhadores seus associados, na solidariedade com os trabalhadores e com o povo da Palestina.
Na Alameda, o MPPM montou um stand com informação sobre a questão palestina. Em particular destaque, um painel ilustrava a perda de território palestino ao longo do século XX, fruto das sucessivas apropriações sionistas, pelo terrorismo e pela guerra.
O MPPM esteve na Avenida para reafirmar a fidelidade aos valores de Abril. Para alertar que a luta pela defesa da democracia e da liberdade não permite tréguas. Para recordar que a Revolução dos Cravos devolveu a Portugal um papel no concerto das nações que não tolera abdicações de soberania. Para dizer, com Nelson Mandela, que «a nossa liberdade é incompleta sem a liberdade dos Palestinos».
Por isso, reclamámos uma Palestina livre e independente. Reclamámos o fim da ocupação. Reclamámos liberdade para os presos políticos palestinos nas prisões de Israel.
Amiúde, Israel é glorificado como a única democracia do Médio Oriente, um oásis democrático num deserto autoritário e ditatorial. Mas será isto verdade, ou será antes um mito?
Israel é, por norma, enquadrado como uma democracia de estilo ocidental, um regime parlamentar pluripartidário com a devida separação de poderes, onde há lugar à liberdade e igualdade de todos os seus cidadãos, sendo (calorosamente) acolhido pelos seus pares ocidentais.
As análises que elevam Israel ao estatuto democrático focam as características «genéticas» partilhadas com os regimes ocidentais com o intuito de evidenciar o seu suposto carácter democrático; contudo, teimam obstinadamente em esquecer ou ignorar a limpeza étnica em que assentou a criação do Estado em 1948.
A Assembleia da República aprovou nesta quarta-feira dois votos solidários com a causa do povo palestino, apresentados respectivamente pelo PCP e Bloco de Esquerda. O MPPM saúda e congratula-se com estas manifestações de solidariedade do parlamento português.
No dia 17 de Abril, Dia Internacional de Solidariedade com os Presos Palestinos, reclamamos a libertação imediata dos combatentes da liberdade aprisionados nas cadeias israelitas.
Israel, que desde a sua fundação recorreu a uma brutal repressão para sufocar a resistência dos palestinos, ocupou em 1967 o que restava da Palestina histórica: a Cisjordânia (incluindo Jerusalém Oriental) e a Faixa de Gaza. Desde então, as directivas militares de Israel criminalizam qualquer forma de oposição à ocupação, e os sucessivos governos israelitas fizeram da detenção um instrumento central das suas políticas de repressão dos palestinos.
O número de palestinos que passaram pelo sistema penal israelita é estarrecedor: 10 000 presos desde 2015, 850 000 desde 1967 e um milhão desde 1948. Em Fevereiro de 2019, havia nas cadeias israelitas 5440 presos políticos palestinos, incluindo 493 a cumprir sentenças de mais de 20 anos de prisão e 540 condenados a prisão perpétua.
«No próximo ano em Jerusalém.» Foi assim que acabou o passado Festival da Eurovisão em Lisboa. O cariz político do Festival da Eurovisão para 2019 acabava de ser reforçado.
Não que o mesmo já não fosse latente e comensurável, mas para todos aqueles que não se encontram familiarizados com a questão palestina, este foi um sinal de alerta, entre vários, para o intuito de Israel de utilizar a Eurovisão como um concurso próprio à legitimação, branqueamento e normalização das suas políticas.
Para entender por que razão reclamamos que Portugal não participe no Festival da Eurovisão no ano de 2019 há que enquadrar a questão histórica da Palestina, de forma a permitir-se ao passado iluminar o presente.
No século XIX a Palestina, então parte integrante do Império Otomano, testemunha um súbito interesse de colonos europeus que aí se instalam.
Numa carta aberta, 171 artistas suecos apelam ao boicote do Festival da Eurovisão 2019 previsto para Tel Aviv, em protesto contra os crimes de Israel contra o povo palestino.
Entre os subscritores encontram-se músicos e cantores, escritores, personalidades do teatro e cinema. A carta aberta foi também assinada por Per Gahrton, fundador do Partido Verde, e por dois anteriores participantes na Flotilha da Liberdade para Gaza, o jornalista Kajsa Ekis Ekman e o músico Dror Feiler, de origem israelita.
É o seguinte o texto da carta aberta, publicada no diário Aftonbladet:
«Nós, artistas e trabalhadores da cultura suecos que assinamos este apelo não podemos ver em silêncio Israel usar o Festival Eurovisão da Canção para esconder os seus crimes contra o povo palestino.
O MPPM assinalou hoje o Dia da Terra com uma sessão muito participada, no auditório da Fundação José Saramago, em que foi exibido o filme de Maryse Gargour «A Terra Fala Árabe», seguido de um debate introduzido e moderado por Carlos Almeida, investigador na FLUL e Vice-Presidente do MPPM.
O Dia da Terra evoca os acontecimentos de 30 de Março de 1976 em que as forças repressivas israelitas mataram seis palestinos cidadãos de Israel que protestavam contra a expropriação de terras propriedade de palestinos, no Norte de Israel, para aí construir comunidades judaicas. Cerca de 100 pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante a greve geral e grandes manifestações de protesto que nesse dia ocorreram em diferentes localidades palestinas no território de Israel.
Maria Vitória Vaz Pato, aderente do MPPM, sócia e ex-aluna da Sociedade Nacional de Belas Artes, dedicou a sua quarta Exposição de Pintura Solidária à causa da Palestina.
A exposição esteve patente ao público no átrio do edifício principal do Hospital Júlio de Matos entre 22 de Fevereiro e 8 de Março. Tanto a inauguração como o encerramento foram pretexto para se conviver e falar da questão palestina.
A artista esteve agora reunida com a Direcção Nacional do MPPM a quem fez a entrega do proveito da exposição e ainda a oferta de uma das telas expostas intitulada «Faixa de Gaza».
Em nome do MPPM, o vice-presidente Carlos Almeida agradeceu, não só a generosa contribuição para a actividade da nossa associação, como o ter proporcionado um espaço em que foi possível criar sensibilidade para a causa do povo palestino.