Porto assinala na rua Dia Internacional de Solidariedade com a Palestina
Na sexta-feira, dia 29 de Novembro, pelas 17h30, centenas de pessoas concentraram-se na Praceta da Palestina, no Porto, respondendo ao apelo do MPPM, do CPPC, da União dos Sindicatos do Porto(USP)/CGTP-IN e da Associação Projecto Ruído.
José da Silva interpretou canções de paz, tendo-se seguido um conjunto de intervenções, introduzidas por Joana Machado, que foi dando também a palavra aos diversos intervenientes.
Afirmou a representante do Projecto Ruído: “Aqui estamos, uma vez mais, como outros também estão hoje, em Lisboa e Coimbra, para denunciar o genocídio que Israel há mais de um ano leva a cabo sobre a população palestina da Faixa de Gaza, a violentíssima campanha de agressão e repressão contra os palestinos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, a invasão do Líbano e a agressão a outros países do Médio Oriente.”
Em seguida, lembrou: “O dia 29 de Novembro foi fixado pela Assembleia Geral das Nações Unidas como Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, pelo facto de, em 29 de Novembro de 1947, a resolução n.º 181 da Assembleia Geral da ONU ter estipulado a partilha do território da Palestina em dois Estados. Em 15 de Maio de 1948 Israel declarou unilateralmente a sua independência. Mas o Estado palestino, livre, soberano e viável, tal como estipulado na resolução da ONU em 1947, ainda hoje está por realizar. E a ocupação, massacre e genocídio do povo palestiniano continua, apesar da condenação internacional.”
Em seguida, Adão Cruz (conhecido médico portuense, também artista plástico e escritor) leu um poema de sua autoria e um segundo activista declamou uma composição de Mahmoud Darwich.
Seguiram-se as intervenções de José António Gomes, da Direcção Nacional do MPPM; de Eduardo Andrade, em representação da USP; e de Ilda Figueiredo, em representação do CPPC – que anunciou a projecção, nessa mesma noite, das cores da bandeira da Palestina, na Torre dos Clérigos.
Todos os intervenientes exigiram, entre outros aspectos, o cessar-fogo em Gaza, o fim do genocídio do povo palestino, e o término do apoio a Israel (apoio político, financeiro e em armas) quer por parte dos governos dos Estados Unidos e do Reino Unido quer da maioria dos governos dos países da União Europeia, bem como o reconhecimento do Estado da Palestina por parte do Governo Português.
Reclamou-se ainda, das autoridades portuguesas, o cumprimento da Constituição Portuguesa em matéria de política de defesa da paz e da cooperação entre os povos.
Nota reiterada foi também a afirmação da rua como espaço de liberdade de expressão e de manifestação, que deve ser escrupulosamente respeitado e protegido, mormente pelas forças de segurança, contrariando assim as tentativas, por parte de elementos provocadores, de intimidação e de agressão que, nos últimos tempos, se têm verificado em iniciativas de solidariedade com o povo palestino, nomeadamente no Porto.
A iniciativa encerrou com a Grândola, de José Afonso, interpretada em coro por todos os presentes.