Refugiados e Deslocados

Neste ano da 2014, proclamado pelas Nações Unidas como Ano Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, a Apordoc – Associação pelo Documentário - acolheu uma proposta do MPPM para assinalar o Dia Mundial do Refugiado com uma sessão do Rossio ("um cineclube informal, irregular e itinerante") dedicada aos refugiados palestinos: porque dois em cada cinco refugiados em todo o mundo são palestinos; porque os refugiados palestinos são os que se encontram há mais tempo nesta situação; porque 7 milhões de palestinos, constituindo três quartos da população, são refugiados ou deslocados.A questão dos refugiados ocupa uma posição central no ideário do movimento nacional palestino. A esperança do regresso às casas e terras de que foram expulsos, em consequência da criação do estado de Israel e das sucessivas guerras que lhes foram impostas, passa imorredoura de geração em geração. Contam, para isso, com a força da solidariedade dos povos de todo o mundo para que levem a comunidade...

A história do povo palestino nos últimos 65 anos é uma história de diáspora.
Expulsos das suas casas e das suas terras, refugiados no estrangeiro e estrangeiros na sua pátria, são muitos milhões que anseiam voltar à sua terra natal, que conservam os títulos das suas terras e as chaves das suas casas.
Esta Folha Informativa n.º 8 descreve a limpeza étnica que Israel tem posto em prática sobre o povo palestino, desde o tenebroso Plano Dalet, de 1948, até à nefanda Lei Prawer-Begin, dos nossos dias, para dar lugar à consolidação do estado judaico racista de Israel

A Folha Informativa n.º 4 é dedicada a um tema pouco falado na análise da questão palestina – a expulsão dos cidadãos árabes de Israel das suas casas e das suas terras.
Abordamos o tema em duas vertentes plenas de actualidade: a demolição de casas e consequente destruição da vida familiar, e o plano para a expulsão da população beduína do Negev no que, a concretizar-se, seria a maior limpeza étnica praticada por Israel depois dos anos da Nakba.

Há trinta anos, as Forças Armadas de Israel invadiram o Líbano e ocuparam a capital Beirute. Os ocupantes lançaram milícias libanesas contra os campos de refugiados palestinos e, em Sabra e Shatila, muitas centenas - possivelmente milhares - de palestinos, em grande parte mulheres e crianças, foram massacrados de forma selvagem. Em 16 de Dezembro desse mesmo ano de 1982, a Assembleia Geral da ONU classificou os massacres (sem votos contrários) como um ato de genocídio. Todos os responsáveis pelo massacre permanecem impunes, incluindo Ariel Sharon, então Ministro da Defesa de Israel e supremo comandante militar da invasão do Líbano, e que viria mais tarde a tornar-se Primeiro-Ministro de Israel.O massacre de Sabra e Shatila é um momento particularmente hediondo numa longa série de crimes que tem marcado a história do Estado de Israel, desde a sua criação até aos nossos dias. Ainda no início deste mês de setembro de 2012, Israel bombardeou repetidamente a Faixa de Gaza, provocando mortos...