O MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – organiza, na próxima 3ª Feira, 14 de Abril, a partir das 21 horas, no Teatro Cinearte / A Barraca (Largo de Santos, 2, em Lisboa), um Colóquio subordinado ao tema «A Palestina na Primeira Pessoa: A situação em Gaza e nos outros Territórios Palestinos relatada por quem a conhece e viveu de perto». Não obstante a cobertura noticiosa feita do ataque de Israel à Faixa de Gaza, há pormenores que ficaram por referir, há perguntas que ficaram por responder, há impressões pessoais que nunca foram transmitidas. Os jornalistas JOSÉ MANUEL ROSENDO (Antena 1), LUMENA RAPOSO (Diário de Notícias) e PATRÍCIA FONSECA (Visão), trazem-nos o testemunho da sua vivência da tragédia e ilustrarão as suas exposições com documentos fotográficos colhidos no local. A condução da sessão e a moderação do debate serão feitos por MARIA DO CÉU GUERRA e CARLOS ALMEIDA, da Direcção Nacional do MPPM. Lisboa, 11 de Abril de 2009A Comissão...
1. A luta do povo da Palestina é única na história humana recente. Há mais de sessenta anos refugiado na sua própria terra, forçado ao exílio, ao isolamento e à privação, nenhum outro povo foi privado, durante a história recente e de forma tão prolongada e radical, do reconhecimento internacional do seu direito à dignidade, à justiça e ao seu próprio estado. O conflito israelo-palestino não é linear nem simétrico, opõe um ocupante e um ocupado, uma potência que oprime e explora, e um povo que é reprimido e reclama o seu direito à autodeterminação e à independência, dentro das fronteiras de um estado soberano e viável. O reconhecimento pleno dos direitos nacionais do povo palestino, o direito à criação de um estado nos territórios ocupados por Israel desde 1967, é um direito inalienável, inscrito na Carta das Nações Unidas e na Declaração Universal dos Direitos dos Homem. Por isso, a questão palestina está no centro da agenda internacional, interroga os fundamentos basilares do direito...
Sistintos convidados, colegas e amigos:Falo-vos hoje em nome de Karen AbuZayd, Comissária-Geral da UNRWA. Karen AbuZayd teria tido o maior prazer em estar aqui presente, mas isso não lhe foi possível por já ter assumido outros compromissos, no momento em que recebeu o convite do MPPM. Karen AbuZayd pediu-me que apresentasse sinceras desculpas e os melhores votos de que esta conferência decorra com sucesso e dê resultados positivos.Agradeço ao MPPM a organização deste seminário e o convite que dirigiu à UNRWA para se fazer representar entre os oradores. É igualmente devida uma palavra de gratidão ao público aqui reunido. Esta conferência e a vossa presença aqui são sinais reconfortantes de que os Palestinos não estão esquecidos, de que a luta palestina pela dignidade e pela justiça não está e não será esquecida. Independentemente do tempo que essa luta durar, nós, na qualidade de membros da comunidade humanitária internacional, temos de continuar a apoiar os Palestinos e os refugiados...
Minhas Senhoras e meus Senhores, Caros Amigos,Obrigado por me terem convidado para participar no vosso Seminário.Não é anti-semitismo denunciar a guerra iniciada por Israel contra Gaza e a Palestina, denunciar os crimes de guerra e crimes contra a Humanidade cometidos durante um mês em Gaza.Não é anti-semitismo denunciar o Muro da separação, a colonização, a ocupação militar, as destruições maciças causadas por Israel na Palestina.Como também não é, na Cisjordânia e em Gaza, anti-semitismo ou anti-americanismo denunciar a cumplicidade da União Europeia e dos seus Estados-membros e a cumplicidade dos Estados Unidos que garantem a impunidade de que goza Israel na perpetuação da agressão e da injustiça feitos ao povo palestino, privado dos seus direitos fundamentais há 61 anos. Foi isto a Nakba – a Catástrofe.Após este comentário sobre o anti-semitismo, gostaria de vos lembrar esta análise breve mas pertinente dos Israelitas, feita pelo falecido Mahmoud Darwich: «Os Israelitas têm uma...
Começarei por reparar duas involuntárias falhas de protocolo. Primeiro, o nosso convidado da UNWRA, Director Executivo da UNWRA chama-se Michael Kingsley Nyinah, porque ele é ganês e o seu nome ganês é Nyinah e de outro modo podia-se pensar que ele seria britânico ou de outra nacionalidade. Não é ofensa nenhuma ser britânico, mas devemos respeitar a realidade. Por outro lado, queria saudar a presença aqui, pelo que vejo, de vários embaixadores ou representantes de embaixadas. Temos muito gosto na vossa presença e desejaremos manter boas relações para o futuro nesta causa comum que é a causa da Palestina e da Paz no Médio Oriente que dá nome ao nosso Movimento.Já agora, permito-me saudar, também, o orador precedente o Francisco Assis, que gostei de ouvi. E estou de acordo com muito do que ele disse, só exprimindo a minha perplexidade perante, digamos, a acentuação das divergências entre nós, porque penso que o que nos une é mais importante do que aquilo em que divergimos. Por exemplo, o...
