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Com a participação de cerca de uma centena de pessoas, decorreu ontem, dia 17 de Outubro, na Praceta da Palestina, no Porto, o acto público «Pela Paz no Médio Oriente e pelos direitos do Povo Palestiniano». Foram promotores deste acto público a União de Sindicatos do Porto (CGTP), o Conselho Português para a Paz e Cooperação e o MPPM.

As intervenções estiveram a cargo de Tiago Oliveira, coordenador da USP/União dos Sindicatos do Porto e membro do Conselho Nacional da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses / Intersindical Nacional (CGTP/IN), José António Gomes, membro da Direcção Nacional do MPPM, e Ilda Figueiredo, Presidente da Direcção Nacional do Conselho Português para a Paz e a Cooperação (CPPC). Joana Machado assegurou a introdução, a conclusão e a apresentação dos intervenientes.

Não obstante a chuva e o vento que fustigaram este acto público realizado no centro da baixa do Porto, foi uma participada iniciativa exprimindo de modo veemente a preocupação dos presentes com...

É difícil mantermos a nossa bússola moral quando a sociedade a que pertencemos — tanto os líderes como os meios de comunicação social — assume uma posição de superioridade moral e espera que partilhemos com ela a mesma fúria virtuosa com que reagiu aos acontecimentos do passado sábado, 7 de Outubro.

Só há uma maneira de resistir à tentação de aderir a essa narrativa: ter compreendido, em algum momento da nossa vida — mesmo como cidadãos judeus de Israel —, a natureza colonial do sionismo e ter ficado horrorizado com as suas políticas contra o povo autóctone da Palestina.

Se tivermos entendido isso, então não vacilaremos, mesmo que as mensagens venenosas retratem os palestinos como animais ou «animais humanos». Essa mesma gente insiste em descrever o que aconteceu no sábado passado como um «Holocausto», insultando assim a memória de uma grande tragédia. Estes sentimentos estão a ser transmitidos, dia e noite, pelos meios de comunicação social e pelos políticos israelitas.

Foi esta bússola...

Nós ensinamos a vida, senhores.
Nós, palestinos, ensinamos a vida desde que eles ocuparam o céu derradeiro.
Nós ensinamos a vida desde que eles construíram os colonatos, os muros do apartheid, depois do último céu.
Nós ensinamos a vida, senhores.

Nós ensinamos a vida, senhores.
Nós, palestinos, acordamos todas as manhãs para ensinar vida ao resto do mundo, senhores.

É por aqui que quero começar, caras e caros amigos, pelas palavras da poeta palestina Rafeef Ziahad.

Nós que aqui estamos sabemos a razão do momento. Porque aprendemos com o povo palestino a ensinar a vida. Aprendemos com o exemplo do povo palestino que a vida é para ser vivida em liberdade, no respeito pela dignidade de todo o ser humano. Que cada pessoa tem direito a viver livre na terra que a viu nascer, sem muros, sem barreiras, sem medo da prisão, com tempo e esperança para fazer os sonhos acontecerem. Que a vida é incompatível com a humilhação, que a vida não suporta a injustiça, que a vida é o contrário do isolamento, da...

O MPPM, o CPPC e a CGTP-IN e o CPPC, promoveram ontem, na Praça Martim Moniz, em Lisboa, um acto público de solidariedade com o povo palestino, pelo seu direito a resistir à ocupação, pelo reconhecimento dos seus direitos inalienáveis a uma pátria livre, independente e soberana, pelo direito de regresso dos refugiados, e também por uma paz justa e duradoura no Médio Oriente.

Muitas centenas de pessoas, incluindo uma significativa representação da comunidade palestina e de comunidades migrantes, responderam ao apelo e ouviram as intervenções de Dinis Lourenço (CGTP-IN), Carlos Almeida (MPPM) e Ilda Figueiredo (CPPC), com apresentação de José Pinho (projecto Ruído).

Recordamos a declaração do MPPM que acompanhou a convocação deste Acto Público:

A situação dramática que se vive, desde o passado sábado, em Gaza e Israel, e que já causou centenas de vítimas – que o MPPM lamenta –, comprova, como temos repetidamente alertado, que a paz na Palestina e no Médio Oriente não é possível enquanto...

As acções desencadeadas em Gaza e Israel, nesta madrugada, comprovam — como o MPPM repetidamente tem alertado — que não é possível ter uma situação de paz na Palestina e, por consequência, no Médio Oriente, continuando a espezinhar os legítimos direitos do povo palestino e persistindo em manter a ocupação colonial e a violência das forças militares e dos colonos.

1. Às 6:30 desta madrugada (4:30 em Lisboa), militantes de organizações da resistência palestina lançaram, a partir da Faixa de Gaza, um ataque de surpresa, em larga escala, contra Israel, no que apelidaram de «Operação Dilúvio Al-Aqsa» e que afirmam ser uma resposta à profanação da Mesquita de Al-Aqsa e ao aumento da violência dos colonos.

A operação surge depois de, nos últimos dias, milhares de colonos terem efectuado visitas provocatórias ao complexo da Mesquita de Al-Aqsa, na Jerusalém Oriental ocupada. Segue-se também a um grande aumento da violência dos colonos israelitas contra os palestinos.

Israel retaliou com a...

Um jovem palestino foi morto a tiro, ontem à noite, durante um ataque de colonos, apoiados pelas forças de ocupação israelitas, contra a cidade de Huwara, a sul de Nablus, elevando para quatro o número de palestinos mortos em menos de 24 horas.

O jovem, identificado como Labeeb Mohammed Dmaidi, de 19 anos, foi atingido directamente no coração por um colono israelita, vindo a falecer no hospital Rafidia, na cidade de Nablus, para onde foi transportado.

Fontes do Crescente Vermelho Palestino disseram que pelo menos 25 pessoas, incluindo quatro crianças, sufocaram com o gás lacrimogéneo disparado pelas forças militares durante o ataque dos colonos à cidade.

Um outro jovem palestino, identificado como Jamal Mahmoud Majdoub, de 26 anos, foi morto a tiro pelas forças de ocupação israelitas em Huwara.

Segundo a WAFA, as forças de ocupação israelitas abriram fogo contra o jovem depois de o terem cercado num edifício perto da rotunda de Zaytouna. As forças terão bloqueado o acesso das equipas de...

Os colonos judeus extremistas, que têm aproveitado o feriado do Sukkot para profanar locais e símbolos religiosos muçulmanos e cristãos, têm o respaldo do ultra-direitista Ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, que disse numa entrevista à Rádio do Exército que cuspir em cristãos «não é crime».

Ben Gvir já tinha defendido o acto de cuspir nos cristãos como «um antigo costume judaico». A afirmação foi repetida na terça-feira, no X/Twitter, pelo líder dos colonos extremistas, Elisha Yered, suspeito de envolvimento na morte de um adolescente palestino em Agosto.

«Talvez sob a influência da cultura ocidental tenhamos esquecido um pouco o que é o cristianismo, mas penso que os milhões de judeus que sofreram no exílio as Cruzadas, a tortura da Inquisição [espanhola], os libelos de sangue e os pogroms em massa — nunca esquecerão», justificou Yered.

Youssef Daher, coordenador do Conselho Mundial das Igrejas em Jerusalém, acusou as autoridades israelitas de encorajarem as...

Assinalam-se este ano 75 anos da Nakba, a catástrofe que em 1948 se abateu sobre o povo palestino.

São 75 anos de limpeza étnica e colonização, de guerra, de massacres e violências às mãos dos governos de Israel.

São 75 anos de exílio, de memórias silenciadas, de luta pelo reconhecimento do direito a contar a sua história.

São 75 anos de humilhações, de perseguições, de prisões, torturas e assassinatos.

São 75 anos de resistência diária, persistente, incessante, a defender cada casa, cada oliveira, a fazer de cada diáspora o lugar onde a esperança se reinventa.

São 75 anos de desrespeito pela promessa da ONU de criar um Estado da Palestina, de violação do direito internacional.

São 75 anos de promessas nunca cumpridas, de futuros sempre adiados, de persistente e continuado desrespeito pelo direito internacional, de cumplicidades e indiferença com a injustiça e a ilegalidade.

Na Palestina, todos os dias, vive-se sob a ocupação, o apartheid e a repressão:

– sob o Muro do Apartheid, as estradas...

A Place of Many Beginnings: Three Paths into the History of Palestine (Um Lugar de Muitos Começos: Três Caminhos para a História da Palestina) é um projecto interactivo de história da Palestina desenvolvido por Visualizing Palestine que foi apresentado no passado fim-de-semana no Festival de Literatura Palestine Writes, na Universidade da Pensilvânia e está disponível para o público interessado.

A história da Palestina... tem múltiplos 'começos' e a ideia da Palestina evoluiu ao longo do tempo a partir destes múltiplos 'começos' para um conceito geopolítico e uma política territorial distinta
Nur Masalha, Palestine: A Four Thousand Year History (pág. 8)

A Place of Many Beginnings foi apresentado no sábado, 23 de Setembro, durante um painel com os académicos palestinos Nur Masalha e Salman Abu Sitta, moderado pela autora e activista palestina Susan Abulhawa.

Explore A Place of Many Beginnings

Com um visual muito apelativo e um conteúdo rico e inovador, esta apresentação aponta caminhos para...

Edward Wadie Saïd nasceu em Jerusalém, em 1 de Novembro de 1935, durante o mandato britânico, e faleceu em Nova Iorque, em 25 de Setembro de 2003. Foi um notável académico, activista político e crítico literário, incansável defensor dos direitos nacionais do povo palestino. O seu livro Orientalismo foi um dos textos académicos mais influentes do século xx. Foi também músico e pianista de renome.

Em 1947 Edward Saïd mudou-se com a família para o Cairo, onde foi educado em escolas de língua inglesa, saindo em 1951 para os Estados Unidos para frequentar a Northfield Mount Hermon School, no Massachusetts. Frequentou a Universidade de Princeton, onde se licenciou em 1957, e a Universidade de Harvard, onde obteve o mestrado em 1960 e o doutoramento em 1964, com especialização em literatura inglesa.

A partir da sua tese de doutoramento, publicou Joseph Conrad and the Fiction of Autobiography (1966). Em 1969 ascendeu a professor catedrático e em 1978 publicou Orientalismo, a sua obra mais...