Israel expropria terras agrícolas palestinas para levar água a colonatos ilegais

As autoridades israelitas entregaram hoje vários avisos de confisco de centenas de hectares de terras agrícolas pertencentes a palestinos, na província de Salfit, para construir uma conduta de água que irá servir dois colonatos ilegais.

A agência WAFA, que veicula a notícia, diz que a conduta de água, com 15 quilómetros de comprimento, irá atravessar cinco cidades e aldeias, danificando substancialmente as terras.

O estabelecimento de colonatos na Cisjordânia viola o direito humanitário internacional, que estabelece os princípios aplicáveis durante a guerra e a ocupação. Os colonatos estão também na origem de sistemáticas violações dos direitos humanos, por parte dos colonos.

A organização de direitos humanos israelita B’Tselem recorda que «em 1967, Israel assumiu o controlo de todos os recursos hídricos nos territórios recentemente ocupados. Até hoje, Israel mantém o controlo exclusivo sobre todos os recursos hídricos no território entre o rio Jordão e o Mar Mediterrâneo.»

«Israel utiliza a água como entende, ignorando as necessidades dos palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza a tal ponto que as duas áreas sofrem uma grave escassez de água. (…) Em ambas as áreas, os residentes não recebem água suficiente. Em Gaza, mesmo a água que é fornecida está abaixo das normas e não é potável», acrescenta o B'Tselem, que acusa Israel de confiscar as terras para benefício exclusivo dos colonos, ignorando as necessidades da população palestina.

«O direito à água e ao saneamento é um direito humano fundamental consagrado em convenções internacionais das quais Israel é signatário. Israel é, portanto, obrigado a defender este direito em todos os territórios sob o seu controlo», disse ainda o B’Tselem.


Foto: O colonato de Ariel ostenta piscinas e relvados abastecidos com água palestina

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