Boa tarde senhoras e senhores, meus amigosNão é fácil para mim falar aqui: eu nunca estive na Palestina e não sou um especialista. Estão aqui, pelo menos, três especialistas, não é, a começar pelo Silas Cerqueira, o Pierre Galand - o velho amigo - e Michael Kingsley.Mas eu estive recentemente no Líbano e vou falar um pouco sobre problemas globais da região.Do Fórum Internacional em que eu participei, escrevi dois artigos que foram divulgados em Portugal, no Brasil e em várias webs - não no resto da imprensa portuguesa – em que procurei sintetizar o que vi e o que senti em Beirute. Tive oportunidade, também, de dar um salto, de estar dois dias em Damasco. Do que vi e senti, evidentemente, quase nada correspondeu àquilo que esperava. Quando nós vamos a qualquer lado temos uma ideia do que é que vai ser e foi quase tudo muito diferente.A primeira coisa que me surpreendeu em Beirute foi que eu ia muito à procura dos vestígios, na cidade, da guerra, dos bombardeamentos bárbaros e selvagens...
É com muita honra que aqui estou, pedindo antecipadamente desculpa pois, mal termine este primeiro painel, vou ter que me ausentar. Mas não quis deixar de estar aqui hoje para dar um testemunho de solidariedade e para fazer alguma análise e algum apelo.Em primeiro lugar, o testemunho de solidariedade para com o Povo Palestiniano. Tenho participado nalgumas iniciativas desta natureza, tendo ao meu lado pessoas com quem divirjo em quase tudo: não temos o mesmo esquema conceptual de abordagem da realidade, não temos a mesma representação política, não partilhamos as mesmas doutrinas, temos profundas divergências em relação aos mais diversos aspectos, mas compreendemos que há momentos e situações que são de tal maneira graves e ponderosos que exigem que nós estejamos todos juntos e presentes, independentemente dessas mesmas divergências. E eu creio que este é um caso claro em que isto se passa e, por isso, essa é a minha razão fundamental para estar aqui e para dar, numa iniciativa desta...
Promovido pelo MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente, realizou-se no passado dia 14 de Fevereiro, no Hotel Holiday Inn, em Lisboa, um «Seminário Internacional sobre a Catástrofe Humanitária em Gaza e os Perigos da Actual Situação na Região».Depois da brutal agressão de Israel a Gaza, em que semeou a morte e a destruição, as pessoas amantes da paz e da solidariedade entre os povos questionam-se sobre as formas possíveis de prestar apoio aos palestinos, sobre a viabilidade de assegurar a sua sobrevivência enquanto povo e sobre meios para garantir o seu direito a um futuro independente e em paz. Este Seminário procurou dar resposta a estas questões contando com o seguinte painel de oradores:- Michael Kingsley – Director Executivo da UNRWA (Agência das Nações Unidas para Apoio aos Refugiados Palestinos no Médio Oriente), baseado em Gaza.- Pierre Galland – Antigo Senador socialista belga, Presidente do Fórum Norte-Sul, da Associação Belga para a...
Face aos dramáticos desenvolvimentos da situação na Faixa de Gaza, um conjunto de organizações portuguesas realizou hoje, dia 30, às 11h30, na sede do Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC), em Lisboa, uma conferência de imprensa.As organizações presentes condenaram unanimemente o massacre em curso na Faixa de Gaza contra o povo palestiniano executadas pelo governo israelita, que já provocou centenas de mortos e mais de 1500 feridos fundamentalmente entre a população civil, e exigem do governo português uma firme posição nas diferentes instituições internacionais para que este massacre seja travado.Desta forma, as organizações presentes, certas de expressarem os anseios de paz de parte significativa do povo português, juntam-se aos milhares que, em todo o mundo, em centenas de iniciativas, demonstraram o seu repúdio pelos ataques israelitas e exigem o fim imediato das agressões e o início de levantamento do bloqueio a Gaza como condições imediatas para uma solução justa que...
Fim imediato da agressão, dos bombardeamentos e massacres cometidos por Israel na Faixa de Gaza!Retirada desde já das forças israelitas!Restabelecimento de um cessar-fogo!Solidariedade e independência para o povo palestino! 1 — No passado sábado, 27 de Dezembro, o Estado e as Forças Armadas de Israel, fieis à sua origem e natureza, desencadearam — na continuidade da «Nakba», a catástrofe de 1948 — uma guerra total contra o Povo palestino em Gaza com bombardeamentos do tipo de Guernica, a qual se está a traduzir numa catástrofe humanitária sem precedentes. Segundo os dados conhecidos até ao momento, em três dias perderam a vida mais de 325 palestinos e foram feridos mais de 1200 — enquanto do lado israelita havia um morto e um ferido. Tal é a dura lei de talião do colonialismo de Israel. Toda a história de Israel é marcada por massacres do Povo palestino (de Deir Yassin em 1948, a Sabra e Chatila em 1982, e sucessivamente). Mas o que agora, nestes dias, se passa é diferente na dimensão...