O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas, durante uma sessão especial realizada ontem, aprovou a criação de uma comissão de inquérito internacional independente e permanente para investigar a prática de crimes contra a humanidade no contexto da recente agressão israelita a Gaza, bem como as causas subjacentes.
A Resolução foi aprovada com 24 votos a favor, nove contra e 14 abstenções (*).
A comissão tem por mandato «investigar nos Territórios Palestinianos Ocupados, incluindo Jerusalém Oriental, e em Israel todas as alegadas violações do direito humanitário internacional e todas as alegadas violações e abusos do direito internacional dos direitos humanos, antes e depois de 13 de Abril de 2021, e todas as causas profundas subjacentes das tensões recorrentes, da instabilidade e do prolongamento de conflitos, incluindo discriminação e repressão sistemáticas baseadas na identidade nacional, étnica, racial ou religiosa.»
A sessão especial foi convocada a pedido do Paquistão, em nome...
As autoridades israelitas entregaram hoje vários avisos de confisco de centenas de hectares de terras agrícolas pertencentes a palestinos, na província de Salfit, para construir uma conduta de água que irá servir dois colonatos ilegais.
A agência WAFA, que veicula a notícia, diz que a conduta de água, com 15 quilómetros de comprimento, irá atravessar cinco cidades e aldeias, danificando substancialmente as terras.
O estabelecimento de colonatos na Cisjordânia viola o direito humanitário internacional, que estabelece os princípios aplicáveis durante a guerra e a ocupação. Os colonatos estão também na origem de sistemáticas violações dos direitos humanos, por parte dos colonos.
A organização de direitos humanos israelita B’Tselem recorda que «em 1967, Israel assumiu o controlo de todos os recursos hídricos nos territórios recentemente ocupados. Até hoje, Israel mantém o controlo exclusivo sobre todos os recursos hídricos no território entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo.»
A polícia israelita anunciou que irá prender mais de 500 jovens cidadãos palestinos de Israel nos próximos dias pela sua participação nas recentes manifestações de apoio aos palestinos de Jerusalém Oriental ocupada e da Faixa de Gaza sitiada.
A onda de detenções terá lugar no âmbito daquilo a que a polícia chamou «operação lei e ordem»" e destina-se a «ajustar contas» com aqueles que participaram em manifestações contra a violência dos colonos, os despejos forçados em Sheikh Jarrah, a repressão das forças israelitas no complexo da Mesquita de Al-Aqsa e a campanha militar de bombardeamento de Gaza.
Numa declaração na noite de domingo, a polícia israelita afirmou que cerca de 1550 pessoas já foram detidas desde 9 de Maio e que a campanha é uma «continuação» que visa processar os manifestantes que nas últimas duas semanas saíram às ruas em cidades e vilas de todo o Israel.
Milhares de elementos das forças de segurança de «todas as unidades» serão destacados para realizar incursões, segundo o...
1. O MPPM saúda o cessar-fogo incondicional em Gaza que entrou em vigor nesta sexta-feira, 21 de Maio, e que põe fim a 11 dias de bárbaros e intoleráveis bombardeamentos, nos quais Israel causou a morte a quase 250 palestinos, entre os quais 65 crianças, e provocou ferimentos em cerca de dois milhares, além de provocar uma devastação generalizada num território já de si empobrecido.
2. O MPPM considera que o cessar-fogo é uma vitória da resistência heróica de todo o povo palestino, em Gaza, em Jerusalém Oriental, na Cisjordânia, na diáspora, mas também entre os que têm a cidadania israelita.
A unidade de todos os palestinos em torno da sua causa nacional, que se evidenciou nestes dias, é um bem precioso e é a chave para alcançar avanços futuros. A resistência nacional do povo palestino durante estes dias não apenas confirmou o seu direito histórico e jurídico à criação da sua Pátria em solo palestino como representou um enorme passo em frente no sentido de voltar a colocar a questão...
Milhares de palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada encheram as ruas para celebrar o cessar-fogo, agitando bandeiras e exibindo o sinal de vitória, mas em Jerusalém Oriental ocupada a polícia israelita invadiu o complexo da Mesquita Al-Aqsa e disparou gás lacrimogéneo e granadas atordoantes contra os palestinos que festejavam após as orações de sexta-feira.
O cessar-fogo mediado pelo Egipto entrou em vigor nas primeiras horas da sexta-feira, após 11 dias de implacável bombardeamento israelita da Faixa de Gaza que matou pelo menos 257 palestinos, incluindo 66 crianças, feriu cerca de 2000, e trouxe uma devastação generalizada ao território já empobrecido. Do lado israelita, 12 pessoas, incluindo duas crianças, foram mortas.
Stéphane Dujarric, porta-voz do Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, anunciou que hoje, 13 camiões humanitários com alimentos, vacinas COVID-19, material médico e medicamentos, atravessaram para Gaza após a reabertura parcial da passagem de Kerem...
Nesta terça-feira, 18 de Maio, o MPPM promoveu a realização, na Casa do Alentejo, em Lisboa, de um Encontro-Debate para assinalar os 73 anos da Nakba.
