OMS: Relatório de Situação de Emergência nos Territórios Palestinos Ocupados #20
Em GAZA, até às 13 horas de 11 de Janeiro de 2024, a Organização Mundial de Saúde registou 23.357 pessoas mortas (70% mulheres e crianças), 59.410 pessoas feridas, 7780 pessoas desaparecidas ou soterradas nos escombros e 1,93 milhões de pessoas deslocadas (85% da população).
Funcionamento e Acesso a Cuidados de Saúde. 42% dos hospitais (15 em 36) estão a funcionar e só parcialmente. A ocupação de camas é de 351%. Estão a funcionar 3 Hospitais de Campanha (Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Rafah). Estão a funcionar apenas 18% dos centros de cuidados primários de saúde (13 em 72).
1445 feridos e doentes e 9013 acompanhantes foram evacuados para o Egipto. Foi imposto o isolamento do Norte de Gaza e da Cidade de Gaza em relação às províncias do Sul com ordens de evacuação e há uma disrupção na vigilância sanitária.
Há uma falta crítica de combustível e energia, água, alimentos, medicamentos e equipamentos médicos (anestésicos, antibióticos, soro, analgésicos, insulina, sangue e plasma) e regista-se uma ruptura na operação de equipamentos dependentes de electricidade (monitores, ventiladores, incubadoras, equipamento de RX e TAC, equipamentos de análise e de anestesia).
Necessidades e Riscos para a Saúde. Há uma situação de elevado risco para a saúde pública, com 1,72 milhões de pessoas em 155 abrigos da UNRWA. Não há acesso a água potável nas províncias do Norte.
Há um risco iminente de propagação de doenças infecciosas. Desde meados de Outubro registaram-se 213.086 casos de infecções respiratórias agudas, 152.734 casos de diarreia (81.466 em menores de 5 anos), 68.486 casos de sarna e piolhos, 44.437 casos de erupções cutâneas, 6609 casos de varicela, 7276 casos de icterícia.
No que respeita à saúde materno-infantil, a OMS regista 52.000 mulheres grávidas (183 nascimentos diários; 5500 bebés nascidos no último mês), 130 bebés prematuros dependentes de incubadora (61% das incubadoras estão no Norte, dependentes de electricidade).
Estão identificados pacientes com condições crónicas: 1100 dependentes de hemodiálise, 71.000 diabéticos, 225.000 hipertensos, mais de 485.000 pessoas com problemas de saúde mental, mais de 2000 pessoas diagnosticadas anualmente com cancro, incluindo 122 crianças, mais de 45.000 pacientes com doenças cardiovasculares.
Ataques a instalações de saúde. 309 ataques causaram 612 mortos, 776 feridos, 65 profissionais de saúde detidos. 94 instalações danificadas, entre as quais 26 hospitais, e 83 ambulâncias atacadas, ficando 45 danificadas.
CISJORDÂNIA E JERUSALÉM ORIENTAL. No mesmo período (até às 13 horas de 11 de Janeiro), a OMS registou 341 mortos, 3949 feridos e 1208 pessoas deslocadas à força num contexto de violência de colonos, demolições na Área C e em Jerusalém Oriental (429), e demolições punitivas (95).
Há um aumento da violência de colonos e militares, incluindo ataques aéreos e fogo real, bloqueio total em postos de controlo entre cidades palestinas e cerco a várias localidades.
Necessidades e Riscos para a Saúde. O aumento do número de feridos pressiona a necessidade de material de primeiros socorros nos hospitais. Mais de 270 pacientes da Cisjordânia necessitam de acesso a cuidados médicos em Jerusalém Oriental e em Israel. 5491 pessoas deslocadas de Gaza para a Cisjordânia põem pressão adicional no sistema de saúde.
Funcionamento e Acesso a Cuidados de Saúde. Israel impõe uma restrição do acesso a doentes, pessoal de saúde e ambulâncias devido a encerramento de postos de controlo, restrições de movimentos e ataques ao sistema de saúde.
Ataques a instalações de saúde. No período do relatório verificaram-se 319 ataques que causaram 7 mortos e 58 feridos. Foram afectadas 35 instalações de cuidados de saúde, incluindo 10 clínicas móveis. 216 ambulâncias foram afectadas, com 213 casos de acesso obstruído, 172 casos de uso de força, 51 detenções e 56 buscas por militares.
Ler mais: