A Autoridade Palestina (AP) assumiu oficialmente hoje (1 de Novembro) o controlo administrativo das passagens de fronteira da Faixa de Gaza cercada, como parte da transferência de poder que está em curso do Hamas para o governo de unidade palestino, dominado pela Fatah.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza cercada desde 2007, concordou em retirar-se da governação deste território em nome da unidade nacional. A Autoridade Palestina deve assumir o controlo total da Faixa de Gaza até 1 de Dezembro.
Durante a cerimónia de entrega do controlo na passagem de Rafah, entre Gaza e o Egipto, foram tocados os hinos nacionais palestino e egípcio. Viam-se lado a lado bandeiras palestinas e egípcias e grandes fotos do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e do presidente egípcio Abd al-Fattah al-Sissi.
Sete palestinos foram mortos e outros 12 ficaram feridos ontem, 30 de Outubro, quando forças israelitas fizeram explodir um túnel entre o Sul da Faixa de Gaza e Israel, noticiam fontes palestinas e israelitas.
O Ministério da Saúde palestino declarou oficialmente a morte de sete palestinos, todos combatentes dos ramos armados dos movimentos Hamas e Jihad Islâmica em Gaza.
Após a explosão, a comunicação social israelita relatou que o Exército de Israel realizara uma «detonação controlada» na área perto da Faixa de Gaza, dizendo que a actividade foi pré-planeada.
O site israelita Ynet News disse que o túnel ainda não estava operacional. Porém, após matar sete palestinos e ferir outros doze, o porta-voz do Exército israelita teve a ousadia de declarar, segundo o jornal israelita Haaretz, que «Israel não procura uma escalada e não tem interesse num conflito militar em Gaza».
No dia 28 de Outubro, a convite da Cooperativa Mula, no Barreiro, o MPPM participou numa sessão de esclarecimento sobre as razões da causa nacional palestina.
Numa sessão que contou com a presença, também, do Comité de Solidariedade da Palestina, Carlos Almeida fez uma exposição sobre a história da luta do povo palestino pela sua liberdade, e as exigências que estão colocadas à comunidade internacional e aos movimentos de solidariedade.
Seguiu-se um período animado de perguntas e respostas.
A sessão foi antecedida de um jantar palestino cuja ementa esteve a cargo de amigos palestinos residentes em Portugal.
Excelente iniciativa que esperamos possa frutificar em acções conjuntas para alargamento e reforço, em Portugal, da solidariedade com a causa nacional do povo palestino.
A coligação governamental israelita pode vir a apresentar um projecto de lei que impede os não judeus de serem eleitos para o Knesset (parlamento). Segundo a agência palestina Quds Press, o projecto impediria a intervenção do Supremo Tribunal de Israel nas decisões tomadas pela Comissão Eleitoral Central, passando esta a ter a responsabilidade exclusiva de bloquear candidatos não judeus.
O projecto foi apresentado pelo deputado Oded Forer, do partido de extrema-direita Lar Judaico, que faz parte da coligação governamental. Forer justificou a sua proposta afirmando: «O Knesset tornou-se um lugar onde os terroristas e seus apoiantes podem estar sem medo.»
Trata-se de uma referência aos deputados da Lista Conjunta, uma coligação de partidos palestinos e da esquerda não sionista em Israel. A Lista Conjunta é o terceiro maior grupo parlamentar no Knesset, e a maioria dos seus 13 deputados são palestinos cidadãos de Israel.
As autoridades israelitas declararam hoje, 27 de Outubro, a intenção de levar a cabo uma campanha de demolição em larga escala no bairro de Kafr Aqab, na parte norte de Jerusalém ocupada.
Israel ocupou a parte oriental da cidade e anexou-a em 1980, alargando posteriormente os limites municipais.
Segundo o jornal israelita Haaretz, o município israelita de Jerusalém ocupada prepara-se para demolir cinco prédios palestinos, com um total de 138 apartamentos, por alegadamente terem sido construído sem licença. Todos os apartamentos estão vendidos e cerca de 20 famílias já lá residem.
Na semana passada um tribunal israelita rejeitou o recurso dos moradores palestinos, abrindo caminho à demolição.
Os ministros de Israel devem votar na próxima semana o projecto de lei da chamada «Grande Jerusalém», que iria alargar as fronteiras municipais de Jerusalém de modo a anexar 19 colonatos israelitas na Margem Ocidental, noticia o jornal israelita Haaretz.
Israel ocupou a parte oriental de Jerusalém em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias, e anexou-a em 1980, declarando a cidade «capital eterna e indivisível de Israel». No entanto, a anexação não é reconhecida por nenhum país do mundo.
No início deste mês o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, deu o seu apoio ao projecto de lei, que permitiria que os colonos conservassem a sua autonomia mas lhes daria o direito de voto na eleição para presidente da câmara da cidade.
Israel prendeu pelo menos 66 palestinos durante a noite de domingo para segunda-feira (22-23 de Outubro) na Margem Ocidental e em Jerusalém Oriental ocupados.
Na Margem Ocidental ocupada foram detidos 15 jovens palestinos por «motivos de segurança», segundo um comunicado do exército israelita.
Por outro lado, no bairro de Issawiyeh, em Jerusalém Oriental ocupada, as forças repressivas israelitas detiveram mais de 50 palestinos, numa campanha em grande escala. Forças especiais da polícia e agentes dos serviços de informações israelitas, com apoio de um helicóptero, invadiram o bairro à meia-noite e realizaram rusgas num grande número de casas.
O advogado Mohammad Mahmoud (do Centro de Informações Wadi Hilweh, especializado na defesa de menores), que conseguiu visitar a maioria dos detidos, afirmou que eram todos adolescentes com idades entre 15 e 18 anos de idade.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou quinta-feira, 19 de Outubro, que Israel nunca abandonará os colonatos situados no Vale do rio Jordão, localizado na parte oriental do território palestino ocupado da Margem Ocidental.
Netanyahu fez esta declaração no discurso que proferiu numa cerimónia para assinalar os 50 anos dos colonatos israelitas no Vale do Jordão.
«O Vale do Jordão permanecerá sempre uma parte de Israel. Vamos continuar a colonizá-lo, a investir em infra-estruturas e no turismo», afirmou Netanyahu. «O vale é uma cintura defensiva estratégica para o país, e sem ele o dilúvio fundamentalista poderia alcançar o interior, até Gush Dan. Assim, nossa linha defensiva oriental começa neste lugar. Se nós não estivermos aqui, Teerão e o Hamastão estarão aqui. Não vamos deixar que isso aconteça.»
O chefe do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, afirmou hoje, 19 de Outubro, que ninguém pode forçar o Movimento Islâmico de Resistência a desarmar-se ou a reconhecer Israel.
Horas antes, Jason Greenblatt, representante especial do presidente Donald Trump para o «processo de paz» israelo-palestino, declarara que um governo de unidade palestino tem de reconhecer Israel e desarmar o Hamas, o que constitui a primeira resposta oficial de Washington ao recente acordo de reconciliação palestino entre o Hamas e a Fatah, partido do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abas. Segundo Greenblatt, qualquer governo palestino tem de «inequívoca e explicitamente» comprometer-se com as condições estabelecidas pelo Quarteto: abster-se de violência, reconhecer Israel e aceitar acordos anteriores, incluindo desarmar os terroristas e comprometer-se com a paz.
Forças israelitas assaltaram vários meios de comunicação social palestinos na Margem Ocidental ocupada e prenderam dois jornalistas, durante a noite de terça para quarta-feira (17 para 18 de Outubro), confiscando equipamentos e fechando instalações.
Entre as empresas alvo da repressão encontram-se o canal Al-Quds em Hebron, Pal Media em Belém e Ramala, os canais Al-Aqsa e Palestine Alyoum em Ramala, bem como os escritórios da Trans Media em Nablus e Hebron.
As forças israelitas também prenderam o director da TransMedia em Hebron, Amer Al-Jaabari, e o diretor administrativo, Ibrahim Al-Jaabari.
O governo da Autoridade Palestina condenou vigorosamente os ataques e encerramentos, que descreveu como uma «flagrante violação de todas as resoluções internacionais», acrescentando que «estes ataques fazem parte dos planos de Israel para desviar a atenção das atrocidades que comete».