A brutal ofensiva de Israel, nas últimas semanas, contra a população palestina em Jerusalém, tornou claro que a limpeza étnica da Palestina é um processo contínuo.
Em 14 de Maio de 1948 o Estado de Israel foi auto-proclamado sobre as ruínas de mais de 500 cidades e aldeias palestinas, sobre cerca de 15 mil mortos palestinos e sobre o roubo das propriedades dos mais de 750 mil palestinos forçados a abandonar as suas casas e terras.
Em 1967, Israel ocupou toda a Palestina histórica, impondo aos palestinos um regime racista, colonial e de apartheid.
Contra a perpetuação dessa injustiça, o povo palestino resiste, todos os dias, em Sheik Jarrah, em Hebron ou em Gaza.
Contra as distorções e falsidades do discurso mediático, lançámos o debate sobre a questão palestina, 73 anos depois da Nakba.
A sessão contou com intervenções do deputado Bruno Dias...
No que terão sido as mais concorridas manifestações de solidariedade com a Palestina, realizadas em Lisboa e no Porto, largas centenas de pessoas acorreram nesta segunda-feira à chamada da CGTP-IN, do CPPC e do MPPM, para afirmar, bem alto, que a resistência do povo palestino triunfará sobre a barbárie israelita para desespero dos seus cúmplices.
Em Lisboa, numa Praça do Martim Moniz totalmente preenchida com uma população muito heterogénea, em que se incluíam muitos jovens e fortes representações de comunidades de países árabes e islâmicos, coube a Maria do Céu Guerra, presidente do MPPM, abrir o acto público dizendo, do grande poeta palestino Mahmoud Darwich, o poema «Bilhete de Identidade».
Seguiu-se a intervenção de Gustavo Carneiro, membro da Direcção Nacional do CPPC.
Pelo MPPM, falou o seu vice-presidente Carlos Almeida que relacionou os acontecimentos actuais com a história de um século de ocupação colonial da Palestina, teceu duras...
Assistimos a cenas de barbárie na terra martirizada da Palestina, duma violência inaceitável que é imperioso travar e que é da inteira responsabilidade de Israel e dos seus protectores.
Os bombardeamentos de Israel sobre a população sitiada da Faixa de Gaza já provocaram quase uma centena e meia de mortos – entre os quais 40 crianças – e perto de um milhar de feridos. Torres de apartamentos residenciais são demolidas, deixando numerosas famílias sem abrigo.
Em Israel há linchagens de palestinos, a destruição das suas lojas e a invasão das suas casas por bandos de extremistas israelitas, em «pogroms» transmitidos em directo pela televisão pública de Israel. O perigo duma escalada da violência é bem real.
Esta violência não é «da responsabilidade das duas partes». Tem causas próximas indesmentíveis:
- a tentativa das autoridades israelitas de expulsar dezenas de famílias palestinas das casas onde vivem, desde há gerações, em Sheik Jarrah e outros bairros de Jerusalém Leste;
O dia 15 de Maio marca o 73º aniversário da Nakba, quando Israel e as milícias sionistas forçaram violentamente a maioria dos palestinos a sair das suas casas e os transformaram em refugiados, privando-o dos seus direitos básicos e da possibilidade de regressar aos seus lares.
A Nakba nunca parou, e durante os últimos 73 anos Israel continua a expulsar cada vez mais palestinos das suas casas e terras. A limpeza étnica em curso em Jerusalém Oriental, inclusive através da iminente deslocação de palestinos de Sheikh Jarrah, ocorreu num contexto de uma escalada das atrocidades israelitas em Jerusalém e através da Palestina. Milhares de palestinianos foram feridos e mais de 150 foram mortos, incluindo 40 crianças, nas últimas semanas.
Nos últimos dias, os protestos populares dos palestinos em todo o território sob o apartheid israelita - a Cisjordânia ocupada incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, bem como dentro de Israel – cresceram em dimensão. Foram recebidos com uma repressão...
O MPPM condena energicamente a violência do exército, da polícia e dos colonos israelitas sobre palestinos em Jerusalém e atribui toda a responsabilidade pela explosão de violência à ocupação por Israel e aos seus apoiantes.
1. Os actos de violência que têm ocorrido com mais intensidade em Jerusalém, mas também em outros locais da Palestina ocupada, têm as suas causas próximas em episódios recentes como os despejos em Sheikh Jarrah ou a interdição de acesso à Mesquita Al-Aqsa , mas não podem ser dissociados dos efeitos de décadas de uma brutal ocupação colonial.
2. Israel ocupou Jerusalém Oriental na guerra de 1967 e, em 1980, «anexou-a» ao Estado de Israel, ao arrepio do direito internacional. A ocupação e subsequente «anexação» não são reconhecidas internacionalmente, mas tiveram o beneplácito dos Estados Unidos, numa decisão da administração Trump, não revertida até à data pela administração Biden, de reconhecer Jerusalém como a capital do Estado de Israel, e contam com a inacção...